sexta-feira, 14 de junho de 2013

TU !



Tu és o meu anjo, 
o meu pilar, o meu fogo, a minha desventura
És o meu tudo e nada, 
o meu sorrir, a minha mágoa, o meu maior lamento
Tu és a labareda que busco, 
me consome o interior mas não me sacia nunca  
És a minha força e isenção, 
mas a mágoa da minha paixão nua
Tu és a minha vida 
e nela a pena de não te ter nunca com a volúpia que sonhei.

Tu és aquele a quem dei e cedi inteiros, a minha alma,
o meu corpo alvo e puro, a quem sempre quis e quero mais que a mim,
ao mundo e à vida, de quem almejei tudo, 
a quem me entreguei até à morte e pouco recebi

Tu, és o homem que quero sentir inteiro, 
entregue e colado ao meu corpo,
gozando em mim de prazer, tirando-me desta  dor e desalento, 
mas não o fazes, não me mereces
Buscar ainda em ti o prazer da aventura que tanto desejo 
e não chega nunca, é uma loucura


Que raio de sorte a minha, que puta de vida esta.
Porque te hei de querer a ti, tu, um ser tão egoísta?
 O trovão que rasgou a minha rocha e nela ficou inerte.
Porque tenho que ser eu no amor: fiel e honesta?

Perdi-me na tua boca e não mais esqueci aquele banco

onde tu me beijaste toda, me juraste amor eterno,

onde  te jurei que seria tua até à morte e tu serias meu por completo.

Perdi-me nos teus abraços, nos teus beijos lânguidos mas doces

e cega, fiquei contigo ávida demais do tudo que me juraste

Juntos, tu amando-me de forma egoísta e imprópria,

eu acanhada à espera do que  me prometeste 
e nunca me deste: fui e sou incompleta.

Sobre os lençóis brancos da nossa cama, tu ondulaste mil vezes
Arando, com o teu, o meu corpo sôfrego e insaciado,
Eu, dando-te de mim tudo: 
o meu corpo, o mais fiel amor e sincera ternura, esperei sempre mais
Calada, presa nos teus enleios: 
sorri, chorei, vivi sofrida, sabendo o pouco que recebi.


Que triste sina a minha, 
que raio de amor este que me consome e mata, mas eu deixo.

Inês Maomé


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