quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A amizade

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Felicidade

Dizem que a felicidade existe,
mas que não dura para sempre!
Acredito que sim,
não é eterna, nem permanente,
anda perdida algures,
e temos que a buscar constantemente!

A felicidade,
quando aparece,
é um mero instante,
uma bênção vivida no presente,
passo a passo,
vivida em paz como um relampago ,
sem lágrimas no rosto,
lentamente,
com a alma limpa de tristezas!

Percorrendo o caminho que é a vida,
para sentir a felicidade,
é preciso amar e ser amado,
viver portas abertas com o perdão…

E quando um novo amor bater à nossa porta,
porque encontrou no seu caminho outra morada,
a nossa,
não se deve afugentar,
nem ele a nós..!

É deixá-lo entrar,
abraçá-lo bem forte,
confortá-lo, aconchegá-lo, dar-lhe guarida.

Porque há muitas formas de amar,

mas o devemos NUNCA deixar escapar!!



Porque o amor é o único caminho,
para  encontrar a felicidade …!

domingo, 26 de setembro de 2010

Bilhete

       Se tu me amas,
       ama-me baixinho.

       Não o grites de cima dos telhados,
       deixa em paz os passarinhos.

       Deixa em paz a mim!

       Se me queres,
       enfim,

       ...tem de ser bem devagarinho,
       ...amada,

      ....que a vida é breve,
      ....e o amor
      ....mais breve ainda.


             Mário Quintana

sábado, 25 de setembro de 2010

Mais Leve....

Na verdade é o que sinto e nada mais,

Uma certa leveza,

Não muito, mas o suficiente para me sentir mais solta!

De um momento para o outro, parece que me saiu de cima uma carapaça.

Um peso enorme que me sufocava,

me empurrava viva contra o solo!

Uma força estranha que me atraía para a terra,

e parecia querer enterrar-me viva…,

transportando para as minhas pernas um cansaço sem fim,

esvaziando-me de forças, da vontades, de tudo..

… não sei porquê, mas na verdade algo se modificou..

Nem quero prolongar este pensar,

pois tenho medo que tudo seja um sonho e algo se perca!


Quero ficar assim,

ficar assim não,

quero melhorar,

ficar mais leve, poder ser livre, e solta…

Ter o ar todo do mundo, para respirar,

...respirar, e sorrir, e chorar,

e ter o sol para ver, o mar para olhar,
e todo o mundo certo ou incerto não importa
ou tosco para apreciar,

sem ter medos…, nenhuns medos,
                                                        
e quem sabe um dia até poder voar…!



Ele e Ela

 Mais uma vez fê-la chorar!
 Ela sabe que não é por mal, mas aquele bem querer em demasia é de tal forma intenso que fere e doi e  o sentimento de posse faz doer, quando não se pode ter o que não é nosso.
 Estarem juntos é sempre muito bom, mas os segundos são escassos, que todos têm que ser muito bem vividos e aproveitados!
 Mais tarde ela recorda cada um dos instantes como gotas de água que lhe refrescam o coração e a mente, como se fossem agua fresca que bebesse para matar a sede de muitos dias no deserto...
  Seria mais fácil esquecê-lo para sempre, fazer de conta que já não existe, que se perdeu no mundo, que fugiu para algum lugar distante, que nunca existiu! 
 Voltar a tê-lo ali tão perto, ajudá-lo daquela forma,  volta a despertar nela sentimentos de posse que ela não tem sobre ele. Isso fá-la  sentir outra vez medo de o perder!
 Ele não é dela, não lhe pertence. Não é coisa sua, então como pode  pedir-lhe, quase exigir dele, certas coisas, se ele não se lembra de lhas dar,  porque nem lhe passa pela cabeça que apesar de simples  são importantes para ela, porque não as sabe valorizar, porque não entende o valor que elas representam para ela, ou será que  ele deveria ser mais atencioso ?
 E naquela noite ela saiu a chorar, porque aquela musica que ela ouviu, tantas vezes com ele a caminho da escola, esperava tê-la dançado ali com ele!
  Uma simples quimera, um devaneio, um sonho de mulher criança, para ela que podia quase ser sua avó!
  Mas o convite não surgiu, e num rompante tudo foi muito rápido, demais que o desejado!


