terça-feira, 25 de setembro de 2012

O nosso Futuro


Deitas-te a meu lado,
e eu sinto-te tranquilo e contento-me 
com o calor do teu corpo,
o teu respirar lento,
porque isso me acalma
adoça o meu espírito revolto 
e a minha alma sempre triste e descontente.

A vontade de te ter ali 
sempre assim, 
quente, quieto e mudo,
dormitando a meu lado
e com o teu braço forte
 abraçares o meu corpo já flácido
que tão bem conheces 
 e sabes bem 
sempre carente,
faz-me bem, ajuda-me a viver 
a ter vontade de contigo seguir em frente.


Amar também é isso, 
é sentir o desejo invadir a nosso corpo e a nossa mente,
mas ficarmos contidos,
porque o corpo não responde mais aos íntimos desejos sentidos.
É aceitar que vivemos outro tempo,
um tempo em que um mar de ânsias nos invade 
mas se some de repente, 
desaparece num instante 
e do imenso areal onde antes rolávamos felizes e contentes 
como crianças alegres, puras 
mas por certo inconscientes, 
 pouco resta 
e o que ficou é curto, 
é pouco 
e quase se apaga 
ao menor toque de um  vento mais ardente.


Ficou a certeza de que 
nos queremos e amamos como antes 
apesar desse amor ter outra cor, 
outro brilho, outro sentido.
De que, ainda que só de vez em quando 
surge a certeza de um consolo caloroso, 
mais apaixonado,
o prazer desmedido e incontido de me dares o que desejas
 AMOR que eu aceito 
e retribuiu como sei,  
como posso e sinto de verdade. 

Precisamos acreditar que o amanhã existe e será o nosso futuro. 
Aceitar que  lá tudo será  mais duro e muito diferente
mais negro, mais pesado e ardiloso,
mas que unidos, 
com o nosso amor
e sempre de mãos dadas 
chegaremos num dia não marcado ao final dessa jornada.
Nesse dia 
custe o que custar 
o tempo gritará ao mundo inteiro 
que mesmo assustados,
rotos, velhos, moídos, desgraçados,
nós lutámos 
e  juntos vencemos 
porque fomos sempre puros e nos amámos. 

Inês Maomé



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