Fugiram-me as palavras,
secou-se-me o pensamento
pela tortura do que vivo.
Assim como me sinto estou nua,
rota, rasgada por dentro de tudo,
não penso, não consigo caminhar em frente
que por ele, que não o merece,
a minha mente bloqueou,
os meus sentidos secaram
fundindo-se com a dor.
fundindo-se com a dor.
Entrou em mim um silencio profundo,
doloroso e triste,
que me penetrou toda
se instalou em mim
transformando-me por completo
em alguém que desconheço
e não quero.
em alguém que desconheço
e não quero.
Uma força agreste que pode mais que eu,
comanda o meu corpo,
toda eu,
mantendo-se a meu lado
fundindo-se em mim
fundindo-se em mim
pior que um emplastro,
uma sombra negra,
avassaladora,
uma sombra negra,
avassaladora,
fazendo de mim uma mulher diferente
cada dia mais amarga e desolada.
Coloco-me de lado
e num último grito assisto a tudo como espectadora,
que sendo assim
é mais fácil não sucumbir a tamanha tortura,
a esta amargura,
que me desespera
que me desespera
mas só sem alento
incapaz de fazer o que quer que seja
incapaz de fazer o que quer que seja
deixo-me dominar por esta dor amarga
que me arranha a alma
me mata e quer engolir viva.
que me arranha a alma
me mata e quer engolir viva.
Do vazio das minhas mãos frias e nuas,
ergueu-se um castelo de raiva
e eu que o amava,
que lhe queria bem,
e eu que o amava,
que lhe queria bem,
hoje só sinto pena,
mágoa e desdém.
Quero esquecer a dor que me ofereceu
mágoa e desdém.
Quero esquecer a dor que me ofereceu
sem lha pedir ou merecer,
quero esquecer que existe,
que o amei,
lhe quis um dia bem.
lhe quis um dia bem.
me deixe de novo sorrir,
quero esquecer que algures por aí ,
mas bem longe ainda existe,
mas nunca por mim passou,
nunca o conheci,
nunca me fez sofrer
nem a ela
que menos que eu ainda
porventura o merecia.
mas nunca por mim passou,
nunca o conheci,
nunca me fez sofrer
nem a ela
que menos que eu ainda
porventura o merecia.
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