segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O regresso de Alberto

Alberto estava constantemente a surpreende-la. Antes de adormecer Camila agradeceu a Deus, e à mãe, que acreditava a estava também a proteger.
De manhã Alberto estava feliz e tinha muitas surpresas para Camila, tantas que ela nem imaginava. O céu enevoado e os dias escuros tinham passado. Ao acordar Camila parecia ainda estar a sonhar, mas não, Alberto estava ali e apressava-a para saírem pois tinham assuntos para tratarem em comum.

Vamos Camila, quero muito mostrar-te uma coisa, que sei vais gostar.

Levou-a exactamente à mesma Avenida onde anos atrás ambos se tinham amado a primeira vez, e onde ele a tinha pedido em casamento.

-Mas esta rua, este prédio, que vamos aqui fazer?

-Quero que vejas. Gostas desta Avenida não é muito longe da tua loja, que ainda não te disse mas está maravilhosa. Estou orgulhoso de ti. Podes montar mais daquelas casas, tipo bar, livraria, que penso vais ter muita clientela. As pessoas vão aderir a essa tua ideia genial.

-Obrigada, mas gosto desta Avenida sim senhor, e deste local também pois se foi aqui que eu e tu estivemos juntos a primeira vez, como posso esquecer-me disso. Ainda que me lembre a perda do meu pai.

- Não vamos lembrar-nos de coisas tristes e vamos subir, sim amor?

Subiram e quando Alberto abriu a porta Camila ficou estupefacta, atónita, boquiaberta, sem saber o que dizer. Aquela sala de entrada não tinha nada a ver com aquela outra que vira uns dois anos antes, que mesmo assim já era bastante interessante.

Tudo novo, moderno, estilo exactamente como ela gostava, e á medida que entrava, e ia abrindo a diversas divisões, uma a uma, todas a iam surpreendendo uma cada vez mais que a outra, todas elas decoradas com um gosto requintadíssimo, uma casa de sonho, como ela imaginara ter em solteira, antes de casar. Um salão de entrada amplo, mas com vários espaços muito bem definidos, com acesso à cozinha, três quartos, um deles enorme, parecendo uma suite, cada um com casa de banho, um escritório, e uma lavandaria e arrumos.
O que viu deixou-a perplexa, sem saber o que pensar, mas claro que disse a Alberto que o andar estava um luxo.

Ele, simplesmente esticou o braço, e com a chave na ponta dos dedos disse:

-Gostas, espero que sim, porque o arranjei inteirinho a pensar em ti. Toma, é teu, a minha oferta de casamento, que estava em atraso. Se preferires podemos viver aqui com os nossos filhos, caso contrário viveremos na loja, como queiras Camila.

-Meu? Mas, como meu, e viver aqui como? Disseste podemos viver aqui, mas e Logroño, e os vinhedos no norte, o teu trabalho? Não sei o que pensar se na casa se em ti a viver aqui comigo.

- Meu amor, vou passar a viver contigo como devia ter feito sempre, aqui em Múrcia. Nesta casa onde um dia te pedi em casamento, peço-te hoje que me aceites para teu companheiro para toda a vida, já que sou o pai dos teus filhos, porque te amo, porque te quero fazer feliz.

Camila, nem sabia o que dizer. Alberto estava de facto outro homem o homem que ela sonhara ter.

-Mas e o teu trabalho, os teus pais?

-Tudo está resolvido. Arranjei um emprego numa adega famosa na rota de vinhos de Múrcia, entre Jumilla e Yecla., não muito longe daqui. Irei trabalhar com uma das castas mais famosas de Múrcia, Monastrel. Os meus pais estão bem e felizes por ti, irei ou iremos, se quiseres visitá-los lá, de quando em vez e virão cá eles, enquanto puderem para ver os netos.

- E os vinhedos no norte?

- Irei lá só de vez em quando. Gustavo e Eduardo sabem muito bem o que fazer e de avião também lá chego num instante, mas não te preocupes que se for preciso arranjo mais pessoal para ajudar aqueles dois, pois não pretendo mais sair de junto de ti.


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