quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Natal...sempre igual


Bem no fundo, 
mesmo no mais fundo de mim 
sinto um vazio, 
um estremecer que me impede de sorrir, 
muito menos de rir, 
e penso até de chorar,
de sentir vontade de pensar que o Natal está a chegar

Que me importam as luzes a brilhar, 
as bolas que cintilam 
que hoje são de mil cores, feitios diversos, 
que me importam as ruas engalanadas de fitas, 
bonecos pendurados pelas ruas dispersos
e nas casas, em muitas delas,
aqui, ali, em qualquer lugar,
estrelinhas e fitas esticadas a brilhar 
se no meu coração, bem no fundo
e fora dele, revestindo-me por completo
se instalou para me forrar inteira 
uma nuvem densa e negra,
e uma sombra que me penetrou 
triste e magoada
teima em não me abandonar 
acomodando-se em mim, 
fazendo-me tremer de frio e de dor
tirando-me o sono, 
transformando em pesadelos os meus sonhos
fazendo-me penar,
fazendo de mim somente um trapo carente, 
apavorando-me, fazendo-me esquecer tudo
não me deixando sentir nada como antigamente.








Afinal estamos no Natal
e isso que me importa afinal 
se no fundo 
eu estou diferente
mas na verdade no Natal 
ontem como hoje e sempre 
tudo será sempre igual

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Abraça-me forte!



Abraça-me forte, 
abraça-me sem medo 
e com toda a força e amor que me  tens
abraça-me sempre outra vez 
que por mais que me agarres, 
me apertes, me coles a ti, 
me sufoques nesse aperto 
eu gosto demais desse abraço,
forte, meigo e doce 
e sinto que não me dói, 
que me consola, conforta  
e encostada ao teu peito,  
eu aqueço e adormeço, tonta no teu calor, 
no teu conforto primeiro, 
do teu abraço único, meigo e sem dor 

Abraça-me forte, 
agora e sempre 
dá-me do calor quente do teu corpo
e do vigor que te resta 
dá-me também mais ardor
dá-me  de tudo o que é teu, 
que eu sei que como eu 
queres sentir nosso 
Dá-me um e depois outro abraço, 
e nessa força que é tua 
mas sei tens de sobra
para ti e para mim, 
dá-me sempre mais um 
e depois outro
e no silencio da noite 
deixa-me ficar colada a ti,
deixa que eu adormeça 
apertada no teu regaço 
num abraço forte e quente
consolada do teu amor
que  tal como tu 
quero que o nosso abraço  prevaleça
e dure para sempre.



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Amar sempre!


Precisei sempre de amar, 

e muito mais de ser amada
como se isso fosse a salvação da minha alma
lutei sempre por esse amor urgente,
intenso, sofrido, mas gostoso e quente
que eu incessantemente buscava
como coisa única, preciosa e rara
por não ser contido, 

ser urgente e muito desejado
e amei até rasgar de mim a loucura em que me afogava
a raiva que sentia no silencio que pressentia
de ele não ser completo como o sonhara
nas mãos quentes que mal e pouco me tocavam
mas que ao de leve, mesmo assim me deliciavam
e amei sempre, mesmo sendo mal amada
e esperei por esse amor ansiado, tresloucado
não desesperei e sonhei que esse amor de ontem
surgiria para mim um dia,
inteiro e mais apaixonado

Agora sei não veio mas não murchou,
sei que não desapareceu,
mas não sei se se escondeu ou esfumou no ar
sei que se transformou, 

que está diferente,
tem outras vestes, outro colorido, 

está mais dorminhoco e calmo

É urgente aproveitar todo o tempo para amar,
mesmo queimando os sentidos,
esfalfando o corpo,
moendo a alma,
pois dizem que não, mas tudo passa,
e o amor como tudo muda, perde a cor e a magia ...
E ele é lindo, perfeito , um encanto

o mais lindo que podemos ter e dar
e não custa nada sentir,
é só dar, dar-nos por inteiro 
e receber dessa dádiva plena e sublime
o que é nosso e merecemos por direito