 Ela saiu atabalhoadamente, sem despedidas, sem ter lhe dito adeus como queria, com um sabor nostálgico, um vazio dentro de si, um sabor a nada, sem conseguir evitar que as lágrimas lhe banhassem os olhos fartos de olhar a sala e esperar  algo que nunca chegara, porque aquele não era decerto o seu tempo, o seu lugar....
...Que ciumes conseguia sentir daquela gente (amiga) que lho roubava assim, daquele jeito...!

O meu Deus


 Se Deus existe e eu creio que sim,

porque a natureza mo diz a cada instante,

Porque não passa Ele à minha porta?

Porque não entra e enche de luz a minha casa,

a minha vida ?

Porque não poisa, a sua mão sobre o meu ombro,
não faz esvoaçar sobre a minha cabeça o seu manto imenso e puro,
ou simplesmente inclina sobre mim o seu olhar,

que isso bastaria para fazer de mim uma pessoa mais tranquila…?



- Preciso tanto de ti Senhor e amigo..

-Estou só e tenho medo…

-E frio!

-E tremo assustada…

-Não sei que tenho, mas Tu sabes,

-Eu sei que Tu me entendes!

-Falta-me o ar neste planeta imenso, vazio e oco,

-E não sei como controlar esta ansiedad                





-Vem meu Deus, vem ter comigo,

-Vem ajudar-me a suportar tanta tortura,

-Se inclinares o teu olhar sobre mim,

 tudo será mais fácil,

- e se puderes entrar dentro de mim,

-mesmo que eu ande longe e perdida,

-não me abandones!

-Fica comigo e eu terei mais paz!



Se Deus existe e eu creio que sim,

Porque mo disse o nascer da madrugada ainda à pouco,

Por onde anda Ele que não me visita nem de rompante,

E inundar de luz e calma a minha vida, fastidiosa, triste e doentia…?





  …..Quando puderes Senhor , lança-me o Teu olhar ….!!!!!

   E eu sei que se O fizeres,
  só isso bastará  para eu ficar mais tranquila,

  outra mulher...!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O nosso canto


Quem disse que há sentimentos ou desejos que me estão proibidos?
Se alguém pensou de mim tal coisa, deve estar louco!

Eu sou igual a toda a gente,
e como todos sou cruel e má, tenho desejos,
e sentimentos menos puros...

Podia desejar outro alguém ali deitado,
enroscado ao meu lado, mas não quero!

Apesar do amor fraco, mal sentido, mal amado!

Nunca desejei para mim, esse outro homem,
apaixonado ou amante.

Esse outro amor, esse outro amado,
nunca me apareceu,
não o procurei,
nunca o conheci, nem ele a mim!

Talvez por isso, nunca o desejei ter em nenhum lado,
amor perdido, amor louco, amor ausente!
Muito menos ali o desejei,
naquele sitio de deleite,
que é dele, que é meu,
que é, foi e será sempre o nosso canto!

Deita-se a meu lado cansado e eu sinto-o quente,
 aquece-me demais a alma, dá-me paz,
dá-me conforto, tira-me o medo do escuro da noite,
do zumbido dos fantasmas,
que me atordoam à toa a mente,
continuamente todos os dias…,
que  teimam em se deitar comigo,
me assustam e tiram o sono,
tomando conta de mim,
como se eu fosse coisa sua,
como se aquele lugar lhes pertencesse!

E eu revolto-me, luto contra essa força oculta que me me prende !
Viro-me, retorço-me, dou voltas e mais voltas!

 E ele a meu lado a dormir,
 Parece um anjo…,
 que o sono vence os corpos cansados,
 que  cedo desistem  de amar fisicamente,
 mas que amam com o seu coração enorme, todo o mundo…!

Afinal a que podem conduzir a minha revolta, os meus fantasmas ?

E com o bater do seu coração acalmo,
 e sem me aperceber acabo por adormecer...!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Zanguei-me com o tempo

Zanguei-me com o tempo,
esse malvado, sisudo, rabugento, mal-criado !

Não o tempo do relógio, que esse corre lento a olhar para mim,
mas o tempo que me aquece ou me esfria conforme o vento !

