A minha menina
Sei bem porque se agita no meu peito o coração
Queria esconde-lo de mim
e até do mundo,
e até do mundo,
mas não posso.
É mais forte que eu a vontade de o fazer e conseguir
E deixo que o meu rosto mostre as marcas
os meus olhos triste e magoados chorem
Eles contam a minha vida,
O que foi a tua, a mossa história
o que vivemos e sentimos juntas
o que vivemos e sentimos juntas
Ver-te só, dói-me até à alma
Para quê esconder de mim que já esqueci
se vivo ainda tudo o que se passou como se fosse ontem?
O vestido branco, o véu e a mantilha.
O anel fino no teu dedo sobre o vestido que te vesti
A organza enrolada nas escadas
com ramos semeados de margaridas
e na tua mão o ramo delicado e puro como nubca nenhum outro vi
com ramos semeados de margaridas
e na tua mão o ramo delicado e puro como nubca nenhum outro vi
As tulipas nas jarras, a família a chegar
Os sorrisos, os abraços
E tu, linda como nunca, a descer as escadas
Não será fácil apagar da minha mente cada instante
Vivi-os tão profundamente
que restaram em mim marcados
como se um cinzel mos tivesse esculpido na carne e no
espírito
para a vida e para além da morte
Cada passo dado,
cada sensação vivida
cada sensação vivida
o ramo, o bolo, a dança, os amigos,
a cara “dele” de mau grado
e eu a acreditar que era mesmo assim,
pressentindo que no futuro
tudo teria que ser diferente "daquilo"
tudo teria que ser diferente "daquilo"
Quero tanto que sejas feliz, minha princesa!
“A minha menina”,
“a minha luz e rainha”,
“a minha luz e rainha”,
como disse naquele dia que vieste ao mundo
e te colocaram no meu peito
quando te olhei com doçura a primeira vez
e te chamei logo de Maria!
e te chamei logo de Maria!
Que saudades desse tempo
em que te protegia nos meu braços
das tormentas deste mundo,
das tormentas deste mundo,
te abraçava e beijava quanto queria….
2 comentários:
São 23h37m e chorei. Chorei ao ler este poema "A minha menina", talvez porque eu tenha a facilidade de me tornar uma personagem omnisciente e consiga ir ao sítio onde tudo se passa e invisível deambular por entre as pessoas e captar o que estão sentindo. Aquele cheiro, o cheiro do ramo da pureza e da inocência, esse fica para sempre, nunca nos liberta, e eu também não quero que ele me deixe, pois é um cheiro que gosto. O resto, os rostos, os pressentimentos, esses não quero tê-los, nem lembrá-los, quero definitivamente matá-los. Só assim podemos começar todos os dias, um novo dia, e a felicidade está sempre bem perto de nós. Muito obrigada.
Obrigada querida amiga, minha amiga para a vida inteira e para sempre, pelo conselho que aceito, mas não sei se conseguirei cumprir. Escrevi com o coração, num grito de dor, e nem revi...nem vou rever...Aqui, não me importa a poesia, mas o sentimento que vivo ainda e sinto dentro de mim. Foi tudo muito denso e intenso, vejo e sinto ainda muito bem tudo à minha volta... é como se tudo tivesse sido ontem. Um sonho desfeito...e as flores vejo-as a cada instante, como a ela vestida de branco segurando nas suas delicadas mãos o ramo mais lindo que algum dia foi feito...Há-de passar, tem de passar e a passar a uma visão doce como se tivesse sido um filme...
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