quinta-feira, 8 de agosto de 2013

NO Verão...os sonhos são irreais



Sonho de muitos

Verão,
o sonho de muitos,
um poema vivo e perfeito
E eu uma borboleta azul bordada por ti
uma ave rara,
o teu gato deitado no teu regaço
Eu a amar-te e ser amada intensamente
e a gritá-lo ao mundo inteiro
desde o sol nascer até se pôr
ficar presa no teu olhar doce em pensamento
até o horizonte em fogo me dizer:
eu sou o teu céu,
a tua vida,
tu és o meu mar
e contar-me em segredo que a noite cai
que vai afundar-se em mim
que é tempo de irmos para casa,
dormir,
sonhar,
unir mo nos e sermos um só
e voltar de manhã
para vivermos tudo de novo tudo
como se fosse a primeira vez
Se o Verão fosse poesia,
o céu não me fugiria,
não me queimaria as entranhas
não se findaria em mim
como tu que fingiste sempre amar-me inteira
Havia de me aquecer e querer,
não se esconder de mim,
nem fugir
como fugiram hoje de mim os beijos que me deste
e ainda me ardem e queimam,
e os abraços loucos que nunca tive como queria
que me ficaste a dever,
como promessa
os orgasmos,
loucos da vida,
que não senti,
que tanto busquei em vão
e não vi, nem vivi,
onde nunca nadei,
nem me afundei, nem em sonhos me perdi…
quanta loucura… por viver num inverno negro,
na lua ,
no fim do mundo…
num fosso profundo
por não te conhecer como ao Verão,
homem paixão que em vão
tanto desejei
No Verão os dias parecem diferentes,
os sonhos renascem,
e a poesia aparece
Acorda tudo de novo,
ainda é tempo,
sonha-se cada passo,
tudo parece fácil
Encontrar -te e ser feliz,
sorrir e colada a ti existir pode ser,
acontecer e eu gostar e ficar em ti mais um pedaço
Posso ser “aquela” mulher
e não a criança que vive perdida no beco
O meu corpo saciar o desejo contido de tanto tempo
o arfar suspenso no teu peito
que sonho encostado ao meu,
ser o meu alento
e o pisar na areia quente,
de mãos unidas às tuas,
a minha e a nossa força
Todos haviam de contar-me mais do nosso presente
e do futuro da gente
O Verão é um poema-sonho,
um virar de folhas
mas é malvado, pois mente sempre,
mal avista Setembro

Inês Maomé


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