Uma página em branco,
e outra e outra ainda
que mais quero para me libertar
e nelas, com letras seguidas unidas
escrever e limpar da alma
com palavras doridas, eu sei,
mas directas
mas directas
cruas, soltas, e sempre sinceras
o que me fizeste,
o pesadelo onde me enfiaste,
a mágoa que vivo,
que tu inventaste
em que mal acredito
mas é real, concreto,
um absurdo total
que preciso entender, aceitar depressa,
senão morro de angústia e de pena.
Mas folhas brancas são pouco
para limpar tanta mágoa,
que o que fizeste é demais
e nelas não cabe a raiva
a dor, a pena que tenho agora de te conhecido
de ter permitido que invadisses a minha vida
de ter acreditado em ti,
de te ter amado e respeitado.
Com elas e nelas, apesar de puras,
não limpo
o nada que deste,
tudo o que me tiraste
a mágoa que sinto
por não te ter sabido antes como te sei agora
o ter gostado de ti,
não merecem ser escritas,
ficar gravadas em folhas brancas puras, distintas
apenas merecem ser esquecidas,
esquecidas
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