sexta-feira, 20 de abril de 2012

CADA DIA

Todos os dias são iguais.. 
iguais não, que alguns são piores que outros.
Hoje, como ontem, como decerto amanhã, 
estou cansada, mas não encontro o motivo.
Percorre-me o corpo um cansaço que me obriga a ficar parada , 
quase inerte, de olhos fechados para o mundo,
sem pensar, ouvindo atenta só o palpitar e o bater do meu pobre coração, 
também ele cansado....

Perguntar-me-ei infinitamente porque estou cansada 
e não encontrarei nunca resposta.
Mas estou cansada de tudo: do mundo, das pessoas, das coisas vulgares e das outras, 
da chuva, do frio, do calor que nunca mais chega, 
de uns e outros que se dizem amigos, mas não me são nada, 
porque só mentem e fingem, quer por pena interesse ou fingimento, 
mas mentem descaradamente...
O mundo é todo mentiroso, perverso, 
repleto de gente egoísta e má, 
que só olha para o seu próprio umbigo, 
que só se preocupa consigo e tudo isso me cansa...
me cansa e enjoa em demasia.

terça-feira, 17 de abril de 2012

 Hoje não está sol e também não me apetece sorrir, nem conversar, nem ler ou escrever e muito menos dançar, eu que tanto lutei por ter  aulas de dança agoro fujo-lhes como se fossem coisa má.

 Que devo fazer, não sei!

 NÃO CONSIGO ARRANCAR DE MIM ESTE SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA, DE TRISTEZA INFINDA, DE UMA INUTILIDADE QUE ME CONSOME E DESTROI E EU LENTAMENTE DEIXO QUE ME DEVORE INTEIRA.

 Fazer o quê se não sei o que fazer? Nunca sei o que fazer!
 Talvez fazer de conta como outrora , mas para mim passou o tempo do teatro, do fingimento, de tentar esconder  que algo, tudo está mal, só para que perante os outros tudo pareça certo.

  Quem sabe, logo o Sol brilhe e aqueça a minha alma e o meu rosto marcado e vincado pelas rugas da idade e da tristeza, se alegre um pouco.
 Com o aproximar da noite fico sempre mais relaxada ...
 
  É o prenúcio de mais um dia que passou, que não volta a fazer-me sentir o que senti nesse dia e a esperança que o acordar no dia seguinte me traga mais alento e força...não sei para quê, mas no mínimo para evitar que me tente esconder e fugir da vida que passa, cada segundo mais devagar e a que eu tento sempre fugir fazendo por não a ver, porque me dói e faz sofrer.

  Ai se tudo fosse como sonhei, se pudesse sorrir e fazer com que todos os que amo fossem mais felizes por estarem comigo...mas isso é apenas um devaneio...uma travessia de mar muito agitado que nunca fiz e jamais farei, porque o mar secou no meu coração.


Fotos do Google

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A vida!

 Há já algum tempo que aqui não venho.
 Tenho andado ocupada a rever o texto que será o meu segundo livro editado pela Chiado "Mulheres Singulares" e fiquei extenuada.

 Não conseguia ler mais uma linha. Alterava a cada frase que lia o que tinha escrito, pois tudo me parecia mal escrito, mal pensado, impróprio e inadequado para o sentido que queria dar a cada frase.

 Estou realmente muito cansada. Até de ler, de escrever e muito mais de pensar.
 Dizem que não escrevo nada. Riem-se com o que escrevo e como escrevo. Devem ter razão. Também sei que não escrevo nada, afinal nunca fiz nada que valesse a pena.Sempre fiz coisas banais, vulgares.
 Fico calada, sorriu e não digo nada. Fazer o quê, se é a forma que tenho de me defender de uma coisa que hoje faço e é a única que me preenche o tempo e me dá algum prazer?

 Será que o que escrevo , o que agora acabei de escrever tem algum interesse? Se não tem, porque aposta a Chiado mais uma vez em mim?
  Estou cansada, vazia, sinto que não faço nada, não valho nada, não sei fazer nada.
  Trinta anos a trabalhar contrariada numa função que sempre detestei e agora, depois de tanta luta, foge-me tudo a mim e a eles das mãos.

