quinta-feira, 21 de junho de 2012

Aqui Fica o Lenço


PRÓLOGO

  Esta história "Aqui fica o lenço" resume em pequenas estórias, o que foi a vida de Isabel cuja vivência o leitor ficará a conhecer melhor com a leitura do livro "Aqui vai o lenço", a que se fez no inicio deste uma curta abordagem.

 Isabel em menina nunca se sentiu liberta de medos e fobias que por um ou outro motivo atormentavam a sua cabeça.
 Mas não foi por isso que a sua mente não deixou de ser povoada de sonhos e mais sonhos, desejos que queria muito viver e sentir quando fosse uma mulher adulta.
 Esforçou-se desde menina e à medida que foi crescendo em ajudar os outros,  tentando esconder as suas mágoas, ferida por não se sentir compreendida.
 Por isso crescer assim não foi fácil,  nem saudável, nem isento de complicações diversas, mas na altura em que a história "Aqui vai o lenço" ficou, não se sabe se ela terá atingido a plenitude das suas maiores ambições, que quem sabe, nunca terão passado de quimeras e puras fantasias.

  Isabel só queria ser feliz!
 Ter uma casa sua, com enormes e rasgadas  janelas onde entrasse o Sol e que quando se abeirasse dela, as pessoas ao passar lhe sorrissem, quem sabe dizendo-lhe um "bom dia", era um um sonho quase irreal.
 Isabel queria amar e ser amada, mas muito mais que isto ela queria sentir que era preferida e estimada em toda a plenitude, e viver esse amor em paz e harmonia.
 
  Criar uma família alegre e fazê-la feliz, ter o seu trabalho, amigos, sair e conviver com eles, divertir-se, mas acima de tudo Isabel queria ser mãe, sentir o prazer de fazer, gerar, criar os seus filhos com muito amor, como sendo o bem mais precioso que alguma vez alguém pode possuir na vida. Eram tantos os sonhos de Isabel, mas afinal não eram mais que os sonhos e fantasias da maioria das raparigas.
  Será que Isabel conseguiu transformar-se nessa mulher que idealizou ser quando era criança?
  Os traumas e fobias que Isabel arrastava consigo desde menina eram tantos que só o deslizar dos dias, dos anos, poderão dizer-nos a todos se acabaram ou não por a transformar e  o que lhe terá de facto acontecido.
  Será que um dia Isabel agarrou esse bendito lenço que nunca lhe calhava em menina fugindo-lhe constantemente e terá sido feliz, consumando-se como uma mulher completa?


"Aqui fica o lenço", desvenda muitas peripécias e ocorrências da vida de Isabel após o seu casamento até idade um pouco avançada, cabendo ao leitor fazer a análise do que terá sido de facto a vida desta mulher, que lutou pela paz no seu mundo, procurando assim a serenidade para o Mundo de todos. Para isso lutou pela paz no seu lar, na sua aldeia e em redor de todos os que a foram conhecendo e fizeram parte da sua vida.
  "O mundo só será melhor a partir do dia em que cada um de nós se amar primeiro a si mesmo, se respeitar, estimar e depois amar e respeitar a sua família, o seu amigo, o seu vizinho, pois só assim esta rede de paz e amor se espalhará por toda a humanidade " este era o pensamento constante de Isabel.
  Será que na sua vida, Isabel atingiu este objectivo?

Fotos do Google



terça-feira, 19 de junho de 2012

Grito de DOR!

Estou cansada!

Continuo cansada, mesmo sem fazer nada.

Será que uma ida ao super mercado cansa? A mim sim, porque agora tudo me cansa.

Invade o meu corpo um abatimento que me desfaz, me deixa sem vontade de nada fazer, pensar ou dizer.

Um silêncio mudo acompanha a minha fadiga intensa, um silêncio que também me cansa porque me faz pensar.

Não tenho força nas pernas, a cabeça não quer meditar.

Não me apetece ler, nem escrever, nem falar (e há quem diga que falo muito),

Mentira porque não me apetece nada, muito menos falar.

Custa-me respirar.

Custa-me ver gente falar.

Ouvi-las tagarelar, gralhar, conversar, (como se diz)
pois só ouço um ruído disforme e não as entendo,

e canso-me só de ter de as olhar.

Custa-me não fazer nada, mas não faço nada.

Por isso sofro, porque rejeito este meu estado.

Preocupa-me esta inanidade, esta futilidade, este vazio EM QUE VIVO e em que nada me leva a agir.

Mas não tenho vontade de procurar ocupar-me com nada.

Deito-me na cama e só me apetece chorar.

Afinal sei fazer algo, choro!

Mas que tenho eu, se só sei chorar?

Que coisa estranha foi esta que entrou em mim,
me penetrou pelos poros,
invadiu o meu corpo,
a mente e a alma,
me dominou e destrói lentamente
e eu a ver e a sentir,
deixo isso acontecer e
nada faço além de me lamentar?

E choro, por dentro e nos meus olhos tristes.

Esta coisa estranha que sinto quer destruir-me o corpo, a mente,

tirar-me os sentidos, a força e a vontade de tudo, até de viver.

Sei que continuo só e sei que tudo é mais fácil quando estás comigo.

Mas isso é impossível.
Sim eu sei que é impossível!
Sei que atravessamos uma fase má, mas eu devia reagir, ter força. Ir á luta…
Mas não vou!

Paro esgotada, e sem nada ter feito, sinto que tudo me dói.

