quarta-feira, 24 de setembro de 2014

NÃO...!



NÃO….!


Não quero nada
Não quero ninguém
Não quero a chuva, não quero o vento
Nem o sol quente que me queima e poe  dolente
Não quero beijos, nem quero abraços
Estou fragmentada
Partida ao meio e como dizia a poeta
Sou estrangeira do meu ser inteiro
Não me conheço
Não sei quem sou, nem onde moro
Estou revoltada, contrariada
Estou dividida, não tenho nada
Só esta gaiola onde me sinto
Mas quero o grito
Senti-lo em mim sem ser delito
Como o alívio do que não digo
Porque o que sinto é tão gigante
Que me aperta os ossos, me fecha a boca
Me tapa toda
Como se a terra me engolisse inteira

Inês Maomé
23/ 09/2014




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