  O meu pai não me fala vai para 5 anos. Tanto tempo a ouvir sair da sua boca palavras curtas, secas, só para perante as pessoas não cair mal o seu silêncio absoluto. A minha mãe e ele não me visitam exactamente desde essa altura. Na minha casa não voltaram a entrar, não que eu o não desejasse, mas porque ele perdeu o sentido deste meu lugar. Não vindo ele, ela também não vem pois apesar de não se darem muito bem, a minha mãe não faz nada que ele não faça.

  Amigos? Não tenho. Daqueles que são amigos de verdade, sim, não tenho e não sei o que são.
  Vamos almoçar ali. Queria tanto falar contigo. Preciso dizer-te que não estou feliz, ou então o inverso. Um amigo de verdade, que nos ouve, apoio  a cada hora que precisamos dele, um grupo de amigos de verdade..não, não tenho. Penso até que ninguém sabe de mim.

  Estou velha e enrugada. Não faço mais que mandar alguém fazer algumas coisas por mim.
  Doutora é o que alguns me chamam, senhora também, mas doutora e senhora do quê se nada tenho, nem mesmo vontade própria? Só tenho muito cansaço.

  Já são muitos os anos que passaram mas eu não dei conta que passariam tão depressa. Deixei-os voar e não fiz nada, para agora olhando para trás sentir que valeu a pena. E sinto a falta de muita coisa, porque vivi escondida, com medo, assustada, sem ter vivido de facto. Sempre ansiosa, temerosa, sempre presa a algo sem saber ao certo o quê, passei a vida a correr à espera de ser entendida e amada e na verdade só vejo que o tempo passou agora que me encontro completamente submissa e rendida à minha falta de atitude.
 Que vida  inútil que levei sem qualquer interesse, cheia de incompetência e um imenso vazio a rodear-me por nada ter feito em prol de mim, dos meus e muito menos da humanidade.
 Sei com toda a certeza, que nunca soube nada.

 Estou de facto muito velha, muito mais por dentro que por fora. Mas vou deixá-los falar e rir do que escrevo e vou continuar a fazê-lo senão darei em doida, sentada numa cadeira qualquer, num canto abandonada sem nada para fazer, sem ninguém para me ouvir, sem conseguir ver o Sol nascer, o verde dos jardins vibrar para não falar do mar que tão longe de mim um dia deixarei completamente de ver e escutar.
 Ou não será já este o presságio do que está para me acontecer um dia?
 Gosto tanto do verde dos jardins, do Sol a bater nas janelas e a vir ter comigo...gosto tanto de tanta coisa e afinal não tenho nada.

  Ando a pensar se valerá a pena continuar a dançar! Será que vale a pena? E se danço como escrevo?  
  Todos se rirão de mim, e fá-lo-ão sempre, porque eu sou assim!
  Afinal talvez esteja na hora de parar.
  Gostava tanto de fugir para algures e começar tudo de novo....

Fotos do Google

quarta-feira, 4 de abril de 2012

...AGRADECIMENTOS pelo meu 1º livro

Agradecimentos

Editora – Á minha editora aqui representada na presença da DRª Ana. Sem a Chiado Editora a apoiar-me, Isabel nunca teria saído da gaveta. Em boa hora recorri a eles, que prontamente aceitaram realizar este meu sonho.

Pedro Pinto - que me ouviu vezes sem conta e continua a escutar os meus lamentos, como se fosse meu psicólogo. Obrigada pela amizade e apoio, pela dança que me descontrai mas pela paciência com que me ouve sempre, e pelas horas que ainda havemos de passar juntos, a dançar e conversar. Pedro é o Director da escola FAME, que gentilmente cedeu o par que abriu em beleza este evento com um Tango Belíssimo.

Adelaide e Paulo – Dançarinos e professores da escola FAME de Coimbra, cujo director está aqui presente, Pedro Pinto, a quem ainda agora me referi, que se prontificaram gentilmente, abrir o lançamento do meu livro com a beleza do Tango. Eles que são exímios artistas a fazê-lo, E desta vez fizeram-no com a maior MESTRIA de sempre. OBRIGADA AOS BAILARINOS E À SUA ESCOLA. OBRIGADA ADELAIDE E PAULO.

