domingo, 28 de outubro de 2012

O Amor é cego !

 Uma página em branco, 
e outra e outra ainda
 que mais quero para me libertar 
e nelas, com letras seguidas unidas  
escrever e limpar da alma
 com palavras doridas, eu sei,
mas directas 
cruas, soltas, e sempre sinceras 
o que me fizeste,
 o pesadelo onde me enfiaste,
a mágoa que vivo,
que tu inventaste 
em que mal acredito
mas é real, concreto, 
um absurdo total
que preciso entender, aceitar depressa,
senão morro de angústia e de pena.
  
Mas folhas brancas são  pouco
para limpar tanta mágoa,
que o que fizeste é demais 
e nelas não cabe a raiva 
a dor, a pena que tenho agora de te conhecido
de ter permitido que invadisses a minha vida 
de ter acreditado em ti, 
de te ter amado e respeitado.
 Com elas e nelas, apesar de puras,
 não limpo
o nada que deste, 
tudo o que me tiraste 
a mágoa que sinto 
por não te ter sabido antes como te sei agora 
o ter gostado de ti, 
ter-te respeitado sem que o merecesse


As razões que apresentas
que são vagas e fúteis, 
não merecem ser escritas, 
ficar gravadas em folhas brancas puras, distintas 
 apenas merecem ser esquecidas, 
esquecidas 
para sempre esquecidas

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