Fotos do Google
1

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Hoje o nosso amor



Deitas-te a meu lado e aqueces-me o corpo
deixas que sinta o calor que ele emana chegar ao meu
mas não passa disso, que as nossas mentes 
as nossas mãos e os nossos corações aflitos
cansados, tristes e magoados 
só nos pedem calma e esse encosto leve como uma fragrância 
basta agora para nosso encanto

Mas é pouco o que nos damos,
ambos sabemos 
que é muito pouco, 
mas que fazer 
se nos perdemos noutros caminhos
se a nossa alma sente a dor 
daquela que sendo nossa
se recompõe da dor 
de uma separação louca 
que quase a despedaçou 
mas que connosco,
com o nosso apoio
se reergue e levanta agora como se fosse outra 
mais firme, segura  e bela

Mais vale ficarmos com o nosso encosto, 
quente e doce
e vê-la florir de novo, renascer para a vida
que esta é dela....
a nossa já foi vivida.



Teremos depois 
algum tempo, quando tudo passar,
quando o mar revolto 
acalmar de vez
e as lágrimas, 
todas elas secarem, 
mesmo as que não vês.
Quem sabe depois, 
os nossos corpo se enlacem
se encantem 
e como recompensa divina 
se amem como nunca antes
quem sabe para recomeçar 
ou como sendo uma última vez.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

MARIA só Maria



Parecia outra, 
mas era a mesma de sempre 
com o cabelo revolto da mesma forma de então,
do tempo que a conheci 
e na fala como de costume
parecendo louca, desatenta, 
falando sem parar
narrando factos sem nexo 
contando impossíveis para mim,
mas que para ela eram concretos e reais 
tudo lhe parecia fácil, perfeito,  realizável
e segredou-me que se chamava  Maria.

Fiquei aparvalhada, confundida, 
não era esse o seu nome, 
nunca  lho conhecera
mas acolhi esse dado que lhe era precioso
e chamei-lhe Maria como queria ser chamada

Tinha outro nome 
mas a mim isso que importava
se a via na mesma e até gosto de Maria.

Mãe muito jovem, 
ainda eu desconhecia esse amor,
casou, foi mais mãe ainda, teve outros filhos, 
trabalhou, lutou por eles, pela casa,
com o companheiro que cedo partiu e a deixou 
viajando para o lado mais obscuro a que todos temos direito
deixando-a com viagens e sonhos pela metade
mil desejos por realizar.
E o seu cabelo desgrenhado piorou
ficando ainda muito mais despenteado
e as vestes pretas que envergou durante anos 
tornaram-na diferente, feia, amargurada
mais velha e quezilenta, 
confusa, baralhada e muito estranha

Mas agora pareceu-me que tudo mudou
Saiu de casa, deixou para trás os seus deveres de mãe,
esqueceu esses amores e o outro que perdeu, 
mudou de nome
e renasceu como idealizou, 
de novo para o mundo

Não sei se fez mal ou bem 
não sei avaliar, não a posso julgar
mas hoje veste vermelho, azul e amarelo
enterrou o preto para sempre 
libertou-se dos filhos, largou o lar que tinha
e hoje tem um canto só seu, 
onde não vive de lembranças, 
só do presente, penso eu.
Com ela só permaneceu o cabelo solto, 
raro e despenteado
a forma de falar meio tresloucada, 
parecendo como antes sempre desatenta
mas de quem agora parece ter e saber tudo, 
estar feliz e não precisar de nada.

Como será que vive quando está sozinha?
será que se sente mais mulher e vai falando sempre? 
Não sei! 
Só sei que trabalha, 
trabalha muito e parece ser feliz.

Eu nunca seria capaz de viver assim
não teria essa coragem
desprender-me das minhas raízes,
largar a casa e os filhos 
refazer de forma tão radical a vida
mas,
eu não tenho a sua coragem 
a sua rebeldia
o  cabelo desgrenhado,  
nem falo ao vento,  
porque não sei, 
e tenho medo 
e amo demais a minha gente
e não quero atirar-me pelo mundo como ela
e chamar-me Maria simplesmente.  


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A imagem do amor..