Grupo de cordas – Um grupo especial, que imagino ter uma surpresa para me fazer e a vocês, igualmente. Pertencem à secção de FADO da Associação Académica de Coimbra, e eu adoro-os, como a toda a música TOCADA em Coimbra, pelos seus instrumentos e pela sua gente estudantil. Sinto que a música tocada e escutada em Coimbra, tem outro sabor, outro sentir. OBRIGADA a todos se excepção.

Tó – Pela oferta do portátil, que desde o dia em que mo ofereceste, despertou em mim a vontade de escrever em qualquer canto da casa, e se tornou o meu companheiro insubstituível, pois é também com ele que me deito todos os dias, como sabes. Desculpa pelo facto da nossa vida ter mudado um bocadinho desde essa altura, PORQUE AGORA EU NÃO O LARGO, NEM ELE A MIM, ao portátil claro, mas tu foste o culpado. OBRIGADA Pela FORÇA, pelo APOIO, pelo silêncio que preciso e me dás, pela compreensão em todos os momentos sempre que preciso do teu ombro amigo, e ele lá está presente á minha espera. Também pelo facto da cozinha ter deixado de funcionar. AQUI refiro que a culpa não é minha, mas também do fogão que deixou de funcionar a 100%.

ZÉ- Minha filha, pelo teu apoio e todo o carinho. Pelo esforço que fazes no teu dia a dia, em fazer na Farmácia o teu trabalho e o meu, pois eu passo a vida ao portátil, a ler, a escrever, a pesquisar. De facto, devias receber dois salários. Vamos pensar nisso. Obrigada minha filha.

João Daniel – Pela calma na procura da letra. Obrigada pelo azul do céu e pelos malmequeres. Obrigada pela paciência que tem comigo quando procuro informações. Obrigada JOÃO, pela surpresa que me vai proporcionar e aos meus amigos aqui presentes, e que sem a sua ajuda SERIA IMPENSÁVEL.

Liliana- Um agradecimento cheio de carinho, pela paciência com que me ensinou a criar o meu blog. Tudo o que aprendi inicialmente devo-o à Liliana, que pacientemente percorreu todos os campos que eram necessários para que o meu blog nascesse, e eu pudesse começar a escrever ALGUNS PENSAMENTOS meio desordenados que me iam na mente. O BLOG, foi o início de tudo. Nele comecei a escrever, a maioria das vezes muito mal, porque não sei escrever bem, mas foi lá que comecei a escrever, sendo assim que nasceu em mim esse desejo de escrever sempre, cada dia mais um bocadinho, mesmo que mal, com a esperança de um dia atingir o primeiro degrau de alguma perfeição.

João Vasco – Que me apoiou desde o início a escrever contos no blog e mais tarde a converter o que lá fui escrevendo num livro. OBRIGADA PELA REVISÃO DO LIVRO, e desculpa as náuseas que te causei, pois tenho consciência que tiveste muito que rever e corrigir. Nunca esquecerei o mail, que um dia meio desalentada te escrevi, quase com vontade de desistir, ao qual tu respondeste: “ hei-de escrever sempre. mesmo que nunca ninguém me leia. Sempre”. JURO-TE QUE TAMBÉM NUNCA MAIS DEIXAREI DE ESCREVER, MESMO QUE NUNCA NINGUÉM ME LEIA. Obrigada JOÃO VASCO, por me ouvires sempre e mesmo sem tempo, me esclareceres a minhas dúvidas.

Filipe- Obrigada querido amigo. Sem o Filipe, o meu livro não teria pernas para andar, pois sem ter apresentado o manuscrito ao seu amigo DOUTOR Pedro Balaus, Isabel não ganharia qualquer brilho. OBRIGADA FILIPE.

