Hoje não sou capaz de escrever,
estou triste demais
secaram-se na minha alma
as palavras que dariam sentido ao que sinto.
Dentro de mim existe um vazio
que clama piedade
que clama piedade
um eco abafado
que pressinto surdo e mudo
que pressinto surdo e mudo
que me aperta e estrangula os sentimentos,
uma aflição infinita que não quero
mas se colou a mim como uma pele que me recobre
e de mim não foge nunca.
Hoje estou assim,
perturbada,
perturbada,
esgotada de sofrer pelos que amo,
que me falam e escutam,
mas sofrem em silêncio dores ocultas,
que devagar me destroem, me torturam
e devagar me matam.
e devagar me matam.
Não tenho forma de me despejar
desta mágoa que me inunda
deste mau estar que me consome
e gasta a cada instante
e gasta a cada instante
queria gritar,
dizer a todos, a este, àquele
e ao mundo inteiro
e ao mundo inteiro
que não estou bem
que muitos sofrem sem ter culpa
que morro devagar porque me matam,
mas engulo o grito,
sufoco de angustia
sufoco de angustia
e no silêncio frio existo,
e permaneço quieta e mais que muda,
nua e hirta.
Inês Maomé
Inês Maomé
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