Criou-os aos dois para serem fortes e valentes, bravos, destemidos, autênticos guerreiros para a vida, capazes de enfrentar tudo o que lhes surgisse pela frente.
Tinham forçosamente de ser diferentes dela, que como uma frágil concha apanhada á beira-mar em tempo de maré baixa, facilmente se partia ( e parte ainda ) em mil pedaços, incapaz de resistir ao mínimo aperto, mau trato ou simples safanão ou ventania …
Tinham de ser fortes, no porte semelhantes ao leão, na força interior tinham de ter a energia de um touro, e na coragem sempre a bravura de guerreiros destemidos!
Desde meninos que lhes ensinara a não ter medo, a fazer o que era certo, a fugir e a não fazer o que era errado. A opção seria deles, e o caminho escolhido por eles era sempre o acertado!
Que bem que lhe sabia relembrar os tempos em que lhes ensinou metodicamente, cada dia a fazer todas as coisas que sabiamente aprendiam como mestres. Tomar banho sozinhos, secar bem o corpo nos sítios mais dificeis, fazer os laços nos atacador das sapatilhas, escovar bem os dentes, ajudar a fazer as cópias, as contas, os números, as letras, a encapar os livros, a comprar os dossiers que mais gostavam , os lápis de cor, as pastas, os livros, a comer a fatia de melão que ao primeiro olhar nem parecia fruta,…..a fazer mil coisas diferentes todos os dias, que por serem tantas, a memória lhe escapava e recorda-las era impossivel, pois estavam compiladas no seu espirito, mas lacradas num dossier especial...,que enumerá-las seria fastidioso, intensamente penoso, e as vidas não se repetem!
Mais tarde ensaiar com eles os teatros da escola, vibrar com eles e lutar por eles uma vitória! Os seus guerreiros, fortes touros,valentes e destemidos guerreiros, eram os melhores de todos, e como tal seriam, tinham que ser os vencedores… e eram,....!
Que diferentes são um do outro e felizmente que diferentes são dela, que é frágil e débil, medrosa, assustada, ansiosa, dependente, menos inteligente e ambiciosa!
Ao contrário, ambos são igualmente resolutos e fortes, capazes de enfrentar o mundo, a vida, as situações, o dia a dia, o inesperado, as coisas boas e as menos boas, pois a ela parece-lhe que todas as suas defesas ficaram neles muito bem entregues, e assim educados serão capazes de superar tudo na vida , como touros valentes e destemidos!
E se o vento soprar em seu redor, num tornado veloz, têm que rodopiar com ele, dar voltas e subir no ar, poisar no chão e correr, voar e parar, fugir, saltar, fazer o que for preciso, mas escapar!
Porém se um dia acordarem em tempo de maré cheia e se estiverem a afundar, têm que nadar, nadar muito, agarrar-se ao que encontrarem mais perto, uma bóia, uma prancha, um pedaço de madeira, uma vida, uma amor, ou bastarem-se á sua própria força e com os seus braços nadarem sempre, mas não pararem de lutar , e sem nunca desistirem de o fazer, vencer a tempestade, pois que a seguir á maré-cheia o mar costuma acalmar…
O amor que sente por ambos é um amor único, lindo e orgulhosamente belo, que não tem fronteiras, enche-lhe demais o peito, transborda-lhe da alma, alimenta -a e deixa-a viver dia a dia como se isso fosse o essencial para ela sobreviver e querer continuar a viver sempre mais !
Hoje pensando assim, há dias que vive como, se cada dia, esse dia fosse o ultimo dia da sua vida…o amanhã logo se verá …
Provavelmente terá cumprido a sua missão, porém arrebata-lhe uma dor enorme no seu peito , quando imagina que poderá não ter feito tudo, o máximo, como seria sua obrigação de mãe…, para hoje eles serem realmente felizes e capazes de enfrentar o mundo feroz....!!!
A História de uma menina triste, franzina e assustada, que só procurava a paz, amar e ser amada!
sexta-feira, 30 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
Osaco
O calor intenso desse dia, fê-la subir lá cima!
