quarta-feira, 24 de setembro de 2014

NÃO...!



NÃO….!


Não quero nada
Não quero ninguém
Não quero a chuva, não quero o vento
Nem o sol quente que me queima e poe  dolente
Não quero beijos, nem quero abraços
Estou fragmentada
Partida ao meio e como dizia a poeta
Sou estrangeira do meu ser inteiro
Não me conheço
Não sei quem sou, nem onde moro
Estou revoltada, contrariada
Estou dividida, não tenho nada
Só esta gaiola onde me sinto
Mas quero o grito
Senti-lo em mim sem ser delito
Como o alívio do que não digo
Porque o que sinto é tão gigante
Que me aperta os ossos, me fecha a boca
Me tapa toda
Como se a terra me engolisse inteira

Inês Maomé
23/ 09/2014




CARLOS MENDES...O CANTOR, POETA , MÚSICO...O HOMEM !


Carlos Mendes... um homem diferente!

Carlos cantor, poeta e musico
Pai, avô, amante, 
arquitecto, cantor,músico e mestre  
Apaixonado pelo belo numa mescla de tudo ser
Amante da arte, musica e cantar
Pelo dizer e bem-fazer
Homem integro, sério,
Um amigo a valer
Numa existência rica de valores, 
Vida de amores, encontros e desencontros
Pena a minha, não te ter por perto,
Não te olhar nos olhos
Tu, que em tempos idos
Uma Amélia doce lição,
Nos deste a conhecer
Gaiata, gaivota, mulher mal-amada, mal estimada
Querida por todos, cantada por tantos,
Mulher perdição, mulher paixão barata
Lixo sem préstimo perdido pelo chão
Mulher inteira, imperfeita, mas mulher,
Que num certo dia
Num festival sem volta
A tua voz doce e meiga, eternizou em canção
E grávida de esperança, alentada pela vida
Amélia ficou e grávida de amor a todos apaixonou
E na minha mente, no meu coração
No espírito de toda gente para sempre ficou
Amélia mulher
De olhos doces, mulher vendida,
Dada, emprestada, vencida
Nua, despida, revoltada em pranto
Amélia, que feita canção ganhou vida

O tempo voou, e a Amélia mulher perdurou
Amélia existe, nos cais todos da vida
Ainda no cais do Sodré, que o tempo não apagou
À beira da minha porta, na minha e na tua rua
Nos cais das vidas de toda a gente
Nas ruas diferentes, as mesmas da grande Lisboa,
Que parece que sim, mas pouco mudou
Nas caixas de cimento que deram lugar aos bairros de lata 
Amélia dos olhos doces,
Quem é que te trouxe grávida de esperança?

Eu, tu, o mundo inteiro ruim e perverso?
Quem o saberá?
E ela por aí anda e para sempre andará
Nem que venham risos, festas com vinho, flores aos molhos
Abraços e carinhos mil
Mesmo que para encobrir as tristezas e cansaços
Cheguem mil risos de palhaços
Nem que os beijos nos afoguem,
E as prendas sejam de alegria
Mesmo que a festa dure até às tantas,
E os cobertores tapem o frio,
E o vinho doce corra pelas gargantas…
Amélia viverá sempre…no meu e no nosso mundo
No mundo de toda a gente
Porque tu Carlos, um dia, nos gritaste que essa mulher existe
E nós sabemos que nunca deixará de ser

Obrigada Carlos, por tudo que nos deste
Pelo que nos darás ainda
Homem de olhos ternos, voz de veludo
Que a vida te sorria,
Que o vinho hoje te alegre,
Não importa mais pensar no que passou
Deixa as tristezas de lado e sorri
E vogando embalado na certeza,
Acredita
Que o verão volta sempre, talvez diferente
Mas volta de novo para nos aquecer
Obrigada por seres quem és…
Parabéns à vida que tens pela frente
E que ela venha sem medos
E em infinita abundância tudo, que sonhas da vida, a vida te dê
.