Daquele filme restou-me 
só a imagem, de que o amor é uma "flor"
delicada e bela
e eu sei que é,
e para não murchar 
temos que a cuidar da melhor maneira.

Não pode ser apertada, 
deixada ao abandono...
pode morrer e murchar, pelo que tem que ser cuidada
regada, protegida e abrigada
dos ventos agrestes das chuvas do frio das geadas
sempre e na perfeição.
Prefiro esta imagem simples e delicada 
à do coração partido, 
sofrido, 
rasgado e a sangrar...
amores perdidos, vencidos e ultrajados
dos corpos apartados de dor

Sei que existe essa dor, 
 conheço-a um pouco, 
mas prefiro ignorá-la, 
colocá-la de lado, 
porque me magoa os sentidos 
e não lhe gosto da cor...,
nem do sabor.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sonho ou Realidade!



…Sonhos ou realidade 


"Vi-te de manhã já arranjado, 

depois caí num sono profundo e acordei angustiada.

Tinhas já saído e eu meia confusa do sonho acordada, 

esperava ainda ansiosa o teu beijo fugidio, 

mas amoroso e prazenteiro, no meu rosto ensonado.

Fiquei triste, angustiada, 

tinha sonhado que não fazia nada, 

não era amada, ninguém me queria, 

não valia mais do que sonhara. 

Simplesmente NADA.

Sonhara que alguém que me queria, 

estava sempre longe e quando me via, ou por mim passava, 

não me ligava, não me tocava, 

só falava, chamava pelo meu nome, e mais nada.

Senti-me só e abandonada, 

com o desejo e o sentimento presente 

de alguém para quem o amor parece fugidio, 

nunca foi amada, muito menos desejada.

Precisava que me tocasses, 

que as tuas mãos passassem no meu corpo e lhe falassem,

lhe dissessem que estou viva, 

lhe contassem as histórias de encantar 

que por nunca haver tempo, ninguém, nem tu, 

alguma vez foram capazes de lhe contar, 

precisava que com as tuas mãos lhe segredasses que existo, 

que sou gente viva, amo e sinto.

Acordada, pensei que tudo fora um sonho, 

mas sei que não, 

que tudo é pura realidade. 

Quem sabe hoje ainda é tempo de sentir os prazeres que me fugiram, 

os desejos que sonhei sentir e ainda sinto acordada... 

simplesmente porque nunca aconteceram de verdade, 

mas porque ainda estamos vivos, 

e eu aqui como sempre e ainda agora, 

ansiosa por ti espero acordada...



Fiquei ali, 

e como sabes chorei amargurada. 

Faltavam-me as tuas mãos 

que nunca senti bem como adorava, 

mas amo e pressinto, 

a reconhecerem a vontade que tenho de te ter, 

de te ouvir dizer que me queres, 

a percorrerem suavemente 

e sem medo 

o meu corpo já flácido, 

mas que mirra cada dia sozinho e triste 

sem que as tuas mãos o desvendam 

e reconheçam de verdade pelo menos uma vez 

descubram os segredos que ele tem para te dizer.

Um dia se puderes, 

entra no meu espaço, 

nos meus sonhos, 

e deixa que as tuas mãos me percorram 

e gastem os meus caminhos, 

me desfaçam...que um dia destes, 

já pode ser tarde.

Hoje sonhei que tudo era de verdade, 

mas triste, fui incapaz de conter o que meu sonho me disse; 

que te amo e desejo de verdade… 

e chorei por não te ter a meu lado

meu amor, poema da minha vida "



Fotos do Google


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O amor é falso.


Das lágrimas que lhe olho 
só vejo a cor negra da dor
e penso para mim
como pode existir amor num coração
se ao outro ele só oferece sofrimento
se lhe coloca no peito um aperto 
um frio que lhe congela o corpo
lhe tira a sede, a fome, a paz,
lhe tira o sono, a vontade de sorrir
de sentir o sol brilhar de novo,
a vontade de caminhar sem parar 
enfrentando tudo e todos
olhando a vida que é dura,
com coragem e valentia cada instante
pronta para enfrentar todos os obstáculos
capaz de vencer  todos os temporais
mesmos os mais temíveis 
e até imprevisíveis.
não, isso não pode ser amor
só pode ser outra coisa...