Ia ver se todas as janelas estavam fechadas e depois com o ar condicionado ligado dar um olhadela nos emails, ou escrever umas linhas, escrever algo no seu blogue, que havia já alguns dias, o não fazia!
A janela do seu quarto estava aberta e o calor entrava sem pedir licença, tomando conta de todo o espaço como se fosse desde sempre assim!
Lembrou rapidamente os dias, em que com temperaturas semelhantes na rua, no seu quarto o frio era muito, o suficiente para ele se manter alerta para estudar, isto porque na altura, como então, o calor era visita constante nos tempos de exames, e para se concentrar ele precisava sentir-se gelado! Dezassete graus era a temperatura que usava colocar no aparelho!
Que distantes iam esses dias…
Fechou a janela e olhando a secretária reparou numa toalha, que já procurara e não tinha encontrado. Por algum motivo ele tinha precisado dela , e tinha-a deixado ali esquecida! Pegou nela e reparou num pequeno saco preto aveludado que estava por debaixo dela, e que não gostaria nada de ter visto ali, mas mesmo nada!
Um forte arrepio percorreu todo o seu corpo. Ela não queria complicar nada , mas aquilo podia querer dizer muita coisa ou talvez não, mas o seu coração de mãe adivinhava que sim, aquilo queria dizer algo menos bom, e o seu pobre coração apertado chorou, e os seus olhos também…
Será que aquela menina ainda estava assim zangada? Mas se isso fosse verdade, tudo era muito mais grave do que alguma vez imaginara. Esse gesto podia significar milhares de coisas, uma vida modificada para sempre…Não, ela não podia ter feito aquilo….
Aquele saco não devia estar ali, ao acaso, não em silêncio, não naquele dia, naquela hora, naquele lugar, sem uma palavra!
Era ainda muito cedo para aquele saco voltar ao seu lugar! E aquele nem sequer era o lugar do saco !
Mas que faria ali o saco escondido debaixo da toalha, se fora levado com tanta vontade e tanto empenho, por ela tempo antes?
Se era para não ser usado, porque não entregá-lo em mão, como seria mais próprio e delicado?
Ou então guarda-lo em casa em sitio discreto e entregá-lo depois como seria correcto, ou ainda colocá-lo em lugar mais recatado de forma quase invisível?
Mas mandá-lo de volta assim sem jeito, e deixá-lo solto, porque não ficou ela com ele em casa, esquecido num canto qualquer, mesmo junto ao lixo e depois da festa o mandava então de volta…?
O saco não se importaria, debaixo da toalha nada teria sido encontrado! Quantos pensamentos, interrogações, tanta complicação evitada!
Mas também, porque só do lado de cá se luta para simplificar e do lado de lá é sempre e cada vez mais imperativo que tudo seja complicado, complexo, rigorosa e estranhamente intransigente…
Com o coração muito apertado resolveu guardar o saco, as lágrimas, encolher a dor, porque o sentiu subir as escadas!
Mas está tudo dentro dela , e tudo junto é muito, demais…, e o seu coração é pequeno para tanto sentimento…
Quando irá tudo isto acabar, ter um ponto final, ou pelo menos um pequeno interregno para poder recuperar…
Há que aprender a sobreviver…
Ia ver se todas as janelas estavam fechadas e depois com o ar condicionado ligado dar um olhadela nos emails, ou escrever umas linhas, escrever algo no seu blogue, que havia já alguns dias, o não fazia!
A janela do seu quarto estava aberta e o calor entrava sem pedir licença, tomando conta de todo o espaço como se fosse desde sempre assim!
Lembrou rapidamente os dias, em que com temperaturas semelhantes na rua, no seu quarto o frio era muito, o suficiente para ele se manter alerta para estudar, isto porque na altura, como então, o calor era visita constante nos tempos de exames, e para se concentrar ele precisava sentir-se gelado! Dezassete graus era a temperatura que usava colocar no aparelho!