Inês Maomé 
(Homenagem ao Carlos Mendes, pelos seus anos de carreira)









domingo, 21 de setembro de 2014

Para CARLOS MENDES...poeta, cantor...




Carlos Mendes... um homem diferente!

Carlos cantor, poeta e musico

Pai e avô, amante, arquitecto e mestre  
Apaixonado pelo belo numa mescla de tudo ser
Amante da arte, musica e cantar
Pelo dizer e bem-fazer
Homem integro, sério, 
Um amigo a valer
Numa existência rica de valores, 

Vida de amores, encontros e desencontros

Pena a minha, não te ter por perto, 
Não te olhar nos olhos 
Tu, que em tempos idos

Uma Amélia doce lição, 
Nos deste a conhecer

Gaiata, gaivota, mulher mal-amada, mal estimada
Querida por todos, cantada por tantos, 
Mulher perdição, mulher paixão barata
Lixo sem préstimo perdido pelo chão 
Mulher inteira, imperfeita, mas mulher,
Que num certo dia 
Num festival sem volta 
A tua voz doce e meiga, eternizou em canção 
E grávida de esperança, alentada pela vida
Amélia ficou e grávida de amor a todos apaixonou 
E na minha mente, no meu coração 
No espírito de toda gente para sempre ficou
Amélia mulher 
De olhos doces, mulher vendida, 
Dada, emprestada, vencida
Nua, despida, revoltada em pranto 
Amélia, que feita canção ganhou vida 


O tempo voou, e a Amélia mulher perdurou

Amélia existe, nos cais todos da vida 
Ainda no cais do Sodré, que o tempo não apagou
À beira da minha porta, na minha e na tua rua
Nos cais das vidas de toda a gente 
Nas ruas diferentes, as mesmas da grande Lisboa, 
Que parece que sim, mas pouco mudou
Nas caixas de cimento que deram lugar aos bairros de lata 

Amélia dos olhos doces, 
Quem é que te trouxe grávida de esperança?



Eu, tu, o mundo inteiro ruim e perverso? 

Quem o saberá?
E ela por aí anda e para sempre andará
Nem que venham risos, festas com vinho, flores aos molhos
Abraços e carinhos mil 
Mesmo que para encobrir as tristezas e cansaços 
Cheguem mil risos de palhaços
Nem que os beijos nos afoguem,
E as prendas sejam de alegria
Mesmo que a festa dure até às tantas, 
E os cobertores tapem o frio, 
E o vinho doce corra pelas gargantas…
Amélia viverá sempre…no meu e no nosso mundo
No mundo de toda a gente
Porque tu Carlos, um dia, nos gritaste que essa mulher existe
E nós sabemos que nunca deixará de ser

Obrigada Carlos, por tudo que nos deste
Pelo que nos darás ainda 
Homem de olhos ternos, voz de veludo 
Que a vida te sorria, 
Que o vinho hoje te alegre, 
Não importa mais pensar no que passou 
Deixa as tristezas de lado e sorri 
E vogando embalado na certeza, 
Acredita 
Que o verão volta sempre, talvez diferente
Mas volta de novo para nos aquecer
Obrigada por seres quem és…
Parabéns à vida que tens pela frente
E que ela venha sem medos 
E em infinita abundância tudo, que sonhas da vida, a vida te dê.


