domingo, 24 de fevereiro de 2013

O meu OUTONO!




O tempo demora a passar,
mas passando, passa de repente.
Hoje é o que penso do tempo.

Viu-os crescer lentamente,
mas agora que reparo,
foi de um pulo que se fizeram gente livre e solta,
gente independente.
Fiquei parada no tempo que levei para os criar
Parecia que o tempo não queria andar,
que não queria avançar para a frente,
que não acontecia nada diferente
para eu os ver depressa fortes e adultos,
livres e soltos e como um vento
vê-los livres a voar, felizes e soltos no mundo


Agora, olhando para trás, reparo que foi um instante,
que tudo se passou num repente
Eles cresceram e sem eu dar conta 
são gente crescida, adulta, 
educada e diferente dos bebés, 
depois meninos crianças 
que trouxe comigo pela mão tanto, tanto tempo 

Tudo parece um conto lindo, distante e tão longínquo
que parecendo ter sido ontem, 
já nem lhe vejo o conteúdo, a cor nem o brilho,
difícil de enumerar, 
tanto assim, que me canso só de pensar

Aconteceu tanta coisa, 
tanta história que recordo
Umas mais apagadas da memória,
outras presentes, frágeis, magoadas 
esquecidas mas vividas
Umas gratas e perfeitas
outras mais tristes, sofridas
mas todas com alma, vividas


Vida, que eu vivi mas esqueci 
a vê-los a andar p`ra frente
Histórias que de facto não consigo recordar
Pela intensidade e lonjura, 
pelo carinho, por tudo
Que tudo junto, foi a minha, a nossa vida 

Ir à escola em meninos, ir aprender a nadar,
saber  ler e contar histórias, aprender a cozinhar.
Saber arrumar o quarto e depois poder brincar,
fazer jogos de caixinhas, desenhar, correr, pular
andar de bicicleta, jogar à bola
viajar sós e estudar
andar em transportes públicos
fazer amigos, ser fiel e verdadeiro
ir de avião à Europa, a Cuba e até à América
Aprender música por gosto e aprender a namorar
Fazer férias com a família, com os amigos acampar
Tanta, tanta coisa que não consigo enumerar….
Estudar, 
tirar o curso, 
arranjar emprego 
sair de casa e voar.....


O tempo passou
mas a mim, parece-me que tudo foi ontem
que nem os vi  esvoaçar.
Porque o tempo não passou, 
voou,
eu é que fiquei sentada, parada, 
pasmada  a olhar,
a vê-los voar, voar....

Tenho saudades deles, 
de como era esse tempo
Deles, da minha força, 
do meu outro eu de ontem
de mim mais esperta e atenta,
pois mesmo com medos eu sei que era outra
mesmo assustada, 
mais nova eu era ousada, fazia e acontecia
Agora tenho horas e dias que nada faço
que não valho mais que isso mesmo,
nada.
Só vejo o tempo passar…a voar, voar…
E eu aqui, 
a ver o entardecer chegar.





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