Que distantes iam esses dias…
Fechou a janela e olhando a secretária reparou numa toalha, que já procurara e não tinha encontrado. Por algum motivo ele tinha precisado dela , e tinha-a deixado ali esquecida! Pegou nela e reparou num pequeno saco preto aveludado que estava por debaixo dela, e que não gostaria nada de ter visto ali, mas mesmo nada!
Um forte arrepio percorreu todo o seu corpo. Ela não queria complicar nada , mas aquilo podia querer dizer muita coisa ou talvez não, mas o seu coração de mãe adivinhava que sim, aquilo queria dizer algo menos bom, e o seu pobre coração apertado chorou, e os seus olhos também…
Será que aquela menina ainda estava assim zangada? Mas se isso fosse verdade, tudo era muito mais grave do que alguma vez imaginara. Esse gesto podia significar milhares de coisas, uma vida modificada para sempre…Não, ela não podia ter feito aquilo….
Aquele saco não devia estar ali, ao acaso, não em silêncio, não naquele dia, naquela hora, naquele lugar, sem uma palavra!
Era ainda muito cedo para aquele saco voltar ao seu lugar! E aquele nem sequer era o lugar do saco !
Mas que faria ali o saco escondido debaixo da toalha, se fora levado com tanta vontade e tanto empenho, por ela tempo antes?
Se era para não ser usado, porque não entregá-lo em mão, como seria mais próprio e delicado?
Ou então guarda-lo em casa em sitio discreto e entregá-lo depois como seria correcto, ou ainda colocá-lo em lugar mais recatado de forma quase invisível?
Mas mandá-lo de volta assim sem jeito, e deixá-lo solto, porque não ficou ela com ele em casa, esquecido num canto qualquer, mesmo junto ao lixo e depois da festa o mandava então de volta…?
O saco não se importaria, debaixo da toalha nada teria sido encontrado! Quantos pensamentos, interrogações, tanta complicação evitada!
Mas também, porque só do lado de cá se luta para simplificar e do lado de lá é sempre e cada vez mais imperativo que tudo seja complicado, complexo, rigorosa e estranhamente intransigente…
Com o coração muito apertado resolveu guardar o saco, as lágrimas, encolher a dor, porque o sentiu subir as escadas!
Mas está tudo dentro dela , e tudo junto é muito, demais…, e o seu coração é pequeno para tanto sentimento…
Quando irá tudo isto acabar, ter um ponto final, ou pelo menos um pequeno interregno para poder recuperar…
Há que aprender a sobreviver…
sábado, 17 de julho de 2010
No sofá verde
Gostava tanto de não pensar assim, de não me sentir assim, de não viver assim, mas ainda é cedo…deve ser por isso!
Lá fora o sol abunda, a sombra ainda existe e o vento faz tornar suave o entardecer…, mas eu continuo só!
E hoje é sábado! O sábado do grupo! Existe sempre uma razão!
Cá dentro a solidão, o silêncio, a voz do vazio!
Lá em cima, o eco que ficou do vosso caminhar do antigamente…faz-me companhia, e torna-se um tormento!
Hoje, como ontem, como há muito, é sempre igual. Há muito, que esse som não me sai do pensamento!
Se vocês todos soubessem, como isso me perturba, me consome...!
Sim eu sei, provávelmente não me deixariam assim tanto tempo…. !
Mas também, no momento que vivo tudo me faz mal...!
Estar sozinha faz-me mal e eu estou muito sozinha…. Tenho sempre e muito que fazer de conta, e isso moe e cansa-me! Faço constantemente de conta que estou mais ou menos bem e pergunto-me, se toda a gente fará como eu, mas sei que nunca irei obter uma resposta…!
Com sol ou chuva lá fora, cá dentro mora o silêncio desse eco intenso, das vossas conversas, dos vossos passos, que ficaram a vaguear lá por cima, preenchendo ainda o silêncio do espaço que eu amo e será sempre vosso, mas que continuará a martelar e a vaguear também o meu inconsciente.
Esse vazio que deixaram lá em cima, instalou-se igualmente em mim sem pedir licença, acomodou-se e deixou-se ficar como residente.... Muita coisa aconteceu que fez com que essa lacuna afundasse e agora será cada vez mais difícil retirá-la do meu peito, qual inquilino teimoso e resingão com direitos legitimos por opção.
