quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Os seus olhos tristes.


Dos seus olhos vi cair gotas de orvalho,
que depressa se transformaram
primeiro em torrentes intensas, 
lágrimas amargas, sofridas, dolorosas,
depois mais lentamente,
só de vez em quando
desciam da nascente.

Os seu olhos não eram como dantes
estavam triste, melancólicos,
dizendo-me  a mim e ao mundo
que o amor dá dor, corrói e destrói a gente.

Queria tanto afagar os seus lamentos,
transformá-los em pétalas macias de açucenas
dizer-lhe que os espinhos das rosas,
mesmo das mais belas e perfeitas 
existem mas não picam,
que todos os lençóis são macios,
perfumados  e leves como penas,
que dores todas as temos,
e que as lágrimas são "ais" profundos
 que curam os tormentos.

Mas penso que mentiria.
E fiquei magoada e muda,
vendo dos seus olhos correrem ainda
lágrimas tristes e amargas,
sabendo que as rosas todas elas,
têm espinhos que
apesar de coloridas, cheirosas,
aveludadas e vistosas, 
picam e magoam.
Que nem sempre os lençóis
que nos cobrem, nos protegem do frio,
e no seu seio fresco nos acolhem,
escondendo-nos do frio do mundo pérfido e ingrato,
nem sequer são de seda ou cetim,
e para muitos nem sequer existem
em  algodão ou puro linho.

Queria ser mendigo de rua,
dormir ao relento,
debaixo de uma ponte,
no rebato de uma porta
não ter que comer, nem que vestir.
Queria morrer já, se preciso fosse,
com a certeza que aquela fonte de orvalho intensa cessaria,
tendo no meu coração a visão de que no céu
as estrelas brilhariam para sempre.

Um  Luar intenso nasceria, 
resplandecente, 
sereno e brilhante como nunca,
no Universo imenso, mais que nunca tranquilo,
inundado de mil estrelas cintilantes 
colorindo todo o mundo, 
surgindo um imenso Luar brilhante e claro
só com orvalho nas pétalas das rosas.

Fotos do Google

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