SÃO LÁGRIMAS
São lágrimas secas,
moídas, sentidas e impacientes,
que me batem à porta dos olhos constantemente
que eu forço e empurro para dentro
e não deixo que saiam de mim
para apanhar vento,
nem ver o sol que me escurece o dia
que me dão dor,
mil tormentos e mais agonia
São lágrimas densas
que me torturam interiormente
que eu engulo
e num repente me sufocam,
me atrofiam,
me gelam inteira
me transformam num cata-vento
Mas eu insisto,
não desisto e engulo-as todas
faço tudo para as destruir,
para se ensoparem nas minhas entranhas
mesmo que por dentro me afoguem
me tirem as forças,
o animo
mas faço tudo para as destruir
fazer sumir,
fazer voar e sumir de vez
São lágrimas secas que doem
me destroem
e não me deixam ser feliz.
INÊS MAOMÉ
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