Dentro de mim há uma dor sem fim, um pesadelo, uma amargura que me consome, me tortura, que tenho urgentemente que aceitar porque é sinal dos tempos, mas a que ainda não me habituei!
A roda estava a girava certinha para um lado e de repente, o vento virou-a, e revirou-a para um e outro e tudo se toldou. Com estas reviravoltas, deu-se um feitiço e o laço quebrou!!
Nunca mais será nada como antes!
A ferida está muito grande, e eu estou cada vez mais só, e penso muito...!
Muito magoada ,cansada de esperar! Por que não apareceu já?
Não era preciso tanto! Já tinha muita coisa a magoar-me! Agora tudo se juntou!
Naquele sofá verde falo muito, sem saber nunca como começar, conto tudo, tanta coisa que muitas vezes, quase sempre, nem sei que dizer, tantas são as preocupações, as ansiedades, as tristezas, os sonhos que me desesperam. Sei que há muita gente em estados piores que o meu, mas que posso fazer, se não consigo não tenho força, para dar aquele passo gigante e saltar para a outra margem, e pôr-me a salvo desta inundação de situações que de um momento para o outro perturbaram a minha vida já ansiosa, de uma forma quase incontrolável…
Naquele sofá verde, as palavras saem-me da boca aos soluços num pedido de ajuda e depois lentamente, vou encontrando força para me recompor e arranjado forma de me reencontrar e conseguir ir em frente, mas não sei nunca como continuar....
Tenho que cuidar da criança, mas ela foge-me da mão...
Tenho que conseguir recuperar e andar para a frente!
Tenho que aprender a caminhar sozinha!
Preciso de viver livre, solta de vocês, cortar os laços que me prendem, e não sou capaz...
Tenho que ver o sol nascer e apreciar o anoitecer. Também preciso sentir-me envelhecer feliz e calma !
Preciso adormecer e sonhar e ter vontade de acordar de manhãzinha com vontade de viver e de sorrir…
Preciso de sair ás compras, ir ao médico, á praia, ao ginásio, fazer as coisas normais como toda a gente e não ter medo…., sem medos sem receios, mas tenho medo…, muito medo, e sozinha não vou, e tremo… e choro…, e não sei como vai ser o amanhã….!
Sozinha sim,.... mas em casa ! Isso não é viver!
O sol já se escondeu, as sombras também!
Dentro de mim sempre o mesmo som vazio e frio, da vossa ausência…! Como se dentro de mim nunca existisse dia e noite...!
Um dia, juro, vou-me acostumar...., talvez!
Mais tarde depois do banho, um pouco de leitura e quem sabe, o sono venha,e um sonho de anjos de asas brancas como eles, me venha visitar…
Lá fora o sol abunda, a sombra ainda existe e o vento faz tornar suave o entardecer…, mas eu continuo só!
E hoje é sábado! O sábado do grupo! Existe sempre uma razão!
Cá dentro a solidão, o silêncio, a voz do vazio!
Lá em cima, o eco que ficou do vosso caminhar do antigamente…faz-me companhia, e torna-se um tormento!
Hoje, como ontem, como há muito, é sempre igual. Há muito, que esse som não me sai do pensamento!
Se vocês todos soubessem, como isso me perturba, me consome...!
Sim eu sei, provávelmente não me deixariam assim tanto tempo…. !
Mas também, no momento que vivo tudo me faz mal...!
Estar sozinha faz-me mal e eu estou muito sozinha…. Tenho sempre e muito que fazer de conta, e isso moe e cansa-me! Faço constantemente de conta que estou mais ou menos bem e pergunto-me, se toda a gente fará como eu, mas sei que nunca irei obter uma resposta…!
Com sol ou chuva lá fora, cá dentro mora o silêncio desse eco intenso, das vossas conversas, dos vossos passos, que ficaram a vaguear lá por cima, preenchendo ainda o silêncio do espaço que eu amo e será sempre vosso, mas que continuará a martelar e a vaguear também o meu inconsciente.
