sábado, 22 de janeiro de 2011

COM tudo e SEM nada

Quando não se está  bem, não se está bem em nenhum lado
                 O coração aperta sem fazer ruido, e devagarinho tudo se cala.
                 Não se ouve nada,  deve ser para não incomodar o tempo
                 Assim não há barulho, e o coração bate sempre compassado
                                      
                Não se sente nada, não se tem frio, nem calor, não se respira quase.
                Já não há vento, nem sol, nem chuva, as forças da natureza já se foram.
                Mas viver assim não é existir, e o coração quase tem medo de parar.
                Ali ao lado parece que todos dormem, continuando compassadamente a respirar.

 Noutros lugares,  mais além, todos têm  muito que fazer.
 E correm, conversam, atarefados vivem a  vida  todos os dias.
 Devem rir, comer, dormir, amar , trabalhar, em suma viver.
 Conviver se for preciso, sempre com o coração a bater bem compassado.
 Mas aqui nunca se faz nada, e o mundo parece que para.

Vem  vento, chuva  e sol, venham visitar-nos todos, mas eles não chegam.
 Parece que nada bule, como no silêncio da noite, aqui nada se aquieta.
 Por vezes, muitas vezes, aqui custa a viver, e nada pára.
 Mas mesmo assim, aqui vive-se todos os dias.
 Aqui, onde o silêncio habita, vive-se com pouco, quase sem nada.


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