Fechei-me em ti
arqueei o meu corpo
e sentei-me deitada no teu colo,
no calor da nossa cama.
Estavas quente, sereno,
e assim adormeceste.
Mal te ouvia o ressonar como me habituaste
Sentia o calor do teu colo amigo
aconchegante, quente e macio,
mas essa tua calma nada usual
despertou-me toda
e na noite escura
com o meu corpo colado ao teu
nesse encosto nosso, afectuoso e terno
como dizes muitas vezes
"encostados como cavala em sal"
pensei que algures, muito longe
estava frio, muito frio,
mas não mais que aquele que sentia no meu peito apertado
e tremi, tremi de medo,
de mais medo ainda
receando a falta desse encosto quente e amigo
e assustei o sono que parecia e de repente ficou ausente
Pensei em tudo, mas tudo o que pensei foi pouco
Que a vida que vivemos , tudo o que passámos
é demais para se sentir numa só noite
num querer adormecer à força
num desejar mais que sempre que tudo é mentira
que tudo o que pode ser verdade não existe
E com tudo isto na cabeça
com o calor que me davas
e a tu mão quente poisada na minha coxa
adormeci,
e tudo desapareceu de repente.
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