Esse vazio que deixaram lá em cima, instalou-se igualmente em mim sem pedir licença, acomodou-se e deixou-se ficar como residente.... Muita coisa aconteceu que fez com que essa lacuna afundasse e agora será cada vez mais difícil retirá-la do meu peito, qual inquilino teimoso e resingão com direitos legitimos por opção.
Dentro de mim há uma dor sem fim, um pesadelo, uma amargura que me consome, me tortura, que tenho urgentemente que aceitar porque é sinal dos tempos, mas a que ainda não me habituei!
A roda estava a girava certinha para um lado e de repente, o vento virou-a, e revirou-a para um e outro e tudo se toldou. Com estas reviravoltas, deu-se um feitiço e o laço quebrou!!
Nunca mais será nada como antes!
A ferida está muito grande, e eu estou cada vez mais só, e penso muito...!
Muito magoada ,cansada de esperar! Por que não apareceu já?
Não era preciso tanto! Já tinha muita coisa a magoar-me! Agora tudo se juntou!
Naquele sofá verde falo muito, sem saber nunca como começar, conto tudo, tanta coisa que muitas vezes, quase sempre, nem sei que dizer, tantas são as preocupações, as ansiedades, as tristezas, os sonhos que me desesperam. Sei que há muita gente em estados piores que o meu, mas que posso fazer, se não consigo não tenho força, para dar aquele passo gigante e saltar para a outra margem, e pôr-me a salvo desta inundação de situações que de um momento para o outro perturbaram a minha vida já ansiosa, de uma forma quase incontrolável…
Naquele sofá verde, as palavras saem-me da boca aos soluços num pedido de ajuda e depois lentamente, vou encontrando força para me recompor e arranjado forma de me reencontrar e conseguir ir em frente, mas não sei nunca como continuar....
Tenho que cuidar da criança, mas ela foge-me da mão...
Tenho que conseguir recuperar e andar para a frente!
Tenho que aprender a caminhar sozinha!
Preciso de viver livre, solta de vocês, cortar os laços que me prendem, e não sou capaz...
Tenho que ver o sol nascer e apreciar o anoitecer. Também preciso sentir-me envelhecer feliz e calma !
Preciso adormecer e sonhar e ter vontade de acordar de manhãzinha com vontade de viver e de sorrir…
Preciso de sair ás compras, ir ao médico, á praia, ao ginásio, fazer as coisas normais como toda a gente e não ter medo…., sem medos sem receios, mas tenho medo…, muito medo, e sozinha não vou, e tremo… e choro…, e não sei como vai ser o amanhã….!
Sozinha sim,.... mas em casa ! Isso não é viver!
O sol já se escondeu, as sombras também!
Dentro de mim sempre o mesmo som vazio e frio, da vossa ausência…! Como se dentro de mim nunca existisse dia e noite...!
Um dia, juro, vou-me acostumar...., talvez!
Mais tarde depois do banho, um pouco de leitura e quem sabe, o sono venha,e um sonho de anjos de asas brancas como eles, me venha visitar…
terça-feira, 13 de julho de 2010
Livre e solta
Ser como o vento solta e livre,
fluida e leve…
vagueando sem rumo
como a brisa do mar ao luar….
Ou então veloz e forte ,
brutal e feroz,
como um vendavel na floresta!
Como o vento perante um furacão!
E o mar enfurecido com o vento, em época de maré cheia…
Capaz de rebentar com tudo e todos!
Sem medos, sem rodeios,
Sem ares de gentileza ou sinais de cerimónia.
Soltar-me a cada segundo,
ser forte e corajosa a cada instante.
Rasgar de mim as correntes que me amarram
a convenções,
ao certo e ao errado,
ao bem e ao mal amado,
ao mais e ao menos desejado,
ao tudo e ao nada ….
Ser como o vento, sempre livre!
Voar feliz sempre e sem parar.
Sair por aí disparada e só voltar,
se a nortada me fizesse regressar…
domingo, 11 de julho de 2010
Reencontro e chegada á quinta 4
Maria, que vivera toda a vida na aldeia, de repente estava ali rodeada de gente frenética em movimento, num aeroporto.
