É dor, é mágoa
É amor ferido, condenado
Sentido, sofrido e magoado
A dor que sinto no peito é maior que eu inteira
É querer dar-te tudo e dessa entrega
Receber pouco ou nada
Colher o vazio, ficar dolente, impotente
É sofrer nesse amor por ele existir e ser, mas não ter
Padecer no sentir e querer esquecer, esquecer tudo
esse pouco, o vazio, a nudez e o frio que nos abraça
É estar ali, aqui, amando-te sempre
É sentir um pedaço de nós morrer no abraço que damos,
Que se arranca de nós com ternura
Mas nos fere, nos corta aos pedaços por dentro
No peito, na alma
Nos embarga a voz, nos leva, me conduz às lágrimas
É não ser, não possuir, não existir
É ser sempre amante, mas não como antes,
Dar-se por inteiro e não colher nada
É sofrer calada, ferida,
e ficar com o beijo ulcerado
é gritar por dentro cada instante o lamento
é largar um grito alucinante que nos corta a alma
e ficar em silêncio
A vida, arrancando de nós um pedaço
o pedaço, que nos fazia sorrir, soltar gargalhadas ,
sentir juntos o amor dos nossos corpos estremecidos,
na troca do amor que nos dávamos,
fugiu, evaporou-se de ti e de mim. Sumiu para sempre!
Sorte malvada!
Deixou o rasto, a poeira, o cheiro desgraçado
E não deixou mais nada essa depravada
Nos meus olhos,
ficaram as lágrimas da lembrança
do que foi esse amor que abraçados nos dávamos
e hoje nos dá pouco ou nada,
que te dói e a mim me dói e destrói.
Quanta dor e pranto.
Quanto sofrimento!
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