Ontem bonito, hoje acordou mal humorado!|
 Sombrio, mal encarado,
 transportou para mim uma porção de emoções fortes.
Mas que posso fazer,
 se ele faz sempre isso!
Carrega sobre os  meus ombros fardos presentes,
 que ele sabe que me ferem e magoam,
mas que teima em me oferecer gratuitamente,
sem eu os querer, nem desejar,
...que já lhe pedi, já lhe roguei, que não me desse,
mas que ele teimoso continua a oferecer-me honrosamente,
e a colocar sobre os meus ombros como albarda,
como se fossem um capote ou  uma capa de rainha
tanto me  faz...,
… mais uma vontade de chorar que não tem fim,
…outra de me esconder em qualquer canto,
  e outra de fugir de toda e qualquer coisa,
e não saber o que fazer, e não querer fazer mais nada…

Ele sabe que não gosto dele assim,
mas continua a acordar-me muitos dias,
com essa cara deslavada negra e feia que me assusta,
 me transforma, me põe triste,e me deprime… !

Gostava ainda de me sentir uma criança, brincar pela rua,
poder mandá-lo passear!

Sorrir feliz e ser contente a qualquer hora, (que vontade de rir me deu agora)!!!…
Aplicar-me aqui, entreter-me ali,
 e vê-lo passar sem lhe ligar, nenhuma …
Importar-me pouco ou nada com o tempo que passa,
com o tempo que faz agora e sempre!

Mas o tempo mói-me, mostra-me má cara,
 e submissa,  encostada a um canto...
simplesmente espero que o feitiço passe..., e  mude com ele!

domingo, 12 de setembro de 2010

Injustiças

Ser maltratado, injustiçado, desacreditado perante o mundo, por situações confusas, complexas, que realmente não se cometeram, ser-se punido injustamente, descriminado, injuriado, e castigado, por  actos que realmente não se praticaram, mas que se encontram distorcidos e não existe maneira de se mostrar a verdadeira face, é de uma desumana crueldade!
Cria no homem um sofrimento sem tamanho, uma revolta sem limites!
Acusado de actos  crueis, contados com os minimos detalhes, muitas vezes contraditórios, que testemunhas se prontificam a jurar ser a verdade, descrevem como sendo reais, com toda a convicção, que comprometem seriamente a pessoa, ainda que em plena consciência ela, mas só ela tenha a certeza absoluta nunca  ter praticado tais actos como muito menos como são descritos!
 Perante a lei, e os jurados, demonstrar que aquele enredo é falso, e  que o que foi testemunhado não é verdade, é dificil, impossivel, é vil e traiçoeiro, por não ter provas aceites como reais! Não basta a palavra do homem, ele tem de ter testemunhas, e pode não as ter, simplesmente porque numa certa altura pode ter estado só, e a sua palvra não basta!

A falta de provas absolutamente concretas, resultam muitas vezes na acusação de alguém que realmente é inocente e lhe destroi a vida para todo o sempre!
Assim como se pode não incriminar e inocentar uma pessoa, se a sua defesa for  bem estudada e muito bem argumentada !

Transformar situações de forma a torná-las de irreais e pouco prováveis, em autênticas e medonhas noticias que enchem revistas, jornais e TV , existem, e elas são capazes de destruir e castrar vidas,  de aniquilar famílias, dignas de filmes de terror.
Estas situações vivem-se e  infelizmente cada vez mais, bem perto de todos nós!

A injustiça existe, é real, destrói famílias, aniquila-as completamente pois todos eles são vitimas, o vitimado e a familia!

Castigam-se os assassinos, os ladrões de bancos, os vigaristas…., todos aqueles em que o crime evidencia o delator, mas há tantos casos em que  tudo se arrasta, e por falta de provas, ou porque as que existem não se consideram como tal, tudo fica como está … á espera !!!!!

É incapacitante ter-se a certeza de que se é acusado de algo que não se fez e não ter forma de provar exactamente, com toda a certeza e ao rigor que nada se fez, e haver um grupo de pessoas vindos não sei de onde, que de memória frágil comprometa de vez o nosso julgamento e destrua para sempre a nossa vida ….!

Por outro lado, deixar em liberdade pessoas que cometem crimes bem planeados ou momentaneamente arquitetados, mas feitos de forma  segura sem deixar rastos aparentemente visiveis, que dificilmente é possível apanhá-los, mas quase garantidamente se tem a certeza de quem os praticou, e a justiça não actua, porque diz que as provas existentes não são suficientes. Parece um paradigma !