Maria que nunca tinha viajado senão de autocarro, estava prestes a subir num avião e em breve abraçar o pai, que já não via desde muito miúda, e a esperava em Paris no aeroporto!
Tinha sido relativamente fácil para ela chegar até ali. Para as situações que não conseguiu resolver sozinha pediu ajuda. Naquele dia as horas ao contrário do que era de esperar esfumaram-se, tal era a ânsia de sair dali. Em breve se viu no ar entre as nuvens, com uma vontade enorme de se beliscar a cada instante, pensando ainda que tudo aquilo que vivia era um sonho.
Para trás estavam já a aldeia, os falatórios de quem mais não tinha que fazer, os namorados indesejáveis e impertinentes, o armazém que tão pouco lhe pagava, toda a vida monótona que levara até ali. Aguardava-a um futuro incógnito, decerto diferente, mas que ela tinha muita esperança que viesse a ser bem melhor, e a dar certo.
Apertar os cintos, hora de aterrar…Estava quase!
A hospedeira durante o voo a seu pedido, tinha-a informado gentilmente do que devia fazer para levantar a bagagem. E atrás dos outros passageiros lá foi , e de repente, porque o tempo também voa, pegou na mala e andando por escadas, salas e mais salas ao fundo á frente dos seus olhos um homem bem parecido, com um cartaz na mão onde se lia em letras bem grandes “MARIA”, lá estava ele, um homem que na hora ela teve a certeza ser o seu pai!
O seu nome ficava bonito ali, e aquele era o seu pai que ela soube-o logo… Largou tudo, e ali ambos se abraçaram comovidos, muito forte, que para ambos foi como se o mundo e as suas vidas começasse novamente naquele instante. Foi como se agarrassem num segundo tudo o que passaram separados e naqueles segundos e naquele abraço de repente, tudo tivesse ficado ali esquecido e enterrado, para recomeçarem a viver juntos novamente! Como estavam felizes !
Por conta do trabalho da quinta, Fernando não tinha conseguido tirar muitos dias para ir á aldeia buscar a filha. Também, de comum acordo com ela, concluíra que depois de tanto tempo fora e para evitar falatórios, melhor fora não aparecer a buscá-la na aldeia.
Um dia mais tarde, voltariam com tempo á aldeia e tudo seria esclarecido, até porque Fernando, queria muito restaurar a casa que a mãe lhe deixara, e onde Maria vivera até então! Sonhava fazer daquela barraca simples, uma casa a sério para um dia viver mais tarde....
Tinham uma longa viagem para fazer até ao sul de França mais precisamente até á cidade de Bordeaux. Primeiro num moderno comboio, e depois alguém da quinta estaria na estação como combinado, para os transportar á quinta, situada a menos de uma hora do centro da cidade também a zona privilegiada dos riquíssimos vinhedos do sul de França .
Durante a viagem de TGV, Maria fez todas as perguntas possíveis e imaginárias ao pai e o contrário também aconteceu. Ambos estavam fascinados um com o outro, por motivos diversos é certo, mas o suficiente para não se terem calado toda a viajem.
Maria ficou a saber que tinha um quarto só dela, arranjadinho na casa, que o pai tinha na quinta junto ao lago e ao estábulo que agora era deles, e que ela iria ajudar em algumas lides da sua própria casa, e também da casa grande, se fosse necessário.
Nada disso a perturbou, estava muito feliz com a ideia de ir trabalhar numa quinta que agora também era um pedacinho sua, isso para ela, que nunca tinha tido nada, era maravilhoso, tão bom que parecia irreal…
Pelo caminho não via nada, a velocidade do comboio era tanta, que não dava para ver nada e para ela, era tudo tão novo, tão diferente, que não conseguia que imagem nenhuma ficasse retida na sua mente. Há muito que ainda flutuava, e ainda não tinha assente os pés no chão. Teria muito tempo á sua frente para ver tudo aquilo muito bem!
