Estou cansada de palavras ditas e escritas
vazias, ocas,
falsas e repetidas
falsas e repetidas
atiradas ao vento e à vida,
por todos que as inventam,
como se fossem a cura dos males da alma
declamadas e repartidas
e aos gritos feitas loucas varridas,
e aos gritos feitas loucas varridas,
danadas e descrentes,
não deveras amadas
repletas de medo,
sem conteúdo verdadeiro por dentro.
sem conteúdo verdadeiro por dentro.
Palavras que parecem dizer tudo,
mas são mentirosas,
vãs, repetidas,
vãs, repetidas,
banais e sem cor,
sem o brilho
que alimenta a alma deveras,
sem o brilho
que alimenta a alma deveras,
por serem sempre iguais,
sem verdadeiro sentimento
ou sentido
por serem ditas e reditas,
depois rescritas.
Palavras que saem da caneta
por serem ditas e reditas,
depois rescritas.
Palavras que saem da caneta
como água da fonte que depressa seca,
não da alma,
do coração,
do coração,
só da mente
Palavras escritas ou ditas
que saem daquele que diz ser poeta,
umas a seguir às outras,
sempre vulgares,
iguais
iguais
e banais
nos caminhos que percorrem
nos caminhos que percorrem
perdendo-se neles,
não aliviam as dores
não curam, não tratam,
não cuidam,
não matam a sede da dor,
nem do amor,
nem das perdas,
só nos fazem pensar,
sofrer mais e mais
e lentamente fazem-nos morrer
de desgosto,
de lamentos
de pena e de dor
de lamentos
de pena e de dor
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