Se uma pessoa confia a chave de sua casa a uma emprega, sai de manhã e entra á noite, naturalmente quando chega, não anda todos os dias a conferir caixas, gavetas, gavetões…

São pessoas confiáveis, mas que fazer! A dona da casa precisa de trabalhar, e confia a sua casa e chave da mesma á empregada!

Coitada, é tão simpática, mas ficou doente…!
Náo pode ser, começa a andar doente , falta muto ao trabalho, mete baixa , até que um dia resolve que o melhor é deixar de trabalhar! Decide rescindir o contrato...

 Para levar a um casamento, a dona da casa, procura numa caixa um colar e não o encontra. Alarmada, dá uma olhada geral ás suas coisas e repara que despareceram várias peças!
Quem terá sido, se em casa tudo estava em ordem, não existiam sinais de roubo, vandalismo?
 Depois de feita queixa à PJ, e alguns inquéritos feitos, isso não deu em nada. A dona da casa ainda se sentou no banco dos réus por ter dado á policia o nome de uma pessoa, que nas férias da empregada ficou com a chave da casa porque também por lá passou a fazer limpeza...

Mais tarde, uns meses depois, quando foi a um baptizado a dona casa verificou, quando foi colocar um anel, que de todas as caixas, todo o ouro e brilhantes, de todos os locais especificos onde guardava as suas joias nada restava!
Tinham desaparecido todas as joias, e tudo o que era amarelo e se pudesse parecer com ouro desaparecera  numa limpeza confrangedora, sem deixar vestígios nem  nada desarrumado.
Entretanto a empregada  nessa altura já pedido rescisão de contrato, porque se sentia cada vez mais doente e passava a vida a faltar! Estava com uma depressão!
Alguém que supostamente, tinha que conhecer muito bem a casa, levou todo o ouro e brilhantes , deixando a casa muitíssimo alinhada e demasiado arrumada!

Situações diferentes mas de alguma forma semelhantes e injustas!
Num caso é-se castigado porque as provas indicam que o  individuo fez algo que realmente não fez e o individuo não consegue provar o contrário, no segundo caso, o furto, alguém, que só pode ser quem tinha as chaves da casa e a conhecia muito bem levou as jóias todas, mas não há filme, o cão não fala, e portanto não há provras do ladrão a sair com elas de casa!
Impressões digitais a policia não tirou, pois disse que não valia a pena.
O Ministério Publico feito o interrogatório não encontrou provas para seguir com o processo para Tribunal…, e o larápio vendeu as jóias , guardou o dinheiro e ficou impune, e a dona da casa deprimida e com as caixas vazias e arrumadas.... !

A vida é traiçoeira, e descansados nas nossas casas, nunca saberemos quando é que não teremos um dia destes, uma qualquer surpresa desagradável e medonha á nossa espera !

Assim vão as leis do nosso país, confusas, complexas, castradoras, injustas, e não perfeitamente imunes!

Ninguém está isento de se envolver nelas !

Eu sem nunca o ter imaginado, vi-me envolvida com a justiça e injustiçada, e comigo tenho uma prova que não consigo que aceitem ser a prova do furto, mas por DEUS juro que  é !

sábado, 11 de setembro de 2010

Aquele instante


Eternizar naquele instante a vida, o tempo, e todos os sentidos.

Querer viver e estar eternamente assim ali, sem ser mais nada.

Deixar-me voar, pairando outros mundos deslumbrantes!

E sonhar que aquele é, e sempre foi o meu lugar.

Querer permanecer eternamente nesse instante,

Como se por segundos nada mais importasse ou tivesse  outro sentido!

…que e a vida sem ele, sem aquele enlace, aquele rodopio mais que perfeito, é mais amargo e triste…

E sentir que eu e ele naquele instante unidos dançando,

éramos  sózinhos o mundo e a vida!


Não sei que raio de força estranha me une a ele!

Uma força que me atrai, me alegra, e anima,

mas cada vez  mais vezes me machuca e doe!


Tentar esquece-lo não é fácil.

Vê-lo frágil e indefeso, é duro, impossivel e penoso!

Gostaria de o ter sempre comigo,
como se fosse coisa minha!

Como o ar que respiro e  o sol que me ilumina!