O percurso que fez de carrinha até á quinta era de sonho, nunca tinha visto nada igual.Paisagens maravilhosas! Pela primeira vez desde que saíra de casa ficou em silencio, e sentiu um certo nó na barriga! Era tudo tão lindo, tão diferente , tão fascinante, mas estava tão habituada a estar sozinha!
E se de um momento para o outro não quisesse aquilo para ela, ou algo acontecesse que a fizesse arrepender, como seria ? E se o pai se desiludisse com ela?
E foi com este monte de duvidas, que o trajecto lindíssimo de Bordeaux foi passando, e Maria entrou na quinta onde passaria a viver daí em diante….
Podemos concluir, que ficou estupefacta com o que viu…
Maria que nunca tinha viajado senão de autocarro, estava prestes a subir num avião e em breve abraçar o pai, que já não via desde muito miúda, e a esperava em Paris no aeroporto!
Tinha sido relativamente fácil para ela chegar até ali. Para as situações que não conseguiu resolver sozinha pediu ajuda. Naquele dia as horas ao contrário do que era de esperar esfumaram-se, tal era a ânsia de sair dali. Em breve se viu no ar entre as nuvens, com uma vontade enorme de se beliscar a cada instante, pensando ainda que tudo aquilo que vivia era um sonho.
Para trás estavam já a aldeia, os falatórios de quem mais não tinha que fazer, os namorados indesejáveis e impertinentes, o armazém que tão pouco lhe pagava, toda a vida monótona que levara até ali. Aguardava-a um futuro incógnito, decerto diferente, mas que ela tinha muita esperança que viesse a ser bem melhor, e a dar certo.
Apertar os cintos, hora de aterrar…Estava quase!
A hospedeira durante o voo a seu pedido, tinha-a informado gentilmente do que devia fazer para levantar a bagagem. E atrás dos outros passageiros lá foi , e de repente, porque o tempo também voa, pegou na mala e andando por escadas, salas e mais salas ao fundo á frente dos seus olhos um homem bem parecido, com um cartaz na mão onde se lia em letras bem grandes “MARIA”, lá estava ele, um homem que na hora ela teve a certeza ser o seu pai!
O seu nome ficava bonito ali, e aquele era o seu pai que ela soube-o logo… Largou tudo, e ali ambos se abraçaram comovidos, muito forte, que para ambos foi como se o mundo e as suas vidas começasse novamente naquele instante. Foi como se agarrassem num segundo tudo o que passaram separados e naqueles segundos e naquele abraço de repente, tudo tivesse ficado ali esquecido e enterrado, para recomeçarem a viver juntos novamente! Como estavam felizes !
Por conta do trabalho da quinta, Fernando não tinha conseguido tirar muitos dias para ir á aldeia buscar a filha. Também, de comum acordo com ela, concluíra que depois de tanto tempo fora e para evitar falatórios, melhor fora não aparecer a buscá-la na aldeia.
Um dia mais tarde, voltariam com tempo á aldeia e tudo seria esclarecido, até porque Fernando, queria muito restaurar a casa que a mãe lhe deixara, e onde Maria vivera até então! Sonhava fazer daquela barraca simples, uma casa a sério para um dia viver mais tarde....
Tinham uma longa viagem para fazer até ao sul de França mais precisamente até á cidade de Bordeaux. Primeiro num moderno comboio, e depois alguém da quinta estaria na estação como combinado, para os transportar á quinta, situada a menos de uma hora do centro da cidade também a zona privilegiada dos riquíssimos vinhedos do sul de França .
Durante a viagem de TGV, Maria fez todas as perguntas possíveis e imaginárias ao pai e o contrário também aconteceu. Ambos estavam fascinados um com o outro, por motivos diversos é certo, mas o suficiente para não se terem calado toda a viajem.
Maria ficou a saber que tinha um quarto só dela, arranjadinho na casa, que o pai tinha na quinta junto ao lago e ao estábulo que agora era deles, e que ela iria ajudar em algumas lides da sua própria casa, e também da casa grande, se fosse necessário.
