quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Casou por amor!



  Casou por amor um dia,
   com quem quis e o pai deixou.
Mas amou,
dizem que amou
que eu não sei, 
mas sinto que durante algum tempo sorriu
 foi feliz, foi mulher completa e mãe.
 Teve uma filha. 
Mas pouco depois morreu-lhe o seu amor, 
o seu amparo.
O homem com quem casou e tanto amou
partiu, deixou-a na solidão. 

Sofreu, chorou perdeu todas as vontades
passou a viver cada dia sempre triste e amargurada. 
Mas a vida é matreira
sacana, malvada demais
e  com a alma rasgada de pena e dor
disse adeus de vez à mãe,
e mais tarde incrédula    
  enterrou o pai  também.

Ficou-lhe a filha, o seu tesouro, a sua maior riqueza,
a sombra do seu passado,
a visão de um futuro ansioso, indesejado,
incerto, nunca esperado,
 mas o único possível,
  repleto de angústia e de saudade. 


Vestiu-se preto carregado, 
o mais preto que encontrou  
que lhe carregou de luto o rosto o corpo e a alma,
fechou as portas,
trancou as janelas 
fechou-se ao mundo,
e assim ficou.

À filha deu o alento de continuar a viver,
sair daquele refugio negro,
do seu canto de tristeza,
do canto onde chora todos os dias, e muitas vezes 
um arrepio constante, 
um medo assustador,
uma dor profunda de perda
não a abandona nunca,
vivendo com ela todos os dias.
Não quer, não pode, não deve, 
não vai 
vê-la partir antes dela,
que  essa dor tão imensa e cruel
ela crê
que não existe, 
e a ela, Deus sabe que não resistiria.

Não, não pode nem vai perder a sua filha, isso não! 
E reza todos os dias,
reza muito,
muitas Avé-Marias,
 implorando em segredo a Deus;
"a minha menina não, Senhor a minha menina não "

À São, que NA VIDA perdeu quase tudo 

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