ou outra, tanto fazia
Sentia,
como
sinto ainda agora de lembrança,
sobre mim o
teu corpo inteiro e cheiro másculo,
que me
inebriava,
e enamorada, mais que amante, eu gostava
Uma mistura
sedutora do teu hálito, com o cigarro da véspera e
a colónia do
banho da manhã, que me apaixonava,
uma mescla
que me seduzia e drogava os sentidos,
quanto encanto…
Éramos
assim…
Sentia de ti
o respirar ardente de quem ama e deseja
e a qualquer
hora se entrega à sua amada amante
e por amor se
despe até à alma de uma forma desconcertante
O desejo num
expirar profundo feito arfar,
sedento de receber e dar,
num mexer e
remexer constante sobre toda eu, seguro em mim,
num entusiasmo, um fascínio permanente e constante
e eu amante, sedenta, queria mais, sempre mais,
pois o muito
que me davas era pouco, sempre pouco..
e eu queria do tudo, tanto
e eu queria do tudo, tanto
E o ondular
dos nossos corpos não cessava nunca
numa busca
inquieta do infinito prazer de algo que não chegava
Um tocar
aqui e ali, um suborno, uma tentação estonteante,
uma pluma
leve que roçava a pele, que parecia não tocar
mas nos queimava e impregnava a alma, o coração,
molhava os lençóis de seda, o
colchão, o próprio chão...
Um ato de sedução de quem quer mais do que se pode ser e ter,
o conseguir
sentir sempre um pouco mais adiante,
o gemer, o
gritar de uma paixão louca cintilante,
o pedir
mais, o dar e receber só mais um escasso afago
o ter sempre
mais para entregar
até chegar a
hora do clímax em que os nossos corpos cansados, descarnados, suados,
já deram tudo e
chegando ao céu,
aterravam cansados e finalmente se entregavam
num abraço terno e eterno,
num abraço terno e eterno,
que podia ser
o último…mas que importava isso naquele instante…
Só com esse
sentir amante,
essa dádiva feita de uma troca de tudo, a vida faz sentido.
Amar é isso,
é dar e receber tudo,
numa
totalidade infinita, na dor, na agonia, na ânsia e no prazer..
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