Mas não posso, que o ar e o sol  não são meus, e habitam comigo todos os dias, e ele é do mundo !

E sonho e guardo, aquele instante como meu e como nosso….,
Como coisa eterna e exclusivamente minha….

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

As férias

Sem ter horas marcadas para nada, férias é o tempo de acordar de manhã, quando os olhos definitivamente abrem e decidem não querer dormir mais e despertos se aprontam para mais um dia de puro lazer!

Férias! Viver dias de preguiça intensa, fazendo o estritamente necessário: levantar, comer, tomar uns banhos também de mar claro, caminhar um pouco, ler, preguiçar bastante, e vaguear a mente por todo o lado, por tudo o que se passa á nossa volta insistentemente, vaguear igualmente pelo passado e perspectivar sem grandes nuances o futuro!

Pensar, é o que ocupa mais a nossa mente, mas sempre num estado de letargia completa, que o corpo relaxa infinitamente, e emerge numa preguiça profunda e completa, e o que impera é mesmo o descanso pleno!…

Chegado o final de um ano de trabalho nada de férias sem Sol, sem mar…Isso é impossivel de pensar!

É necessário sentir o dourado deixado pelo Sol na nossa pele, o cheiro do mar penetrar nos nossos poros, enterrar os pés na areia molhada e depois escaldá-los na areia bem quente da praia!

Não há férias sem os corpos suarem na areia estendidos ao Sol, ou a jogar á bola..., e irem depois á beira-mar num ritual constante, refrescar-se no mar…

…e jogar andebol, e ao prego, e as construções de areia, e as crianças que brincam com baldes e pás, e os jogos dos jovens, e as caminhadas á beira-mar, tudo isso faz falta para acabar o ano velho, e um ano novo começar…

Visitar museus, monumentos, cidades históricas, países turísticos…., tudo muito lindo, mas se não há mar, isso é outra coisa, visita de curso, visita de estudo, passeio turístico…, tudo o que lhe quiserem chamar, mas sem Sol e sem mar, não são férias para relaxar!

Esses passeios fazem-se de Inverno, quando o frio aperta, com neve, frio, de botas calçadas, casacos abafados, gorros, luvas e cachecois,…bonito decerto, mas não férias para o corpo e o espírito descansar, são férias para enriquecer a nossa cultura, conhecer o mundo....



Mas no Verão, devemos ter um tempo para passar junto ao mar, para o contemplar e admirar, e então voltaremos de férias renovados e frescos, cheios de força, que a energia que o mar nos dá e o Sol nos transmite é sempre positiva e ajuda-nos a recomeçar com mais animo o novo ano...e quem sabe capazes de arriscar e visitar um pouco do  mundo!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Menino estrela(cont)

Não estava zangado, e porque deveria estar se ela sempre quiz somente a sua felicidade!

Vê-lo ali, naquele bar áquela hora ,sem nada combinado como era sempre habitual fazerem antes, só com o olhar que trocaram fez renascer no seu coração a esperança de que afinal ele não esquecera tudo o que ela lhe tinha já feito! As ajudas eram recíprocas, que o dinheiro não paga tudo, e ele deu-lhe companhia, apoio, ouviu as suas queixas e lamurias, fez-lhe companhia, e mais importante que isso, ensinou-lhe pacientemente a dançar, passo a passo, como se ensina um bebé a caminhar…

Trocaram poucas palavras, como era uso deles. As conversas sempre foram mais dela, ele limitava-se sempre a ouvi-la atentamente!

Crescera, estava diferente um belo homem, ela envelhecera, a madrinha, como ele  passou a chamar-lhe tempos idos, estava mais velha, mas ambos precisavam um do outro, qual abrigo velho resistente ás tempestades, esquecido nos Verões quentes, mas onde se retorna nos Invernos rigorosos, ela o abrigo ele o abrigado…

Com um dedo ela convidou-o a dançar, e ele que estava encostado ao balcão do bar foi ter com ela. Vinha a sorrir, dizendo que já não se lembrava de nada, já não dançava há muito tempo. Pura mentira, comparado com  ela dançava como um príncipe, o melhor bailarino do mundo!

Como outros instantes, aquele momento, ela guardou-o delicadamente na sua memória, fixou-o como se fosse o ultimo, por ser belo, inesperado, para não lhe tocar sequer, não lhe tirar o fascínio e encanto!

