sexta-feira, 10 de agosto de 2012

NÃO sou filha de gente....

                         Sou filha de ninguém

Sou filha do vento,
de tempestades ocultas
do mar revolto,
de noites frias e escuras,
do fundo das trevas,
do desamor constante,
da dor,
do desprezo,
do amor cansado,
do desespero profundo.

Sou filha do nada
sou filha de tempo incerto,
de uma mãe inglória,
de um pai que desconheço.

Sou filha enjeitada
sou filha do nada,
do vazio,
das trevas profundas,
sou filha de ninguém.

Sou filha deste e daquele
mas que me importa
de quem sou filha afinal?
Sou filha do mundo,
da terra,
das pedras
do bem ou do mal.
Sim, e que me importa
não ter pai, não ter mãe
saber se sou ou não filha de alguém,
se nem  mesmo sei se sou gente?

Gente que chora,
que sofre, que vive, que grita,
que caminha na vida
sofrida, descalça,
mal ou bem amada,
mas gente que ama,
 que sorri,
é feliz e alegre
ou talvez odeie e é desprezada,~
que grita, que chora
que sente o bem e o mal,
mas não desiste,
e é gente que existe.

Porque sente e sabe ser gente,
que sabe ser filha de alguém,
que sabe que é amada,
e vive
ontem, hoje, amanhã
e por toda a vida.

Sou filha de ninguém
sou filha do vento....,
do frio do amor,
da dor e do desalento.
´
Não,
sei que não sou filha de gente,
sou filha do acaso....
 do tempo que passa, que passa...





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