“ Como estás”
É
sempre o mesmo
Bato
ao portão sempre fechado
Ouço
passos
E
num arrastar lento
Olhos
prostrados no chão
Aproximas-te
e mecanicamente
Abres
aquele portão maldito
Mal
falas
Só
te ouço dizer entre dentes
“Com
estás”
E
deixando-me passar em frente
Arrastas
os pés pesadamente
nesses
chinelos malditos
que ecoam atrás
de mim
soando-me
tudo isso a um castigo que não mereço
Porque
fazes isso?
Porque
não me falas?
Não
me olhas?
Não
me tocas?
Nem
sabes quanto o lamento…
Mais
tarde liga-te alguém
é
ela a tua menina de oiro
e
para ela abres o rosto
levanta-lo
todo
falas
alto
de
tom risonho
nada
sombrio
com
ar de quem está feliz e contente
E
eu ouço
ouço
tudo
e
medito
Afinal
porque me queres a mim
tanto
mal assim?
Porque
me rejeitas?
Porque
me odeias?
se
não te pedi para me fazeres
no
ato em que me fizeste.
INÊS MAOMÉ
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