sexta-feira, 19 de julho de 2013

A hora do AMOR !



Era a esta hora, 
ou outra, tanto fazia
Sentia, 
como sinto ainda agora de lembrança,
sobre mim o teu corpo inteiro e cheiro másculo,
que me inebriava, 
e enamorada, mais que amante, eu gostava
Uma mistura sedutora do teu hálito, com o cigarro da véspera e
a colónia do banho da manhã, que me apaixonava,
uma mescla que me seduzia e drogava  os sentidos, quanto encanto…  

Éramos assim…
Sentia de ti o respirar ardente de quem ama e deseja
e a qualquer hora se entrega à sua amada amante
e por amor se despe até à alma de uma forma desconcertante
O desejo num expirar profundo feito arfar, 
sedento de receber e dar,
num mexer e remexer constante sobre toda eu, seguro em mim, 
num entusiasmo, um fascínio permanente e constante
e eu amante,  sedenta, queria mais, sempre mais,
pois o muito que me davas era pouco, sempre pouco.. 
e eu queria do tudo, tanto

E o ondular dos nossos corpos não cessava nunca
numa busca inquieta do infinito prazer de algo que não chegava
Um tocar aqui e ali, um suborno, uma tentação estonteante,
uma pluma leve que roçava a pele, que parecia não tocar
mas nos queimava e impregnava a alma, o coração,  
molhava os lençóis de seda, o colchão, o próprio chão...

Um ato de sedução de quem quer mais do que se pode ser e ter,
o conseguir sentir sempre um pouco mais adiante,
o gemer, o gritar de uma paixão louca cintilante,
o pedir mais, o dar e receber só mais um escasso afago
o ter sempre mais para entregar
até chegar a hora do clímax em que os nossos corpos cansados, descarnados, suados,
já deram tudo e chegando ao céu, 
aterravam cansados e finalmente se entregavam 
num abraço terno e eterno,
que podia ser o último…mas que importava isso naquele instante…

Só com esse sentir amante, 
essa dádiva feita de uma troca de tudo, a vida faz sentido.

Amar é isso, é dar e receber tudo,
numa totalidade infinita, na dor, na agonia, na ânsia e no prazer..

Senão, não é amor.

Inês Maomé



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