Queria guardá-lo intenso, como àquele abraço puro que ele lhe deu, quando  a abraçou ao dançarem juntos a “bachata” daquela forma latina única, que só ele sabe transmitir…, e que ela nunca mais vai esquecer!

Obrigada menino lindo, filho de ninguém, que eles nunca  fizeram por merecer, não souberam nem quiseram proteger, não amaram como filho, nem como enteado, nem como emprestado….., mas que ela quis como seu filho do coração !

Ele vai procurar sozinho os seus sonhos, buscar a felicidade, mas ele sabe que pode contar com ela….

Menino lindo,sua eterna estrela, seu bailarino….!

Menino estrela

A ela pareceu-lhe sempre lindo, moreno e simpático, muito simples e diferente!
Sempre triste, com ar indefeso, mas  limpo e arrumado, sem saber nada dele alé do que o que via, ela sentia-o necessitado!
De poucas ou nenhumas falas, como se as palavras nunca o tivessem visitado, dele pouco ouvia além das instruções das aulas, e mais nada.
Calado quase mudo, mas atento, mexia os pés com tal mestria ao som da musica…, que  ela ficava magnetizada a vê-lo e a ouvi-lo!

Um dia sonhou  e desejou com muita força,que um dia dançaria assim, que os seus pés também seriam capazes de se mexer daquele jeito, e olhando para ele pensou que os improváveis por vezes acontecem…

Nunca desistiu, passou horas, dias, anos …,e com a sua ajuda, e a força de vontade e trabalho dela o impossivel foi acontecendo, e os pés dela começaram a dançar sentir feliz e a fazê-la feliz!
 Bailarina como ele não, isso era  impossivel, que ele é mágico, e os seus pés são diferentes, porque são os seus pés, mas ela percebeu que o que o viu fazer naquele dia e lhe parecia a ela inexequível, estava perfeitamente ao seu alcance, fora só uma  questão de muitas e muitas horas de treino, durante alguns anos...., que ela conseguira porque nunca desistira!

Sentia-se uma vencedora e em parte devia-o a ele, a todas as horas que com toda a sua paciência e arte lhe tinha dedicado!
Passado tanto tempo, vê-lo ali assim daquele jeito inesperado, sem se ter feito anunciar, sem que nada o fizesse prever, depois de tantos factos terem ocorrido que pareciam levar ao esquecimento total da amizade de ambos, parecia um milagre, ela estava incrédula!

Quando ele entrou ela olhou-o de imediato, e simplesmente trocaram um sorriso cúmplice. Afinal tudo estava bem, toda a tenção se tinha esvanecido e  naquele momento, naquela simples troca de  olhares, ela soube que tudo estava bem. Mesmo que algo tivesse acontecido anteriormente, naquele instante perdera completamente todo o interesse!
Tudo estava bem, ela sabia-o!
E ele estava mais lindo que nunca, mais homem, diferente!
O trabalho, e as dificuldades da vida tinham-no transformado,...mas para melhor!

Vestido de preto, quando ele entrou ela viu um homem não um menino, parece que a sala se  iluminou, e a ela irradiou-a uma luz diferente !


Não o esperava ali, há muito que não o via, e ela sorriu de imensa felicidade ! Continuavam com a mesma cumplicidade!

O mar

O mar!
Sempre o mar que me aguarda todos os anos, no seu bater constante, mesmo antes de eu ali chegar pela primeira vez…
Ao longe, barcos baloiçando suavemente contornam num vaivém contínuo o ondular terno do mar, parecendo o berço de um bebé adormecendo…
E junto à costa o mar nunca se cansa, bate e rebate, avança e recua, e na areia  espraia em lençóis a espuma branca e água salgada, que ele atira zangado e ora estende ora recolhe, num vaivém constante !

Ao contrário de mim o mar nunca pára, nunca está cansado, não é preguiçoso, nem tem sono…!

