A forma como Camila foi recebida pelo marido não lhe foi muito agradável, e no amanhecer do dia seguinte acordou virada do avesso, como se o tempo lhe tivesse revirado as entralhas, a fizesse vomitar, lhe tivesse dado volta à cabeça, e lhe fizesse ver as coisas com mais clareza.
Parece que estava tudo muito claro. Só era preciso abrir a porta.
De um momento para o outro parecia ter perdido o medo de tudo e todos, o decoro, o receio fosse do que fosse, naquele dia como um vendaval, estava disposta a tudo, levaria à frente dela tudo o que lhe aparecesse pela frente, mas estava decidida a descobrir o que estava para lá daquela porta.
Estava determinada e havia de conseguir entrar dentro daquele quarto.
Depois do pequeno-almoço, cuidou do Carlinhos como era habitual e sem pedir informações a ninguém, começou a vasculhar em tudo quanto era gavetas e gavetões que encontrou acessíveis no salão das refeições, quando este ficou sem ninguém.
Precisava encontrar o que pretendia e não nada a dissuadiria desse propósito.
Numa pequena gaveta bem disfarçada de uma escrivaninha SEC.VXII, encontrou um molho de chaves que especialmente lhe chamou a atenção pois tinha um porta-chaves com a letra (A).
Guardou-o como uma relíquia valiosa na sua mão e sentiu-se tremer completamente como se um raio a tivesse percorrido e arrasado completamente.
Teve a nítida sensação que aquela era a chave do mistério.
Fotos da Goggle
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