Dói-me tudo, mesmo quando não sinto dor em lado algum.

Doem-me as pernas, os braços, dói-me a cabeça,
e o meu corpo não tem força para nada.

Sinto um convite irresistível à inanição, à paralisia total…
e de repente fico sem pensar.

Que me aconteceu?

Que me está a acontecer,
se mesmo tendo sido sempre um pouco assim, sempre reagi?

Debaixo da carapaça onde antes me escondia ganhava força e caminhava,
sorria, trabalhava,
inventava mesmo que fosse de fachada,
algo que me impelia a andar para a frente,
parece que hoje não existe nada.

Agora não consigo superar
e deixo-me ficar inerte neste deleite amargo.
E não sinto nada!
Escutando permanentemente dentro de mim, o que parece ser um grito que me diz que são os anos e o tempo a passar, não reajo e não faço nada.

Que me importa o tempo a passar, se eu também passo…
Mas tem que importar, devia importar,
porque passo cansada, cega e surda por tudo que hoje me rodeia sem reagir
e preciso viver,
voltar a sorrir e a sentir-me cheia de "graça", mesmo que falsa.

Se eu tivesse força, vontade de agir…mas nada!

Fico parada, estática, séria, triste e sisuda

Angustiada,
sentindo-me mais que nunca mal amada e mal estimada.

As lágrimas são minhas companheiras,
as amigas que mais me visitam e acompanham,

São o colírio que espero me cuide e trate.

Há-de lavar as mágoas que me atravessam
me saltam pelos olhos a cada instante
e me despedaçam.

E quem sabe um dia tudo pode ainda mudar?
Talvez um dia ao acordar o Sol brilhe dentro de mim, quem sabe?

Quem sabe?
Ai como eu gostava de saber
Ia prepara-me já para o receber.

Espero cada dia, cada hora, cada segundo que o Sol me inunde.

Fico a aguarda-lo, estou a aguardar.

E também por TI que toda a vida custaste a chegar, eu aguardo.


VEM DEPRESSA COM O SOL,
VEM COM O SOL, VEM!
TRAZ-ME A LUZ E A VIDA,
A FORÇA PARA EU VOLTAR A QUERER PENSAR,
FAZER, INVENTAR, AMAR E DESEJAR …

...porque os dias estão a fugir-me e eu  estou MUITO cansada de esperar...sem nada para fazer, nada ...

Fotos do Google

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cansada...

Há muito tempo, mesmo muito tempo que estou todos os dias cansada.

E saber isto cansa-me ainda mais.

Vazia, oca, triste, deixo que o que sinto me gaste,

me esvazie e transforme por dentro.

E continuo sempre cansada,

E  pensando ´cada dia em fazer algo,

mesmo sem vontade de fazer nada, fico parada e não faço nada.

No entanto queria fazer muita coisa.

Sonhos, coisas lindas que me fariam feliz, E AOS OUTROS.

Trabalhar, correr, saltar, DANÇAR, fazer amor, passear à beira-mar...viver!

Conversar com amigos (se os tivesse),

fazer coisas úteis para mim e para o MUNDO.

Mas já não sei fazer nada, se por acaso alguma vez soube fazer alguma coisa....

Hoje não me apetece fazer nada,

não consigo fazer nada,

simplesmente porque estou cansada.

Doem-me as pernas, a cabeça e os braços, o peito, as costas…
Dói-me dar um abraço..!!!

Dói-me tudo…até à alma…!

Decerto porque sabe que estou cansada.

Mas não sei porque estou assim, se à minha volta o mundo gira,

Se tudo e todos se mexem num frenesim constante e ninguém tem tempo para nada.



Sinto que já não sei fazer mais nada.

Parece que passou o meu tempo.

Já nada me espera.

Já não tenho mais para fazer aqui.

Mandam-me calar, dizem que falo muito,
demais e mal…

E eu que pensava, que neste momento não falo nada, quase nada...

Que vivo em silêncio, porque aprendi finalmente a estar só.

A viver só.

Sofrendo a dor do vazio e a ausência de tudo o que gostava,

e só falo quando eles se juntam …


Calo-me e ouço dizer a alguém

“ ela não sabe nada, não sabe o que diz”

E não sei! Não sei nada, não faço nada, nem sei o que digo e falo...

Tudo porque estou cansada.

E deixo que no meu coração,

essas palavras ditas por bocas parvas que não sabem o que dizem,

me magoem e enterrem mais,

me espezinhem e me calem.

E no FIM fico além de cansada, triste e magoada.



Se eles soubessem o que sinto!

Se eles soubessem como o meu cansaço me mata,

me invade toda, me percorre o corpo e me domina.

Mas ninguém sabe, ou se importa com o que sinto.

Ninguém sabe o que me vai na alma.

Ninguém entende o meu sentir.


O vazio que me percorre, MATA-ME.

A necessidade que sinto de fazer muito

e nada ter para fazer nem vontade de fazer, DESTROI-ME.

O amor que queria sentir e não sinto,

faz de mim um ser inútil inerte e frio.



E só sinto vontade de fugir, fechar os olhos, desaparecer...

Sonhar que estou num outro mundo,

onde me amam, ne entendem, onde sinto o amor,

onde ainda sou uma mulher viva.

Onde tenho que fazer e não me sinto cansada.

Um mundo onde vou a tempo de viver, e vivo feliz e grito a todos que existo...

Sim VIVER…

Viver, trabalhar, amar e ser feliz.

Porque aqui, sei que já estou .....a MORRER cansada!