Tão
jovem, pressinto e sei que não me é nada,
mas
enlevo-me nele e sinto-o coisa minha
um
amigo, nascido de repente e em mim ficou
Em
cada palavra que me diz não sei se ria se chore,
mas sinto-a nova e gosto de gostar dela
mas sinto-a nova e gosto de gostar dela
Admira
–me, lisonjeia-me e eu feita gata felina
deixo-me
enfeitiçar nesses devaneios que não mereço,
não
me pertencem, não a mim, que já sou velha,
mal
sabida do tempo, mas passada e moída por
ele.
E
as graças e palavras doces que ele me diz,
eu
abraço e gosto
e
cada pensamento que sinto, não devendo
ser meu,
penetra-me
e devassa-me inteira e eu, tola, deixo.
Nada
do que me diz pode ser para mim, não o granjeio
meus são só os medos e anseios de uma mãe,
as
dores e as mágoas de amores bem ou mal vividos,
mas passados.
mas passados.
Horas
de solidão, momentos de tortura
Libertinagem
em mim inexistente, que pena e que loucura
Ensejos
que não gozei mas sinto a falta
porque me teriam feito outra gente
Outra
mulher, uma mulher diferente, solta e sem temor
E
eu devendo-o não admitir,
acho-lhe uma certa fineza e aceito-o.
acho-lhe uma certa fineza e aceito-o.
Um
encanto enorme, no tamanho de cada graça, de cada louvor
No
riso que tomo para mim de graça,
na
forma de me sentir melhor, mais gentil e
esbelta
de
aliviar a pena do tempo que voou sem eu dar conta
Que
pena que o primeiro beijo,
o primeiro abraço só se dê e sinta uma vez,
o primeiro abraço só se dê e sinta uma vez,
aquela
vez que nos cega inteiros,
e
por tamanha juventude e graça
pensamos
que o final da reta é longa e demora
tudo
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