sábado, 25 de abril de 2015

O Saco de Nozes: NADA ME IMPORTA AGORA

O Saco de Nozes: NADA ME IMPORTA AGORA: NADA ME IMPORTA Já pouco ou nada me importa Pouco me fascina agora O teu corpo nu encostado ao meu está mudo Estamos secos por...

NADA ME IMPORTA AGORA



NADA ME IMPORTA

Já pouco ou nada me importa
Pouco me fascina agora
O teu corpo nu encostado ao meu está mudo
Estamos secos por dentro
Diferentes por fora
Algo de novo nos veio que desconheço
As nossas mãos entrelaçadas somem-se no espaço
Está tudo mudado
Tudo me dói, o que presta e o resto
O que é ou não minha pertença

A tua pele enterrada na minha aquece-me
E eu acordo para a vida
Basta-me isso
Fico queda e nem estremeço
Quantas saudades dos nossos corpos em fogo
Quanto desejo de te ter em mim
De ser tua
De me cansar no teu corpo
Como um mar revolto
E tu no meu a descansar enfim
De cada vez...tantas vezes
Como se hibernasses no meu útero de mulher jovem
Estamos diferentes
Esta é a nossa hora
Bela, mas em tudo diferente
Já não bebemos água viva e pura como outrora

Inês Maomé
23/01/2015





TANTO MEDO....!



TANTO MEDO

Estou virada ao avesso
Penso, medito
Tento penetrar o meu inconsciente
Vida minha, 
Vida insipida de um ser rejeitado
Vida minha, 
A que levo e só a mim pertence
Polémica e incerta
Só e vazia
Repleta de tédio, sem amor, sem abraços
Que me faz doer
Só de pensar e ser
Vida de incertezas 
De quereres com vontade 
Mas nada ter

Sem sedas e cetins
Sem abraços caloros
Sem lençóis suados na cama
Sou mal amada mas  sobrevivo
E recordo o cheiro que me davas a jasmim
A rodear o meu corpo...

Quanto me dói a ausência desse aroma  
Mágoa Indigesta e brutal,
O mais difícil e duro de tudo
Daí este meu medo
Este estremecer que me cerca
Me cobre, como um manto negro,
Asas que não vejo,
Sem perdão de penas mil
Asas pretas que não me deixam voar
Me prendem
Me agarram ao chão
Me arrastam para uma intensa escuridão

Tenho tanto medo de te perder,
Temo algo maior que ignoro
Que sinto me afoga
Pressinto em mim como uma segunda pele ofendida e quente
Incendiada pela dor do amor que sem cor não vejo

Quanta falta de tudo
Quanto desespero pelo tanto que busco
Que não tenho, não encontro
Belezas de perfumes deslumbrantes
Coisas que não me pertencem, mas quero


Creio que morrerei sem saber que vivi
Deus do céu, ajuda-me, apoia-me
Estende-me a Tua mão na busca deste amor
Senão enlouqueço de tanta paixão.  

Inês Maomé …….24/ 04/ 2015