sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O meu nome


Detesto que me chamem dona
não gosto de ser senhora
quero ser mulher 
simplesmente mulher 
e mãe e amiga 
e amante dos que me quiserem
por amor  

Não sou dona de nada 
não tenho comigo bens, 
nem dons,
nem poderes, 
nem ouro ou diamantes,
nem amores como queria,
daqueles mais tresloucados  
nada decentes, 
mas apaixonados e ardentes.


Nunca fui  dona nsda
muito menos de ninguém
nem de amores arrebatados
que me cansassem por dentro 
me amassassem os ossos 
e a carne, 
me limpassem dos olhos o choro 
me molhassem a boca sedente, 
me deixassem risonha e contente, 
me desfizessem por fora
mas mais inteira por dentro
no coração, na alma  e na mente  

Não sou senhora de nada
estou nua, 
estou carente, vivo rasgada 
não tenho mais que um corpo velho
frouxo, cansado
 fragilidade e dorido, 
 talvez já demente
um corpo que nada tem de invulgar,  nada sente
a quem nada ou ninguém quer
a quem nem a vida pertence


Não quero que me chamem dona 
e muito menos senhora
sim, 
já o gritei e gritarei sempre 
não quero,
sou MARIA
E sou mais ainda
isso eu sei,
pois se há uma coisa que tenho  
que por direito me pertence, 
é o meu nome de flor, 
nome que um dia me deram
e esse  
quero-o para sempre.
sou e serei sempre 
Rosa maria

Fotos do Google

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