domingo, 28 de julho de 2013

Uma dor que não passa


Uma dor que não passa

Tenho cansaço

Ardem-me os olhos como se fossem fogo,

saíssem por eles labaredas de mágoa e dor

que me queimam a face.

Doem-me as pernas e os braços e as entranhas desfazem-se.

No coração sinto um vazio frio

Um gelo que o arrefece, trespassa e não passa

Pelo silêncio que sinto de ti, sofro calada

Nada me contas, me dizes 


e assim vou-me destruindo aos poucos

Tudo isto junto, me entristece e mata.

Que tenho eu?

Que sinto?

Porque vivo neste embaraço?

Nesta agonia que me penetra toda

Me inunda, toma conta de mim, 


me avassala e domina inteira,

estrangula a alma até ao último gemido de dor,

que eu não entendo e sem forças deixo que me atormente?

Algo me entristece, me transforma, 


me tira a cor 

e a pouca graça que me invadia antes.

E eu sabendo porquê, 


calo tudo, engulo e sofro.

Tu sabes que isso acontece, mas de que me vale?


Queria ver-te bem

Sentir-te tranquila e serena

Mas de ti pouco ou nada sei.
 

Nada me contas. 

Nada me dizes, confessas ou desabafas.

Sou eu que o adivinho e sofro contigo.

Não te entendo!

Não percebo porque engoles tudo e não me abraças!

Se agora, se neste momento,

desde ontem e antes de ontem,

se isso que penso, acontece mesmo contigo,

contigo morro nessa agonia que atravessas,

cansadas, ambas, da alma e do corpo.

És a minha vida!

Se não vives inteira e feliz,

morro de tudo o que sentes 


Pois de ti, sem que me contes, sei  o que sonhas e pensas.

Serás sempre  a minha menina.





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