 As ondas levantam e quebram freneticamente, invadem a areia e depois a fugir correm e voltam ao mar porque lheS pertencem, e sôfregas de energia querem lá ficar, mas por pouco tempo, porque o mar revolto de novo as devolve à terra, como se estivesse zangado delas,  regressando sempre ao seu regaço…..
Como se o seu o lugar, fosse antes o areal molhado e não o mar eterno…

Na areia seca, na praia mais acima aquém do mar, onde o Sol peneira o ar, corpos mei nus, apanham energia, radiações  que o Sol  lhes dá, mas em demasia e sem protecção, devemos dizer-llhe basta!
Atenção á protecção solar, horas de exposição e produtos a utilizar...Se não nos amarmos, quem nos vai amar? 

Corpos gordos, magros, de pele mais clara ou mesmo negra, feios, alguns bonitos, mas poucos, de todas as idades e sexos, mas todos expostos ao Sol  virando de um lado e de outro o corpo meio despido, tentando iluminar o epírito á medida que o Sol lhes penetra a pele...

Um mergulho, e outro nesse mar infindo!
E o mar não para e em cada mergulho limpa-se a alma e  a vida parece outra, toda se renova!
O homem sem medo atira-se ao mar, mede forças com ele, como se mar fosse seu, como se o conhecesse…, e faz isso vezes sem conta, sem pensar, sem nada temer, mas o mar é mais forte, e há dias que cansado de tanto bater, o mar sôfrego fica com ele… Coisas do mar!

 Uma  aragem suave faz abanar a  franja azul do chapéu de sol que dá a sombra onde me delicio deitada !
 Ela refresca também o calor mais intenso da minha pele quente, e repentinamente pelos meus olhos passa uma vontade enorme de os fechar e sonhar!
 Estamos nitidamente de férias!

 A musica que acompanha os meus sonhos  é o mar, o bater das ondas que é constante, metódico, que não dorme, não se cansa e visita o areal sem se fazer anunciar, trazendo constantemente noticias na sua espuma branca… E ao som dessa musica, dormir cinco minutos parece uma hora, mais que suficiente para relaxar!

 E ao som deste batuque o sono vai e vem naturalmente como uma sede, e protegida pelas rochas que me rodeiam, aquele é o melhor quarto do mundo para descansar…O mais seguro, o mais belo, natural e tranquilo..

Quem me dera ficar ali, toda avida, assim, daquele jeito, meio vestida meio nua, sem pertences, e sentir aquela calma cada instante…, ter como imagem o mar, o céu, a areia, e o Sol, sentir uma ligeira aragem a refrescar-me o rosto e toda a pele…, e depois solta sonhar, e voar como um pássaro sobre o mar…

 Neste segundo parece que tudo está certo, e nem sei se há mais mundo....!

 Se pudesse, guardava-o para sempre num frasquinho de perfume e usava-o de manhã todos os dias ao acordar…
 Gostaria de sentir sempre esta magia, este encanto, de a ter comigo presente todos os dias como agora…..,


…. , se isso fosse possível  seria porque a felicidade existe!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

As mãos

Mãos que falam, que tudo aprendem, que tudo sabem!

Mãos que tudo percebem e entendem, que trabalham, que mexem, procuram...
Mãos que estudam, pesquisam, que crescem, que dançam, que equilibram o corpo e a mente …

Mãos calejadas, duras, esforçadas, trabalhadoras, pouco sensíveis, mãos incansáveis, cansadas mas persistentes…, que buscam na vida sobrevivência !

Mãos que acariciam, que afagam ,ternas e doces, que tiram dor, e sofrimento, que dão amor..e são amadas!

Mãos que choram, que sofrem, que suplicam, que buscam paz, e que a imploram!…

Mãos que lutam, que sentem o bem e o mal e se desesperam, quando a roda da vida falha e empanca e pára! …
Mãos  sensiveis, doces, macias, que tudo sabem, entendem, que têm razões e pensamento…, mãos companheiras e amigas, ordeiras, presentes, mãos felizes e contentes...

Mãos tristes e infelizes!

Mãos que amam sozinhas uma flor!
E o seu amor!
E toda a natureza !

Mãos que acariciam sem olhar, uma criança!
E lutam por um mundo melhor

                                                                        
                     As nossas mãos são preciosas, um tesouro!

   Mas no  mundo sobreviva-se a tudo, e resiste-se á sua ausência….!

 E tudo  passa a ser mais valioso, mais amado , muito mais intenso!

E o pianisnista, o jardineiro, a mãe, o livreiro, o motorista e tantos outros,

 ficam mais ou menos famosos consoante a mestria com que utilizam os pés!