Sinto-me melhor quando estou só e interrogo-me porque esta necessidade do silêncio, de não ver ninguém, de não falar.
Se pudesse nem queria sentir nada. Sentir o quê e para quê? Sentir, faz-me mal…
Não gosto deste calor e o frio já foi embora.
~Este sol aqui é diferente. Seca e queima ao mesmo tempo.
O calor aqui não me afaga, seca-me por fora e cansa-me a alma…
Estou cansada, não tenho vontades, mas quero viver..., só que não sei como fazer…
Apetece-me dormir mas o sono foi-se embora, e gostava de chorar, como se comesse um chocolate, ou dois, ou mil, mas não tenho lágrimas, e não choro nem como, como se o chocolate me tivesse sido proibido e não houvesse mais chocolate no mercado….
Parece que fiquei sem nada. Despiram-me de tudo. Eles cresceram, foram viver no mundo ridículo que destrói os homens, mas foram, todos vamos…
Aqueles em quem confiei traíram-me, mas não sei quem foi…, levaram tudo.
Os sonhos. As histórias. As noites mal dormidas. As prendas das crianças, dos tios e das avós. Os anéis de noiva, e da mulher já feita, e os fios e brincos e tudo, tudo, que tudo é pouco para descrever o que numa vida se consegue reunir aos poucos com dor, com sacrifício e luta.
Que viver mal amada é difícil e muito pouco….
e os que me deram nome, transformaram-me num ser ridículo e inútil…
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