quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Aquele abraço



Não sabes como te quero, 
o quanto te amo, te desejo bem,
sou tua mãe bem o sabes 
e mãe quando é mesmo mãe 
faz e diz com os seus filhos 
tudo o que eu te digo e te faço 

Mas aquele abraço só nosso
sentido, silencioso, apertado,
repleto de consolo 
desejado e doce, 
que me deste e eu te dei 
com lágrimas regado
sofrido, 
sem testemunhas
que eu senti cheio de amor e ternura magoado,
valeu para o resto da vida, 
da tua e da nossa vida,
pois por aquele motivo, 
não quero que me dês outro.


Nesse sentido abraço
que trocámos com ternura
senti quanto me queres bem, 
que precisas de mim hoje 
como quando eras menina 
tinhas medo do escuro, 
de magoar os joelhos, 
de fazer cópias compridas,
quando não estavas bem
e o teu coração inquieto 
os teus olhos enevoados,
chorosos e magoados,
procuravam o conforto
no meu colo que era, 
foi e será sempre o teu eterno regaço.    

Daquele instante supremo,
naquele abraço apertado
senti o quanto sofrias
vi que o teu corpo de mulher 
voltava a ser de menina
e aflita afaguei-te, 
dei-te mimos, disse-te mil coisas 
bem sabes que depois acalmaste
ganhaste força, cresceste 
e julgo que venceste o medo e o resto da tua vida  

De ti quero sempre mil beijos 
ternos e meigos abraços, 
repletos de magia
mas aquele 
guardá-lo-ei como único 
pela dor que envolvia.
E porque nos mostrou a ambas 
como nos queremos bem,
como  precisamos eu de ti e tu ainda de mim,
porque nos segredou que estamos
unidas para toda a vida,
guardá-lo-ei bem guardado 
para que não o veja ninguém
num baú de ouro fino, 
no canto mais recôndito 
do meu coração de mãe
ora alegre ora aflito.


Obrigada minha flor, 
minha filha, minha vida,
por confiares em mim, que eu sei


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