DRº Pedro Balaus Custódio. A este homem,                                                                                    
Tenho tantas coisas a agradecer, que não sei como começar. O apoio incondicional que me deu desde o inicio, sem me conhecer de lado algum, depois de ler o que é hoje o meu livro. O telefonema que me fez, depois desta fase, dando-me APOIO E FORÇA, dizendo-me coisas que nunca imaginei ouvir acerca do que tinha escrito, encorajando-me sempre, quando eu me sentia uma pequena UMA formiga, ao lado de UM elefante.
A alegria que me deu quando se ofereceu para me fazer o prefácio do livro, não tem limites, nem FORMA de EXPRIMIR em PALAVRAS, mas ficarão guardadas dentro de mim para sempre, pois há sensações indescritíveis.
Obrigada pelo Prefácio extraordinário, que fez brilhar cada história da Isabel, valorizando completamente o meu livro “Aqui vai o lenço”. Obrigada, por cada mail de apoio e energia e muito encorajamento, desde essa altura, até agora.
Obrigada pela nossa conversa, quando nos conhecemos, POR TODAS AS PALAVRAS que me abriram os olhos, ensinaram muita coisa e foram o maior incentivo para eu não desistir e procurar uma editora para Isabel sair da gaveta.
Muito OBRIGADA POR TUDO, Doutor Pedro.

AOS Meus amigos aqui presentes:
 -Ao SRº PRESIDENTE DA câmara DE Soure Dr João Gouveia.
 -Á Srª Vereadora da cultura de Soure, DRª Ana TRENO,
 -A todos os que os acompanham muito obrigada
 -Ao Sr Eng. RICARDO Assunção e sua ESPOSA que se deslocaram de Lisboa até aqui para se juntarem a nós neste momento,
 -Ao doutor António Simões Do INSTITUTO PEDRO Hispano da GRANJA, minha terra há 33 anos.
 - À DRº ELISA, pelo seu apoio…
-Ao Pedro e à Tânia, obrigada pela presença e pela divulgação deste evento para mais de 3000 pessoas… e ainda bem que não vieram todas, pois não caberíamos aqui. Mas adorei esse gesto de imenso apoio e carinho.

A todos sem excepção,…, um grande obrigada por terem vindo, pois sem vos ter aqui , este momento não teria qualquer significado.
Agradeço que me desculpem algum esquecimento, mas penso que está na hora de me calar e prosseguirmos, caso contrário nunca mais passaremos ao bufete.


...MESMO ASSIM AMEI !!!


Não sei se na vida  amei e fui ou não amada, por completo, 
porque não o soube fazer,
não me fiz entender, e por isso não sei se mereci ou não ser amada como sonhei, 
mas quando morrer quero que todos saibam que mesmo assim AMEI!!!!
Queria receber muito, receber tudo, 
mas tanto, que não imagino o quanto, porque quando se ama dá-se tudo 
e  o que se recebe não se deve pedir, 
só aceitar de volta, pois o amor  não tem medida de troca …
Queria sentir se possível as tuas mãos passarem no meu corpo como se fossem seda e sentir frio e ter desejo de fugir,  mas ficar ali parada à espera que as tuas mãos e o teu corpo, serenassem o meu corpo frio, ardente de desejo, 
e permanecessem nele e ali ficassem e o despertassem …tanto que nem sei.
Queria sentir ainda o que aos poucos me fugiu, e já não tenho mais comigo!
Esse amor escaldante de quando se é jovem, 
esse fogo ardente que nunca segurei comigo, 
que me fugia sempre, mal me tocavas ao de leve, 
que nunca me visitou deveras, nunca foi meu amigo, 
amor físico mal comportado, mal tratado, impróprio, mal feito,
e que hoje não sei por onde anda, onde se esconde. 
Amor que nunca vivi como queria, 
mas que continua a povoar os meus sonhos de quando em vez…
 Porque mesmo assim lhe sinto a falta,
 porque sei que existe, e se é possível existir, e é, para mim foi-se de vez, partiu, escondeu-se nalgum sitio bem longínquo, 
algures onde nunca mais conseguirei vislumbrar-lhe a cor, o jeito, a graça…

 Preciso gritar para o mundo esta carência, esta falta, este sufoco, 
esta ausência de te não ter tido inteiro como sonhei, 
e tu ali sempre tão perto, 
que só muito tarde me dei conta que os sonhos nos traem, 
nos enganam, nos levam à pobreza física, à desgraça,
nos fazem morrer devagar, tão devagar que não se sente, mas nos mata,
e tenho que o dizer senão morro depressa, 
e não quero morrer sem deixar isto tudo por dizer!
Senão, quando morrer não morro inteira!                           
NÃO, mas se na vida não amei por completo, 
porque não o soube fazer, não me fiz entender, 
ou não mereci ser amada desse jeito, 
quando morrer quero que todos saibam que mesmo assim amei e fui amada, 
Sim AMEI!!!! ainda que de uma forma diferente, 
MAIS DURA E CRUEL, mas mais intensa.

