Deitas-te a meu lado,
e eu sinto-te tranquilo e contento-me
com o calor do teu corpo,
o teu respirar lento,
porque isso me acalma
adoça o meu espírito revolto
e a minha alma sempre triste e descontente.
e a minha alma sempre triste e descontente.
A vontade de te ter ali
sempre assim,
quente, quieto e mudo,
dormitando a meu lado
e com o teu braço forte
abraçares o meu corpo já flácido
que tão bem conheces
e sabes bem
sempre carente,
faz-me bem, ajuda-me a viver
a ter vontade de contigo seguir em frente.
Amar também é isso,
é sentir o desejo invadir a nosso corpo e a nossa mente,
mas ficarmos contidos,
porque o corpo não responde mais aos íntimos desejos sentidos.
É aceitar que vivemos outro tempo,
um tempo em que um mar de ânsias nos invade
mas se some de repente,
desaparece num instante
e do imenso areal onde antes rolávamos felizes e contentes
como crianças alegres, puras
mas por certo inconscientes,
como crianças alegres, puras
mas por certo inconscientes,
pouco resta
e o que ficou é curto,
é pouco
e quase se apaga
e quase se apaga
ao menor toque de um vento mais ardente.
Ficou a certeza de que
nos queremos e amamos como antes
apesar desse amor ter outra cor,
outro brilho, outro sentido.
De que, ainda que só de vez em quando
surge a certeza de um consolo caloroso,
surge a certeza de um consolo caloroso,
mais apaixonado,
o prazer desmedido e incontido de me dares o que desejas
AMOR que eu aceito
e retribuiu como sei,
como posso e sinto de verdade.
e retribuiu como sei,
como posso e sinto de verdade.
Precisamos acreditar que o amanhã existe e será o nosso futuro.
Aceitar que lá tudo será mais duro e muito diferente
mais negro, mais pesado e ardiloso,
mas que unidos,
com o nosso amor
e sempre de mãos dadas
e sempre de mãos dadas
chegaremos num dia não marcado ao final dessa jornada.
Nesse dia
custe o que custar
o tempo gritará ao mundo inteiro
que mesmo assustados,
rotos, velhos, moídos, desgraçados,
nós lutámos
e juntos vencemos
porque fomos sempre puros e nos amámos.
Nesse dia
custe o que custar
o tempo gritará ao mundo inteiro
que mesmo assustados,
rotos, velhos, moídos, desgraçados,
nós lutámos
e juntos vencemos
porque fomos sempre puros e nos amámos.
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