sábado, 15 de maio de 2010

A nova Cinderela...

Cinderela, foi assim que ficou conhecida a Gata Borralheira, depois daquela noite no baile, em que se apresentou deslumbrante de beleza e com porte e atitude de rainha.

O jovem com quem costumava falar de fugida, quando cuidava do jardim, naquela noite jurou-lhe amor e fidelidade eternas. Há muito que apreciava a sua humildade e delicadeza e a partir desse dia ficaram juntos para sempre. Lisonjeada  e apreciada por todos, tinha então o que merecia, um amor calmo e forte, e uma nova família pronta para a acolher como ela merecia.

Já noite adentro, quando abandonou a festa, cansada de tanto bailar, num enorme tropeção que deu em algo, perdeu um dos sapatos.  Por mais que todos o tivessem procurado, não mais apareceu.  Onde se teria metido nunca mais se soube.Terá saltado para o lago do jardim onde ninguém naquela altura procurou,

Os sapatos eram da  sua amiga Branca de Neve, que sem qualquer problema se prontificou a emprestá-los á amiga. Combinavam lindamente com o vestido que lhe tinham oferecido, e  a Cinderela agora não tinha como justificar o seu desaparecimento. Eram de puro cristal, brilhantes como o sol, únicos e belos como nenhuns outros.

Cheia de tristeza, e com o apoio do noivo , justificou como pode, aquele desaparecimento, lamentando o sucedido. Branca de Neve entendeu. A amiga não tinha culpa de nada. Algo a fez tropeçar e daí o sapato terá saltado para bem longe e  como era de cristal, já estaria algures feito em mil pedaços, com certeza. Mas o que importava era a felicidade da amiga.
E daí, para que queria ela os sapatos? Assim resolveu guardar o outro como recordação, e esquecer o assunto.

Cinderela não tinha a culpa e como castigo, Branca fez-lhe jurar que iria lutar para ser eternamente feliz daí em diante.

Afinal eram só uns sapatos que ela agora nem usava, e o que importava era que Cinderela agora estava feliz, e que na casa da madrasta todas tinham reconhecido o mal que lhe haviam feito, proibindo-a de viver como uma jovem como as outras. Também elas tinham agora o seu castigo. Trabalhar para se sustentarem.

Branca de Neve continuava entretida com as brincadeiras e atitudes, muitas vezes disparatadas dos Anõezinhos, ajudava a avó, e os amigos e vizinhos que precisavam, conversava muito com o Capuchinho Vermelho e como já iam ficando crescidas, conversavam ambas dos moços bonitos que costumavam falar com elas ás escondidas, como se isso fosse coisa proibida.

Tinham conhecido uma jovem bela como elas, que andava sempre feliz. A vida para ela eram sonhos. Punha sempre tanta força nas coisas que pretendia realizar, que normalmente conseguia resolver todas as situações que enfrentava. Alice, assim se chamava conhecia todos os animais da floresta e nenhum lhe metia medo. Viviam em plena harmonia, e á volta dela tudo estava sempre tão perfeito, que por isso era conhecida como Alice no País das Maravilhas. Ao seu lado tudo estava bem, tranquilo e feliz , em perfeito equilíbrio. Os animais, as plantas, os rios e os mares tudo estava em pleno equilíbrio. O sol não impedia a chuva de cair e nos dias de sol ele brilhava sem nuvens a a encobrir o seu brilho...

O ideal seria que todo o mundo fosse como aquele seu  maravilhoso mundo, envolvido numa bola de cristal, onde nada de mal  acontecia, mas isso daria outras histórias, que não cabem nesta história.

Mas de tanto conversar com Alice, Branca de Neve entendeu, que se desejasse com muita força, um dia com toda a certeza iria conhecer  um certo moço que encontrara um dia a cavalgar no bosque e lhe oferecera uma flor. Quem sabe ele lhe falasse e gostasse dela . Desejava  isso com tanta força  que por vezes até parecia, já ter acontecido.

Certo dia porém, quando se preparava mais uma vez para levar a merenda á avozinha, bateu á porta de Branca e dos sete Anões , um jovem formoso e bem parecido. Os anõezinhos  quando viram o jovem, ficaram num reboliço. Parece que adivinhavam que um dia a sua Branca de Neve iria embora, com um jovem como aquele. Fizeram o que puderam para dizer que não conheciam nenhuma jovem ali ,mas Branca de Neve apareceu finalmente.

O jovem, de linhagem nobre, durante uma caçada, tinha quase caído do seu cavalo, porque ambos foram encandeados por uma luz extraordinariamente brilhante que saía de um canto do lago, onde àquela hora o sol incidia como nunca. Parecia mesmo querer mostrar-lhes qualquer coisa, e ambos encandeados olharam o brilho com tanta insistência  que o cavalo parou e o jovem foi ver o que era.
 Um sapato, nada mais que um sapato!
 Mas um sapato digno de uma rainha, mais lindo do que algum dia já vira algum.

Não foi difícil saber de quem era aquele sapato. Na altura quando desaparecera, todos tinham andado á sua procura sabendo que ele pertencia a Branca de Neve. Rápidamente o informaram quem era a dona de tão delicado sapato.

Quando Branca  apareceu á porta e os olhares de ambos se cruzaram de imediato souberam que aquele era um momento esperado por ambos á muito tempo. Era como se toda a vida se tivessem conhecido.
Alice tinha que saber, foi o que pensou de imediato!
Guardou o sapato junto do outro, e sentiu que o melhor que lhe feito era te-los emprestado á amiga. Sem isso nunca teria encontrado o seu amor, ou talvez sim, mas o importante é que estava radiante. O jovem estava fascinado, com a beleza, candura e singeleza daquela jovem. A histórias das famílias não interessam para aqui, pois todos a seu tempo ficaram felizes com a sua união. Nesta história   onde tudo é um sonho, um fazer de conta...,tudo se passa como nas nossas vidas...

Ali perante os anõezinhos  o jovem fez promessas e juras de amor eterno a Branca de Neve. Os Anõezinhos e a avózinha deles, naquela altura sentiam triteza e alegria conjuntamente. Sabiam que Branca ia embora. Haviam de se habituar a ficar sem Branca perto deles, ainda mais, porque não iriam faltar as visitas e todos ficariam satisfeitos. Desde que ela vivia com eles  que todos sabiam que um dia ela  teria que seguir o seu percurso, encontrar um outro rumo, a sua verdadeira casa...
   Os dois apaixonados  foram então visitar Alice. Esta recebeu-os  com muita alegria numa sala linda, com flores por todo o lado, muita luz e pássaros a chilrear, e numa parede um grande espelho bordado de pequenas flores verdes e amarelas. Quando ambos se aproximaram dele, de mãos  e almas unidas  e o olharam ao fundo, o que viram foi um mundo de histórias  a desenrolar sem parar, onde as suas vida decorriam plenas de luz e felicidade. Aquém além, algumas trovoadas e chuvas, mas nada que pudesse assustá-los ou fazê-los recuar.

Aquilo era verdade, estava a acontecer, eles iam ser muito felizes.

Milhares e milhares de histórias podiam ser descritas, vistas naquele espelho. Tudo dependia deles, da sua força de vontade, do seu amor, da coragem que poriam daí em diante em todas as coisas que fariam e da forma como o fariam.

Alice continuou sempre a inspirar as pessoas a não desistirem de desistirem dos seus sonhos. Em frente do seu espelho, a vontade e força de cada um, não se pode desistir nunca..
A vida pode ser um pouco assim, o resultado de uma vontade muito forte de querer e lutar pelas coisas que desejamos…, mesmo as impossiveis...

Está sempre tudo á nossa frente, só precisamos querer muito e lutar por esses sonhos … sempre.

1 comentário:

Ovanliga vantar disse...

gosto muito de este historia