SOMOS O QUE DE NÓS RESTA
Olho-te, miro-te atenta
Não somos nada do ontem
Somos apenas o que de nós resta
Onde está o calor dos beijos prometidos?
Os outros
Os muitos dados no escuro
De fugida,
Às escondidas de todos e do mundo
Beijos suados dados de corpos colados?
Guardei-os selados em mim
Como se fossem mistérios
Estimados do meu coração
Ai, como os nossos corpos mudaram
Como são outros os nossos sentidos
Os gemidos que desejávamos dar
E não damos
E sofremos
Pois nem sequer têm ouvidos,
Não os sentimos
Queria amar-te
Como tu a mim sei o desejarias
Mas o impossível surgiu nas nossas vidas
E seguimos na rua da vida
De mãos dadas
Unidos num silêncio que diz tudo
Dói-nos o corpo e a alma
Mas a força de caminhar e avançar
Dá-nos razão para não desistir de nada
E um beijo suave
Mata hoje a sede da volúpia de tudo que nos resta
Inês Maomé
02/09/2014
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