sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Gosto de ti



Não acredites,
se pensas que não te quis algum momento,
tira isso da cabeça
 isso é mentira,
tu sabes bem.
Tu sabes que te quero hoje tudo e sempre.

Não gosto de amoras,
não gosto do frio gelado, 
nem das noites de lua cheia
nem gosto de voar alto,
mas gosto de lamber gelados
e só não o faço mais vezes
porque me lambuzam os dedos
me engordam, 
me põem baleia 
e de mm gorda sei que não gostas.



Gosto de ti, 
amo-te
adoro ter-te comigo
deitado para sempre à minha beira.

Não gosto de mim,
nem daquele,
nem de ninguém por aqui
nem de castanhas assadas,
nem do verde do jardim.
Nem do mar,
nem deste terra onde moro,
nem do Brasil,
nem de sonhar coisas boas,
nem de beijos,
nem de abraços
de passear descalça na areia.


E agora, achas que menti?

Menti, tu sabes bem.
Pois muito do que falei não gostar
tu sabes que gosto, tanto como te quero a ti,
 um querer imenso, intenso
maior que o tamanho do mundo e até do Universo.
Mas, vê se não me enganei
e se me conheces bem,
 vê se sabes mesmo do que mais gosto.

Gosto do ronronar do gato,
mas não do seu miar assustado,
não gosto de cócegas, 

do frio gelado,
da chuva que cai e não passa mais,
dos dias enevoadas
desses não gosto nada, 
não gosto
dos gritos apavorados que ouço dentro de mim
não, disso não gosto,
mas gosto do café quente que de manhã
me dás na cama 
mesmo que  não te peça ou fale.



Gosto de não gostar
do que põe em tormento.
Gosto de não gostar
 para não gostarem de mim,
é assim que agora penso,
porque gostar me custa,
me dói
e nem sabes como o lamento
quando não gostam de mim, 
mas de ti eu gosto sempre.

Não sou como tu, 
que lês o jornal
bebes leite frio ou quente
e ouves com gosto
os outros falar sem te importares com o que dizem,
porque o som das suas vozes
passa-te ao lado sem um lamento.

Não gosto de gente chata,
de gente que faz de conta
Não gosto de mim,
já disse,
não como gostei antigamente,
mas de ti, gosto agora
como gostei sempre

Gosto de andar descalça na areia,
mas não posso
porque esta me faz alergia nos dedos,
me faz doer as costas caminhar no areal inclinado
e os peixes que dão à  costa
picam-me e eu tenho medo.
Sabias ou não?



Sim,
 sei que sabes há muito 
que tenho medo de tudo e nada 
e que não gosto disto e daquilo,
deste sentimento que me agonia e mata.
Mas sabes, 
tenho a certeza,
que de ti e deles (dos nossos filhos) gosto e gostarei sempre
 até ao final do meu, 
do teu,
 do nosso mundo 
que sei um dia será diferente
mas onde no meu coração viverás 
mesmo que só preso por um fio 
eternamente.
Amo-te, eu sei que sabes
que te amarei para sempre.

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