Juntos percorremos mais um ano lado a lado,
gozando dias de lazer, de férias, de descanso,
com tempo para tudo, para nós, para o silêncio,
para pensarmos sossegados,
falarmos do passado e do presente.
Gozamos o prazer de olhar o mar
e nele mergulhar a qualquer hora,
dormir tranquilos na praia
numa sombra rebuscada,
fugindo do sol intenso e escaldante.
E no final do dia já cansados,
gozámos do prazer das caminhadas de mãos dadas,
que fazíamos com ternura,
como sinal de força, amor e valentia.
Um tempo que queríamos só para nós,
para em silêncio ou conversando,
nos dizermos coisas banais,
que nos faziam sorrir,
só por serem isso,
vulgares e comuns,
mas diferentes das conversas habituais.
Relembrámos tempos idos,
de um passado longínquo que adoraremos para sempre.
O que vivemos juntos,
com os nosso filhos hoje adultos,
que tudo pensado e dito agora,
parece ter sido um sonho lindo e inventado,
uma verdade nunca vista nem sentida,
mas que realmente existiu e é a relíquia desse passado distante,
que é nosso, e só a nós pertence
e está guardado nas nossas almas para sempre.
Para o ano se voltarmos,
decerto teremos as mesmas conversas,
falaremos das mesmas recordações, as que guardaremos sempre na memória.
Daremos mergulhos idênticos,
e o sol escaldante
aquecerá de novo a nossa pele.
Quem sabe teremos um pouco mais vontade de sorrir,
que esta forma de estar e de sentir
foi a única que este ano, eu e tu, tenho a certeza,
esteve dentro de nós bastante ausente.
Mas sei que voltaremos sempre,
e mesmo que em silêncio,
caminharemos como agora unidos de mãos dadas,
recordando de novo esse passado
que foi lindo e só a nós pertence.
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