segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O nascimento de MARIA

Cheia de dores, Isabel não fazia dilatação alguma. Pedro a seu lado já via a cabeça do bebé, que teimava em não querer descer pois não tinha espaço. E o médico não aparecia. Isabel aguentava as dores, que não eram nada fáceis de suportar e se sobrepunham umas às outras, sem lhe dar tempo para respirar. Esteve assim desde segunda-feira de manhã bem cedo, até terça de manhã. Às sete da manhã como o bebé não descia mais e Isabel não aguenta mais dores, aparece o médico pronto para lhe fazer um parto por ventosa. Sempre a seu lado, Pedro apoia-a e assiste ao lado de Isabel ao parto do filho.

-Não faça força, só quando eu disser- e Isabel encolhia-se cheia de dores, o mais que podia para o seu filho sair ileso, e não sofrer qualquer dano.

-Pode fazer agora toda a força que puder-dizia de novo o médico, e esta situação repetiu-se algumas vezes até que de repente, Isabel sentiu um choro de bebé e Pedro disse:

-Já está, é um menino, pois olhou-o com o cordão umbilical.

-É perfeito-pergunta Isabel a Pedro que se encontra do lado dela, ao que ele responde que sim. Mas o médico pergunta-lhe:

-Então o que tem a senhora lá em casa?

-Tenho um menino senhor doutor.

-Muito bem, então tem aqui agora uma menina.

Isabel comovida só disse:

-A minha “MARIA”, obrigada Senhor.

E o médico mandou que a enfermeira coloca-se a menina sobre o peito de Isabel, que ali ficou algum tempo enquanto o médico lhe cosia o enorme corte que lhe tivera feito para conseguir tirar Maria com a ventosa pois Isabel não dilatava. Pedro estava tão feliz que não cabia nele de contente.
Desejava muito ter uma filha, e abraçou Isabel, tão emocionado como nunca o fizera, de forma que quase a atirara da maca a baixo. Maria continuava deitada no peito da mãe e Isabel jamais esquecerá esse contacto, esse cheiro, essa magia que se criou entre ambas, esse elo maravilhoso, que se pudesse devia ser eternizado e nunca mais devia ser desfeito por nada.



Há fenómenos que acontecem que se deviam perpetuar eternamente, permanecer ilesos, como actos vivos que nunca morrem e que ficam para sempre para nos ajudar a viver, a amar, a suportar as coisas piores da vida, para não nos esquecermos que nos dias que temos dores e nos sentimos derrotados,  também tivemos dias em que fomos extraordinariamente felizes.

 
 
 
Fotos do Goggle

Sem comentários: