quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dia da mãe 2010


Ouvir de tão longe a tua voz me sossegou.

Sinto uma constante inquietude que me perturba toda e consome as entranhas. Parece que tudo está constantemente inacabado, que existe sempre algo por fazer…, mas na verdade tudo parece estar perfeitamente realizado.

Pensar não sei o quê, também é ser. Mas que sou eu?

Pensar não sei o quê é existir. Será? Mas as gentes que pensam, morrem por dentro  de  mente seca. Os mortos não pensam. Mas eu, será que morri já?

Hoje não há sol. O luar acabou ainda há pouco.

E não fora o comprimido rosa da caixinha de plástico, meu coração bateria muito mais que um martelinho de cuco. Sorte tem a caixinha que se farta de viajar, cumprindo a sua missão com dignidade. Lá dentro tem sempre o que se busca.

Fingi  para fugir, ainda há pouco, que tudo estava bem e disse pouco, o suficiente para ficar bem e ser correcta. Também sei ser discreta e educada.

Dia de todas as mães. Dia da minha, da tua, dia da Mãe celeste.

Agora que eles se foram, ouvir a tua voz me aquietou. O sol voltou, e espelhou toda a sua luz sobre a piscina e os homens e mulheres de faces bronzeados, recebem nos seus rostos energia para viver mais um dia, aquele dia. O dia da mãe, de todas as mães. O meu dia. O dia em que a tua voz de longe carinhosamente me afagou.
Obrigada

1 comentário:

starjammers disse...

Looking good :)