O amor que se diz só amor
 não o é,
é algo falso e cruel,
traiçoeiro, 
mentiroso e enganador,
e quando assim é 
 nos tortura, 
nos massacra a carne, 
nos destrói a mente ,
não é real
 nem sincero, 
não se chama amor, 
nem desamor, 
é outra coisa , 
é cruel e impuro, 
devorador do sossego...

È tudo mau, 
todo ruim 
e pela dor que causa, 
pelo  tormento sentido
quer-se longe, 
bem afastado de nós 
tão longe, 
que nem se lhe veja o rasto 


Fotos do Google


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sonhos de amor...


Esta noite sonhei muito,
e nos meus sonhos
vi-te a ti e a outros que não conheço,
mas a ti que reconheçi 
e vejo ainda agora à minha frente
sei que no meu sonho amei de coração aberto
e por ti e por esse amor impossível
sofri a noite todo à tua volta.

Alguém que não conheço 
e viveu comigo neste sonho
aconselhou-me a não desistir, 
a correr atrás do que sentia 
do que mais desejava e queria, 
do teu amor para mim como se eu o merecesse.

E eu atenta 
convencida que isso era o mais certo
fiz o que esse alguém me dizia, 
e certa da vitória não desisti, 
corri, fiz tudo para vencer,
para tu me ouvires e veres, 
para me olhares com olhos mais atentos,
para veres o amor que de mim saía 
e a ti  dedicava completo. 
Para me veres 
e sentires quanto te queria só de te olhar, 
a vontade que tinha de te ver 
de te tocar e me tocares,
de te dar a minha mão e eu sentir a tua 
de ver o calor dos teus olhos 
a olharem os meus atentos
numa alegria extrema sentir um só abraço
um só apenas, caloroso e quente, 
amoroso, apertado e doce
um abraço único que me aquecesse a alma 
que me desses de vontade, com prazer 
e de uma vez só 
me dissesse que também me querias de verdade.


Mas tu fugiste,
tiveste medo, não me quiseste,
foste embora
partiste com não sei quem,
mas para algum lado foste, eu sei.
Sei que te vi dançar,
depois cantar,
e nada mais que isso,
pois zangado comigo  
dos meus depois desapareceste

Mas que hei-de fazer se já sou velha...
e como sempre entendi o sucedido, 
chorei o desapego, o desamor 
e de repente desse choro aflito
angustiado e triste, 
acordei,
mas não parei as lágrimas que caíam
que diziam que não me querias 
nem no meu sonho,
e eu sei que nem aqui 
nem em lugar algum da vida.

Hoje ainda estou triste...


O estado de tristeza e melancolia que me invade hoje, 
já ontem como noutros dias me invadiu por completo, 
mas de noite com o sono que por sinal não chegou a tardar, 
viajando por sonhos que me ocuparam o espaço do meu tão preciso descanso, 
pensei que melhoraria. 
Estava enganada, 
Nem por isso melhorei. 
Hoje cedo ao acordar, nasci com uma vontade maior de não pensar, 
de nada fazer, uma incapacidade infinita de nada querer ou desejar, 
um frio que me invadiu me dominou inteira, 
me deixou incapaz de ter qualquer vontade, 
até mesmo de me mexer, de sair de casa, ler, escrever,
 querer fosse  o que fosse....


E um aperto no peito, um bater descompassado do meu coração aflito, 
apenas me pediram o aconchego da cama, 
o calor dos lençóis, o refugio de um canto, a vontade de me embrulhar, 
de me tapar do frio, de me esconder do mundo, 
e numa sombra ali ficar, imaginando que decerto  não estou bem, 
 que com certeza assim irei continuar e por certo sempre, 
sempre a piorar,
 porque a dor e o peso que em mim sinto
 prometeu-me em  silencio, não passar.

