sexta-feira, 5 de abril de 2013

AMEI-TE ANTES DE TE SABER:)



Amei-te antes de te saber. 

Sonhei-te um dia de Junho quente e num ato de amor puro foste gerada e eu, ditosa, senti-te aconchegares-te no meu ventre. 

Instante lascivo, eterno e doce, o que senti na força do abraço terno, amante e mágico, do teu pai.

O prazer que me invadiu fez-me estremecer inteira: soube que um milagre proviera: “ tu” estavas em mim, ínfima célula, grande ventura a minha, a nossa. 

Falei ao meu coração esse segredo e ele sorriu: astuto já sabia.

Amei-te datando ansiosa cada dia. 

Embalava-te em sonhos e aconchegava-te levitando nos meus braços.

Ter-te no meu regaço era tudo e agora que te tenho e vejo, omiti a dor de te parir, não quero mais nada: sou MÃE inteira e sou ditosa.



Luz dos meus olhos, minha força e alento, pedaço de mim, flor encantada e eterna do meu jardim secreto. 

Como podes tão pequenina dar-me tanto.
- És linda minha filha, menina de sua mãe: “Sim, coloquem-na aqui sobre o meu peito, quero sentir-lhe o cheiro que lhe sei há muito, mas quero senti-lo agora mais que perfeito, mais inebriante e intenso.” 

Como és perfeita minha bonina!

Que me importa agora lá fora o mundo, se o tempo é nosso?

Contigo no meu peito, choro sentindo o teu cheiro a pétalas de rosa, a flores de jasmim e rosmaninho. 

Estou no paraíso. Enlevo-me feliz.
Sou a mãe mais venturosa, seduzida e inteira. 
Uma mulher de verdade, a mãe que desejei ser. 
Obrigada filha, vida minha, a vida inteira.

Não quero que toquem trombetas, se grite pelas cidades que nasceu uma princesa. 
Não, não quero isso, nem noticias nos jornais.
Isso é pouco, é nada. 

Para ti filha, quero tudo, e tudo é dar-te ao Mundo e saber da sorte de sentires a felicidade.
Quero que no Céu te iluminem e guiem as Estrelas, que o 

Sol te siga sempre os passos, a Lua clareie as tuas noites, que não pressintas gritos nem ais, não te sigam serpes, nunca as vejas, não te inundam rios sem ter nascente, não te envolvam silvas e má gente.


Que não sintas gritos nem ais, que não os digas: tu, feita do amor mais puro e belo, não quero sequer que os pressintas.

Sei que não és minha, que serás do mundo, mas enquanto tiver vida e para além de ser, vou proteger-te tal leoa audaz abriga a sua cria, vou olhar-te sempre, serei um anjo oculto, a tua guia, o teu auxílio permanente.

Sentes esta mão quente e macia que te afaga: é o teu pai, parte de ti, que te adora e deseja desde que com amor profundo foste concebida e depois te falava e acariciava no meu ventre.
E eu sei, tu lhe sorrias sempre.

Juntos unidos na sorte, na dor e na amargura, que a vida não é só venturas, hás de fazer-te uma mulher forte e corajosa, uma guerreira.

E um dia, queira Deus, serei eu a ver-te aqui deitada, nesta mesma fortuna e mistura de dor e amor, a dar continuidade à vida.

Olha o pai, está feliz e radiante. 
Ama-te tudo e tanto quanto eu e, como eu, irá zelar por ti eternamente.

“VÊ amor: a nossa menina sorriu para ti!”.


Fotos do Google 

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