Detesto que me chamem dona
não gosto de ser senhora
quero ser mulher
simplesmente mulher
e mãe e amiga
e mãe e amiga
e amante dos que me quiserem
por amor
por amor
Não sou dona de nada
não tenho comigo bens,
nem dons,
nem poderes,
nem ouro ou diamantes,
nem amores como queria,
daqueles mais tresloucados
nada decentes,
mas apaixonados e ardentes.
Nunca fui dona nsda
muito menos de ninguém
muito menos de ninguém
nem de amores arrebatados
que me cansassem por dentro
me amassassem os ossos
e a carne,
me limpassem dos olhos o choro
me molhassem a boca sedente,
me deixassem risonha e contente,
e a carne,
me limpassem dos olhos o choro
me molhassem a boca sedente,
me deixassem risonha e contente,
me desfizessem por fora
mas mais inteira por dentro
no coração, na alma e na mente
Não sou senhora de nada
estou nua,
estou carente, vivo rasgada
estou carente, vivo rasgada
não tenho mais que um corpo velho
frouxo, cansado
fragilidade e dorido,
fragilidade e dorido,
talvez já demente
um corpo que nada tem de invulgar, nada sente
a quem nada ou ninguém quer
a quem nem a vida pertence
Não quero que me chamem dona
e muito menos senhora
sim,
já o gritei e gritarei sempre
não quero,
sou MARIA
E sou mais ainda
isso eu sei,
já o gritei e gritarei sempre
não quero,
sou MARIA
E sou mais ainda
isso eu sei,
pois se há uma coisa que tenho
que por direito me pertence,
que por direito me pertence,
é o meu nome de flor,
nome que um dia me deram
e esse
quero-o para sempre.
nome que um dia me deram
e esse
quero-o para sempre.
sou e serei sempre
Rosa maria
Rosa maria
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