E eu pergunto-me que hei-de fazer para não sentir isto.
Que posso fazer para me libertar deste incómodo frio gelado, 
desta apatia que me consome, deste passar de dias ocos, 
dias vazios em que o meu espírito vive povoado de sonhos destruídos, 
outros mal começados, 
muitos que imagino e nunca me visitarão, 
mas me atordoam, me tiram a vontade de tudo, 
me assustam, me prendem no passado e não me deixam viver, 
caminhar frente e ser gente como todos são.


Ainda não me libertei da dor que senti por cada sonho que desmoronou aos meus pés, 
pois têm sido tantos os desenganos, 
que tenho medo que outros desencantos venham ainda ter comigo.   
Estou cansada, 
farta de os os aceitar e tentar compreender, 
sofrida de os viver, que já nem choro.



Queria tanto olhar tudo de outra forma. 

Ter a força e a garra de outrora 
e gritar bem alto que está tudo bem, 
dar a volta a tudo...
mas não consigo, 
e permaneço neste canto, 
escondida do mundo que gira lá fora, 
que nem sabe de mim, 

coisa que a mim pouco importa...   



Fotos do Google

Sem sol...



Se um dia o sol nascer 
e se deitar sem me dizer nada
é porque morri antes de acordar
e da vida já nem tenho o respirar

Mas isso que me importa 
se em dias como o de hoje
em que o sol vive escondido 
e se mostra escasso 
nada faço,
me esqueço que existo
sei que devo fazer, inventar coisas 
mas não faço, 
não crio, não invento
e fico inerte, tolhida de medo 
de um cansaço que desconheço 
mas que sinto percorrer-me inteira,
me destrói e devagar me leva a força
a vontade de agir, de sonhar, 
de sorrir, de ser gente normal
de viver os dias e os momentos 
que me aguardam pela frente 
e que eu com medo desconheço

Se um dia o sol nascer
e se deitar sem me dizer nada
não quero estar mais aqui,
não como estou hoje, 
como estive ontem
quero estar mais desperta,
mais viva, mais atenta
quero saber porque nasceu 
e partiu o sol sem me tocar.





terça-feira, 6 de novembro de 2012

Ficará o eco!


Emocionam-me as palavras que escreves 
e muitas vezes não entendo
mas pressinto cheias de conteúdo e sentimento.
Leio-as, miro-as, acho-as belas
sempre num conjunto perfeito e devidamente articulado, 
 sinto-lhes muitas vezes o sentido, 
e ainda que não as saiba explicar, 
mas só perceber
contemplo-as, medito-as 
porque me contam 
e ensinam segredos 
que não desisto e pretendo aprender a desvendar


Foi-se há pouco o homem que mais falava aqui connosco
partiu sem jeito, 
doente em pouco tempo
Não se se sabia tão mal,
nem ele , nem o médico, nem a família,
mas agora que partiu 
já lhe sinto a falta das palavras
que ouvia daqui, onde permaneço todos os dias
tal como escuto outras gentes 
que aqui entram e saem por rotina 
mas que falam sempre, 
sempre, sempre da vida, da família, dos amigos ou vizinhos
ou porque estão cansadas, doentes, 
aborrecidas, fartas de alguma coisa.
mas falam sempre sem cansaço, 
tal como ele falava, 
sempre muito e tanto 
que agora que ele se foi 
não sei como será,pois já lhe sinto a falta.
Ficarei sem mais o ouvir neste meu canto
e  o que antes enfadava da sua conversa 
 já lhe sinto a ausência 
a saudade das histórias repetidas, 
dos desabafos que eram a sua vida.
Sei que ficará o eco, 
sim, ficará para sempre o eco das suas longas conversas  
das suas queixas e lamurias constantes 
que afinal tinham fundamento.

Mas queria ser como tu, 
escrever o que sinto em palavras curtas 
inteligentes e acertadas
mais que certas, 
que me consolassem 
e fizessem entender e aceitar tudo,
mas não sei, não consigo,
não sou poeta.
sou gente comum
e  até dizem que, por vezes tal como ele, também falo muito.


