sábado, 13 de julho de 2013

Procuro-te e tu a mim...




Procuro-te e tu a mim

Procuro-te e tu mim, 

hoje e sempre, como antes

Por entre os arvoredos densos da vida

E não te avisto

Doem-me os olhos de os afirmar no vazio que nos rodeia

num mundo que pressinto ainda vivo, inteiro

onde te queria ter, possuir, sentir só meu

Um mundo que nem sei se algum dia me viu,

Se passou por mim e segurei como coisa certa

que decerto nunca existiu no meu pobre eu

mas que desejei sempre

que sonhei demais e sempre para ambos

Dias loucos, amantes, unidos pelo nosso corpo,

na pela da alma,

em todos esses dias nos sentirmos

nos consumirmos, sermos um só

num ato de amor puro e cristalino, único

só nosso, do principio até ao fim

eu com o meu corpo trémulo de desejo preso ao teu,

tu entroncado em mim, de pernas tensas,

corpo másculo e ardente

a devorares-me estonteante de prazer

eu a deixar, a querer tudo, e como louca pedir mais e mais…

Sonhos, quimeras, fantasias delirantes

Esse mundo que teimo e parece que sinto à minha frente

Que está vazio e oco, não existe, nunca existiu senão na minha mente

Um mundo só nosso,

onde continuamos unidos por uma força que desconheço

Sonhando com delírio, como se fossemos crianças,

Sonhos que nos incendeiam como labaredas mansas

que nos queimam o corpo, a alma,

a imaginar que o impossível acontece.

INÈS MAOMÉ



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