Bem no fundo,
mesmo no mais fundo de mim
sinto um vazio,
um estremecer que me impede de sorrir,
muito menos de rir,
e penso até de chorar,
de sentir vontade de pensar que o Natal está a chegar
Que me importam as luzes a brilhar,
as bolas que cintilam
que hoje são de mil cores, feitios diversos,
que me importam as ruas engalanadas de fitas,
bonecos pendurados pelas ruas dispersos
e nas casas, em muitas delas,
aqui, ali, em qualquer lugar,
estrelinhas e fitas esticadas a brilhar
se no meu coração, bem no fundo
e fora dele, revestindo-me por completo
se instalou para me forrar inteira
uma nuvem densa e negra,
e uma sombra que me penetrou
triste e magoada
teima em não me abandonar
acomodando-se em mim,
fazendo-me tremer de frio e de dor
tirando-me o sono,
transformando em pesadelos os meus sonhos
fazendo-me penar,
fazendo de mim somente um trapo carente,
apavorando-me, fazendo-me esquecer tudo
não me deixando sentir nada como antigamente.
Afinal estamos no Natal
e isso que me importa afinal
se no fundo
eu estou diferente
mas na verdade no Natal
ontem como hoje e sempre
tudo será sempre igual
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