terça-feira, 19 de junho de 2012

Grito de DOR!

Estou cansada!

Continuo cansada, mesmo sem fazer nada.

Será que uma ida ao super mercado cansa? A mim sim, porque agora tudo me cansa.

Invade o meu corpo um abatimento que me desfaz, me deixa sem vontade de nada fazer, pensar ou dizer.

Um silêncio mudo acompanha a minha fadiga intensa, um silêncio que também me cansa porque me faz pensar.

Não tenho força nas pernas, a cabeça não quer meditar.

Não me apetece ler, nem escrever, nem falar (e há quem diga que falo muito),

Mentira porque não me apetece nada, muito menos falar.

Custa-me respirar.

Custa-me ver gente falar.

Ouvi-las tagarelar, gralhar, conversar, (como se diz)
pois só ouço um ruído disforme e não as entendo,

e canso-me só de ter de as olhar.

Custa-me não fazer nada, mas não faço nada.

Por isso sofro, porque rejeito este meu estado.

Preocupa-me esta inanidade, esta futilidade, este vazio EM QUE VIVO e em que nada me leva a agir.

Mas não tenho vontade de procurar ocupar-me com nada.

Deito-me na cama e só me apetece chorar.

Afinal sei fazer algo, choro!

Mas que tenho eu, se só sei chorar?

Que coisa estranha foi esta que entrou em mim,
me penetrou pelos poros,
invadiu o meu corpo,
a mente e a alma,
me dominou e destrói lentamente
e eu a ver e a sentir,
deixo isso acontecer e
nada faço além de me lamentar?

E choro, por dentro e nos meus olhos tristes.

Esta coisa estranha que sinto quer destruir-me o corpo, a mente,

tirar-me os sentidos, a força e a vontade de tudo, até de viver.

Sei que continuo só e sei que tudo é mais fácil quando estás comigo.

Mas isso é impossível.
Sim eu sei que é impossível!
Sei que atravessamos uma fase má, mas eu devia reagir, ter força. Ir á luta…
Mas não vou!

Paro esgotada, e sem nada ter feito, sinto que tudo me dói.

Dói-me tudo, mesmo quando não sinto dor em lado algum.

Doem-me as pernas, os braços, dói-me a cabeça,
e o meu corpo não tem força para nada.

Sinto um convite irresistível à inanição, à paralisia total…
e de repente fico sem pensar.

Que me aconteceu?

Que me está a acontecer,
se mesmo tendo sido sempre um pouco assim, sempre reagi?

Debaixo da carapaça onde antes me escondia ganhava força e caminhava,
sorria, trabalhava,
inventava mesmo que fosse de fachada,
algo que me impelia a andar para a frente,
parece que hoje não existe nada.

Agora não consigo superar
e deixo-me ficar inerte neste deleite amargo.
E não sinto nada!
Escutando permanentemente dentro de mim, o que parece ser um grito que me diz que são os anos e o tempo a passar, não reajo e não faço nada.

Que me importa o tempo a passar, se eu também passo…
Mas tem que importar, devia importar,
porque passo cansada, cega e surda por tudo que hoje me rodeia sem reagir
e preciso viver,
voltar a sorrir e a sentir-me cheia de "graça", mesmo que falsa.

Se eu tivesse força, vontade de agir…mas nada!

Fico parada, estática, séria, triste e sisuda

Angustiada,
sentindo-me mais que nunca mal amada e mal estimada.

As lágrimas são minhas companheiras,
as amigas que mais me visitam e acompanham,

São o colírio que espero me cuide e trate.

Há-de lavar as mágoas que me atravessam
me saltam pelos olhos a cada instante
e me despedaçam.

E quem sabe um dia tudo pode ainda mudar?
Talvez um dia ao acordar o Sol brilhe dentro de mim, quem sabe?

Quem sabe?
Ai como eu gostava de saber
Ia prepara-me já para o receber.

Espero cada dia, cada hora, cada segundo que o Sol me inunde.

Fico a aguarda-lo, estou a aguardar.

E também por TI que toda a vida custaste a chegar, eu aguardo.


VEM DEPRESSA COM O SOL,
VEM COM O SOL, VEM!
TRAZ-ME A LUZ E A VIDA,
A FORÇA PARA EU VOLTAR A QUERER PENSAR,
FAZER, INVENTAR, AMAR E DESEJAR …

...porque os dias estão a fugir-me e eu  estou MUITO cansada de esperar...sem nada para fazer, nada ...

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