domingo, 27 de fevereiro de 2011

Caminhos percorridos

Para aqueles dias que estariam no Brasil, Sérgio delineou com Pedro um roteiro magnífico que lhes daria a conhecer uma boa parte da zona envolvente do Rio de Janeiro. Claro que teriam que visitar os locais mais importantes do Rio, e assim logo que possível foram com uns casais amigos brasileiros, visitar o Corcovado e o Pão de Açúcar. Isabel deliciava-se a ouvir aquela gente falar, pois a sua voz cantante deixava-a bem-disposta e animada e as palavras doces e carinhosas que utilizavam achava-as de uma ternura infinda. Todos tinham diminutivos, estavam sempre risonhos, acordavam bem-dispostos, nunca ninguém dizia que estava indo mais ou menos, dizia sempre “está-se bem, sim senhor”.

Nessa visita Isabel parecia viver um sonho. Dali as vistas eram magníficas, soberbas, quase irreais pela grandiosidade de tanta beleza, difícil de descrever para quem como ela nunca viu tamanha grandiosidade, que uma coisa é ver e outra é descrever sem sentir a emoção dessa visão extraordinária, e Deus ali esmerou-se e juntou como numa tela imensa, a beleza do mar com a praia, a montanha com o maravilhoso verde tropical, e a cidade grandiosa e imponente, que vista dali parecia mais que perfeita e bela, tudo harmoniosamente envolvido num clima verdadeiramente único e sublime.

Isabel queria ficar ali para sempre, pois aquela era a mais linda visão da natureza que alguma vez tivera. Pedro fotografou o local e Isabel de todos os ângulos, e para mais tarde recordar, trouxeram do Pão de Açúcar uma foto deles, estampada num prato, que iriam guardar para toda a vida como uma recordação única e viva de um momento tão especial.

Todos os dias, passeavam muito cedo pela praia, fazendo uma caminhada salutar, ou então misturados com o povo brasileiro andavam pelo calçadão sem medo de ser assaltados. Sérgio tinha-os avisado como devia ser a sua postura na Avenida de Copacabana, e também como saíam vestidos simplesmente e sem valores expostos, nada nunca lhes aconteceu, como era usual as pessoas comentarem.

No final das caminhadas, e antes de entrar em casa, uma aguinha de coco caía sempre bem. Costumavam também passear e frequentar os dois, a praia de Ipanema, logo ali ao lado, e faziam-no com a maior desenvoltura e á vontade como se estivessem na sua terra.

Muitas vezes, Pedro no final da caminhada em Copacabana ia dar um mergulho no mar de Ipanema, enquanto Isabel preferia ficar deitada a olhar aquele céu magnifico onde o Sol nasce no mar, na piscina do prédio, que tinha uma envolvente lúdica extraordinária, e um jardim verde e bem cuidado que dava prazer só de olhar. Passavam a semana em pequenos passeios citadinos com a esposa de Sérgio, para de quinta-feira á noite até domingo á noite, e foram três os fins-de-semana, o da chegada e mais dois, saírem da grande cidade e visitarem cidades e praias relativamente próximas.

Angra dos Reis, Búzios, e Parati, mereciam uma visita além de uma grande série de outras cidades que Isabel não fixou, pois a sua cabeça via tanta coisa que parecia um catavento, sem conseguir memorizar tanta informação junta. Aquelas praias belas pelo enquadramento marítimo, pelo clima, tinham tudo de belo. O calor imenso, a areia quente, o mar tépido, as praias que os acolhiam, umas a seguir às outras, sempre com o mesmo calor e o mesmo verde tropical envolvente que se chegava ao mar, como Isabel nunca tinha visto antes.

E o verde que Isabel amava tanto nunca se ausentava e deslumbrava-a cada dia mais, porque estava em todo o lado, e só terminava mesmo juntinho ao mar, o que era fascinante, pois estava num país tropical.

Em Parati, deram um extraordinário passeio de barco, alugando um barco a um pescador, e com mais um casal amigo e os filhos perfaziam oito pessoas o que fazia um belo grupo de passeio. Marearam pelo meio de ilhas, e numa determinada zona o barco parou, e todos mergulharam. Isabel aí deu por abençoadas as suas aulas de natação. Tal como os mais audazes e as crianças destemidas, mas sabidas, Isabel mergulhou naquele mar de vários metros de profundidade, mas tão límpido e cristalino, que se conseguiam ver as pedras do fundo do mar e os peixes de várias cores que nadavam ao seu redor até ao fundo e numa longa distância. Depois daquele mergulho soberbo, o barco abordou numa ilha onde todos almoçaram uma refeição de marisco, e finalmente de volta a Parati, o tempo toldou-se e ainda no barco o céu ficou negro, choveu sem parar, e Isabel constatou como era o clima tropical, quente, com muito sol, e de repente chuva imensa, mas sempre muito quente.


Fotos do Google

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