quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sem vontade de nada


Sem vontade de nada

Hoje, estou igual a ontem,
ao que tenho sido cada dia ultimamente.
Amorfa, quase inerte e sem vontade de nada
De manhã, já quase noite em mim,
 levantei-me e com um banho de água profundo,
tentei arrancar de mim a nostalgia que me persegue,
 me inunda e suja toda,
não me deixa viver as horas
que o relógio vai marcando num compasso sempre certo e atento.

Tentei raspar de mim tudo o que me dói e eu nem sei onde.
Esfreguei-me até ao infinito.
E agora que me limpei, vesti-me de verde, cor da esperança, 
a cor dos jardins que sonho algures e onde imagino seria livre e mais feliz,
Mas no final sinto-me igual, a mesma.
Amorfa, quase inerte e sem vontade de nada.
Para onde foi a força que tinha antes?
Por onde anda a minha vontade de viver?
Queria saltar deste meu canto e ir lá fora, ao mundo, gritar que existo,
que sou gente, que ainda estou em tempo de sorrir,
fazer coisas novas, bonitas, diferentes, sem dar um lamento.
Mas continuo aqui parada,
sem vontade de mim,
sem vontade de nada.

INÊS MAOMÉ


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