Fica-me a dúvida se continuará a conversar para onde vai,
mas se o puder fazer 
com alguém que por lá encontre 
será bom, 
e eu ficarei mais tranquila por o saber feliz.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Despi-me de tudo...



Parece que me despi de tudo,
do tempo, da vontade de ser
das coisas que antes me coloriam a vida
me faziam sorrir 
de correr atrás da lua
de sonhar com os impossíveis
que me faziam pensar que um dia 
tudo seria ainda como ontem.

Mas acordei, 
e parada encostada a nada
só vi um vazio, 
e no meio da rua nua onde estava, 
senti frio.

O tempo voou 
e levou consigo os nossos sonhos,
os meus e os teus, 
e com eles o desejo de sermos num instante
o que esperámos num outro tempo
ser juntos eternamente.

Afinal nada existe 
e tudo é sempre pouco, 
ou será que estou cega de medo
e não quero perceber o que sinto? 


Ai de mim sozinha



Miro-a de lado
para que não me veja
para que não pressinta o meu olhar
e não consigo notar-lhe qualquer defeito.
Claro que os terá,
todos os temos
mas eu que sou mais que imperfeita
olho-a, admiro-a,
e vejo-a completa
alta e bela, esbelta
sabedora em tudo que importa,
a minha força, o meu ídolo
o encanto dos meus dias 
e noites mal dormidas,
a diva que preenche os meus sonhos
as minhas noites mais perfeitas
porque me acompanha e protege
ma adorna da noite ao dia 
dando-lhe todo o sentido e alegria



Ai de mim, 
quando de mim foge esta estrela
quando se esconde 
e seja por que for 
não me visita, 
quando me perco 
por trilhos e veredas,
caminhos que desconheço 
e aflita tremo de medo 
e não a encontro a meu lado
muito menos,
nos meus mais recônditos e profundos pensamentos, 
os mesmos que me alimentam
me dão força e vida.

Velo o sono e não adormeço
fugindo de mim 
os sonhos que me embalam 
me acalmam 
e sempre me acalentam de esperança
tornado-me mais tranquila.


E por não saber por onde anda, 
se está triste 
ou chora de amargura,
fico insegura, 
angustiada e aflita. 

Preciso dela, da estrela que ela é 
que sem saber,
guia todos os meus passos 
e me ilumina.

Preciso saber se está bem, 
que com ela bem 
a minha vida tem outra cor 
mais brilho
é mais minha, 
mais segura, é mais vida.




Fotos do Google

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Lágrimas


Não sei porque choram ainda os meus olhos
porque não se libertam de vez
desta angustia que os molha e  me avassala
e inteira me consome o corpo e a  alma
se tudo se perdeu, 
se tudo em que careditava acabou
e entre nós nada mais existe ou é verdade
se de mim  tu nada mais mereces
porque tudo o que me fazia sorrir antes
destruiste e me roubaste,
fizeste questão de deitar fora
de espezinhar como se fosse lixo

Mal acordo molham-se os meus olhos
de uma tristeza imensa
a mesma que me arrepia a alma
me diz que não vivo um sonho
mas tudo é realidade mesmo sem a entender 
sem ter sentido

E de repente penetra em mim
uma mágoa intensa,
uma dor e pena azedas
as mesmas que me habitam todos os dias
desde que me falaste mal
me disseste que não me querias
que estavas cansado 
e depois viraste as costas 
partiste, deixando-me lastimosa e sem jeito
desistindo dos sonhos que criamos
da vida que imaginei nossa
para todo o sempre e naquela hora esmagaste

E eles ficam semeados do pranto que me habita
e não me larga,
não me dá descanso
me dá pesadelos, me arrepia e mata
que sei não irá embora de repente
porque me penetrou
e veio viver assim comigo
num estar sofrido permanente
acabando com o meu sono
o que antes me devorava
e eu gostava tanto



Queria acordar e gritar bem alto
que vivo uma mentira
que acredito que o que sinto não existe
que vivo um pesadelo,
uma tortura que é falsa
mas não posso 
porque a verdade é esta 

Depois que fechaste a porta e partiste
não tive mais sono nem descanso
e os meus olhos magoados ainda não secaram