terça-feira, 6 de agosto de 2013

Se o Verão fosse poesia,




Se o Verão fosse poesia,
o céu não me fugiria,
não me queimaria as entranhas 
não se findariam em mim os abraços,
as caricias e enlaces

Havia de me aquecer,
de me querer,
não se esconder  nem fugir
como sumiram de mim
os abraços e beijos  
que ainda me ardem e queimam,
os gemidos loucos que nunca ouvi
e me ficaste a dever,
os orgasmos perfeitos,
que não senti,
que em vão busquei
mas não vi nem vivi
onde nunca nadei,
nunca me afundei, 
nunca me perdi,
por viver num inverno negro,
na lua ,
no fim do mundo…
num foço profundo
por não seres um poema de Verão,
a paixão ardente que tanto desejei
mas sempre, sempre, 
em vão

INÊS MAOMÉ



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