Aquele dia AZUL :=)

Naquele dia Isabel acordou animada. 
Deixou-se ficar na cama até que o corpo lhe pediu e o tempo permitiu. Escreveu, leu e sonhou como seria tudo nesse dia. A hora do pequeno-almoço passou, mas não tinha fome. Estava tão tranquila, que nenhum dos seus órgãos reclamou coisa nenhuma.
Levantou-se e fez em casa absolutamente o necessário. 
O dia era demasiado importante para se preocupar com ninharias. Um almoço rápido mas suficiente, tapou as necessidades de manutenção de energia no corpo.
Na hora de se arranjar para sair, Isabel pensou que naquele dia tinha que parecer bem, e tentou arranjar-se como uma senhora muito segura de si. Ela estava realmente muito segura de si.
Quando chegou á livraria, ia estranhamente calma. Pelo sim pelo não antes de sair de casa, tinha tomada o comprimido milagroso que em situações limite, funcionava sempre.
Aquela era uma situação nova, diferente de todas as que já tinha vivido, mas era a mais importante de todas. Nem casamentos ou nascimentos, baptizados ou comunhões, namoros ou trabalhos, ou fosse o que fosse tinha tido alguma vez importância para ela, como aquele acontecimento.
Entrou e ficou inebriada pela cor, pelo cheiro. Tantos livros e todos pareciam ocupar o sítio certo.
 A montra azul denunciava logo o que passava. Lá dentro o azul espalhava-se por todo o lado. Ao redor livros de todas as cores, e conteúdos preenchiam o espaço da livraria. Isabel sempre gostou de livros apesar da dificuldade em escolher os que deveria realmente ler. Sempre adorou o cheiro dos livros. Todos eram o que desejava. Mas todos, não eram os possíveis para ela. Isabel nunca conseguiria entender o que a maioria deles dizia. Não fora muito boa a português, e sempre entendeu melhor com o coração, mas a vontade de ler histórias que a fizessem sonhar e voar para outros universos, era mais forte.
Sempre gostou do cheiro dos livros, desde muito cedo, quando passou um ano fechada em casa doente, que gostaria de ter podido ler histórias de encantar. Por isso ficou por aí, e são ainda essas as histórias que povoam a sua mente.
Apareceram amigos, familiares, companheiros, professores, colegas, muito bem postos e animados, embebidos da mesma vontade de participar e acompanhar aquele momento primeiro e único.
Isabel com uma calma que não lhe era muito familiar, gostava de tudo o que via e muito mais do que sentia. Todos estavam bem, e aquele menino homem de camisola vermelha com um blazer, era o seu rei. Movimentava-se por entre prateleiras, mesas de livros e pessoas, como se aquela fosse a sua casa. 
Isabel sabia que ele estava feliz como nunca, e a sua pequena estrela, movimentava-se igualmente feliz como ele, espalhando os dois, naquele espaço um brilho de luz, calma e felicidade que aos poucos contagiou toda a gente.
A eloquência das palavras ditas e ouvidas entrara no coração de Isabel e lá permaneceram para sempre. Á frente viu, ouviu, compreendeu e sentiu tudo, como nunca. Viveu os momentos mais encantadores e fascinantes de toda a sua vida, sem medos sem nervoso ou ansiedade. A felicidade e emoção contagiaram toda a gente. Na sua mente a imagem do menino rei, de camisola vermelha que falava com a alma e com toda a inteligência e magia, ficaram gravadas para sempre no seu espírito. Isabel sabia que o seu Sol nesse dia brilhou mais alto, e que cada vez brilharia mais.
Por momentos o mundo todo estava ali e por aquele momento tudo tinha valido a pena. Um enorme raio de luz brilhou naquela sala e a emoção que envolveu todos os presentes fez perpetuar para sempre a magia daquele momento.
Isabel não sabia o que dizer, o que pensar. Estava calma e irradiada de uma felicidade como nunca. As lágrimas eram de eterno prazer e felicidade. Não tinha vontade de mais nada. Queria  não sair mais dali.
Beijos, abraços, parabéns, tudo devido e merecido, e tudo, muito pouco para tão grande feito.