Inês Maomé 


(Homenagem ao Carlos Mendes, pelos seus anos de carreira) 

ACORDEI CEDO


ACORDEI CEDO

Acordei cedo,
Cedo demais por estar só
A cama branca, está alva de tudo
Quase sem rugas
Num sossego infindo de brancura 
Sente como eu o silêncio da casa
O vazio da tua presença

Corri no sono que me veio 
E tão depressa o fiz que nem sonhei
Precisava dormir depressa 
Para não sentir a escuridão na noite
Nesta casa pequena
De aconchego infindo
Mas onde, só, sem ti, me perco

Como seria bom ter-te comigo
Coisa mais linda, bem o sei
Um dia, quem sabe 
Aqui contigo voltarei 
E contigo à minha beira
A noite será longa, prazenteira
Sonhos perfeitos me virão
E tudo o resto que então nos vier 
Aceitarei como prenda divina

Agora, só queria dar-te um beijo
Que te dou de coração

Inês Maomé
21/ 09/ 2014 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O NOSSO BEIJO


O NOSSO BEIJO?
Inês Maomé

Dizer o quê, a esta folha branca que séria me olha
Se admira com o meu semblante?
Olho-a, admiro-a, sei que lhe quero falar
Contar segredos, mágoas que me atormentam
Mas não sei como começar.

Branca, alva e pura,
Espera que a preencha de ternura
Mas como, se estou carente?
Se estou mais precisada de tudo que sempre?

Precisava sentir teus beijos na minha boca dormente
Adormecida, esquecida, por tudo que lhe sucedeu
Coisas que o vento me trouxe, que eu não queria
Mas teimosamente me ofereceu

Boca seca, dormente, boca carente, que nada sente
Queria sentir nos meus lábios os lábios teus
Húmidos, macios, desejosos dos meus
Tanto como os meus dos teus
Mas por desígnios estranhos sei nada mais será como antes
Sei bem, que neles algo morreu

E de repente olho a folha branca
E noto que por tanto me olhar
Sentindo o meu pesar
Escureceu...

Inês Maomé
Soure - Portugal
http://criadadeservir.blogspot.pt
http://osacodenozes.blogspot.pt

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

.... O QUE NOS RESTA



SOMOS O QUE DE NÓS RESTA

Olho-te, miro-te atenta

Não somos nada do ontem
Somos apenas o que de nós resta
Onde está o calor dos beijos prometidos?
Os outros
Os muitos dados no escuro
De fugida, 
Às escondidas de todos e do mundo
Beijos suados dados de corpos colados?
Guardei-os selados em mim
Como se fossem mistérios
Estimados do meu coração

Ai, como os nossos corpos mudaram

Como são outros os nossos sentidos
Os gemidos que desejávamos dar 
E não damos
E sofremos 
Pois nem sequer têm ouvidos, 
Não os sentimos
Queria amar-te 
Como tu a mim sei o desejarias

Mas o impossível surgiu nas nossas vidas

E seguimos na rua da vida 
De mãos dadas
Unidos num silêncio que diz tudo
Dói-nos o corpo e a alma
Mas a força de caminhar e avançar
Dá-nos razão para não desistir de nada

E um beijo suave 

Mata hoje a sede da volúpia de tudo que nos resta

Inês Maomé

02/09/2014



.... O QUE NOS RESTA



SOMOS O QUE DE NÓS RESTA

Olho-te, miro-te atenta

Não somos nada do ontem
Somos apenas o que de nós resta
Onde está o calor dos beijos prometidos?
Os outros
Os muitos dados no escuro
De fugida, 
Às escondidas de todos e do mundo
Beijos suados dados de corpos colados?
Guardei-os selados em mim
Como se fossem mistérios
Estimados do meu coração

Ai, como os nossos corpos mudaram

Como são outros os nossos sentidos
Os gemidos que desejávamos dar 
E não damos
E sofremos 
Pois nem sequer têm ouvidos, 
Não os sentimos
Queria amar-te 
Como tu a mim sei o desejarias

Mas o impossível surgiu nas nossas vidas

E seguimos na rua da vida 
De mãos dadas
Unidos num silêncio que diz tudo
Dói-nos o corpo e a alma
Mas a força de caminhar e avançar
Dá-nos razão para não desistir de nada

E um beijo suave 

Mata hoje a sede da volúpia de tudo que nos resta


Inês Maomé

02/09/2014