Nada disso a perturbou, estava muito feliz com a ideia de ir trabalhar numa quinta que agora também era um pedacinho sua, isso para ela, que nunca tinha tido nada, era maravilhoso, tão bom que parecia irreal…
Pelo caminho não via nada, a velocidade do comboio era tanta, que não dava para ver nada e para ela, era tudo tão novo, tão diferente, que não conseguia que imagem nenhuma ficasse retida na sua mente. Há muito que ainda flutuava, e ainda não tinha assente os pés no chão. Teria muito tempo á sua frente para ver tudo aquilo muito bem!
O percurso que fez de carrinha até á quinta era de sonho, nunca tinha visto nada igual.Paisagens maravilhosas! Pela primeira vez desde que saíra de casa ficou em silencio, e sentiu um certo nó na barriga! Era tudo tão lindo, tão diferente , tão fascinante, mas estava tão habituada a estar sozinha!
E se de um momento para o outro não quisesse aquilo para ela, ou algo acontecesse que a fizesse arrepender, como seria ? E se o pai se desiludisse com ela?
E foi com este monte de duvidas, que o trajecto lindíssimo de Bordeaux foi passando, e Maria entrou na quinta onde passaria a viver daí em diante….
Podemos concluir, que ficou estupefacta com o que viu…
Aquela noite
Verdadeiramente nem sabia se estava nervosa, mas uma certa inquietude invadia o seu corpo de forma que a deixava num estado desatento constante, um tremor interno, que sem ser ansiedade, também não era normal, que ela conhecia-se muito bem.
Levou o dia numa azáfama, para trás e para diante, para resolver coisas relativamente importantes, que cada coisa tem um determinado valor, conforme o ponto de vista, e naquele dia tudo era relactivamente importante para ela…
No final do dia estava cansada…
Arranjou-se o melhor que pode para a ocasião!
Afinal não ia acontecer nada de muito relevante, mas alguma coisa especial ia acontecer…
Naquela noite era a festa de final de ano da sua escola de Salsa, e ela ia participar em duas coreografias, preparadas arduamente, nas aulas de dança que frequentara durante o ano.
Para além dos momentos de convívio, em muitas delas tinha vivido momentos de desânimo, de incapacidade, de desilusão, mas aos poucos com alguma insistência, lá foi indo, e era chegado o momento porque todos, e também ela, esperavam com nervosismo.
Era chegada a noite da festa final da escola e pôr á prova todos os conhecimentos adquiridos, de se testar a si própria, de comprovar que era capaz. Como gostava de ser uma criança e ter alguém muito querido, lá ao fundo a ver tudo. Era pedir, sonhar o improvável!
Queria conseguir, tinha que conseguir, era muito importante conseguir…..
O salão encheu-se de gente, alunos da escola mas de locais diversos, de outras escolas, e outras pessoas e familiares! Ninguém lhe interessava especialmente, mas punham-na nervosa!
Chegada a hora de se vestir, mudou de roupa, e sem espelho para se olhar, nem sabia se estava bem ou mal. Imaginou a sua figura, pela amostra das colegas e nem se lembra de ver o conjunto, de olhar e ver os homens e mulheres juntos, o seu grupo, mas não, nem o marido olhou! …
Naquela altura estava inquieta e mais que isso, estava triste, e só, muito só…, no meio de tanta gente…!
Bem lá no fundo do seu coração, ainda que sabendo impossível, como uma criança na sua primeira audição escolar, o seu sonho era que o improvável acontessesse, e estivesse alguém muito querido a vê-la!
Uma pessoa só, uma só pessoa ali estivesse para a olhar, para apreciar o seu trabalho, e quem sabe depois a dizer-lhe baixinho, estiveste bem, estiveste mal, podias melhorar, não gostei de te ver, estavas ridicula…, deves continuar…!
Quando entrou no salão assim vestida, sentiu-se menos bem, diferente, deixou de ver gente, de ouvir som, as pernas ficaram hirtas!
O seu corpo parece que gelou.
Mil vezes tinha dançado aquilo e pela ultima vez tudo se esfumara, não valia a pena!
Ela sabia dançar aquilo muito bem, então para quê fazê-lo novamente !
Não valia a pena! E já alinhada para dançar, o seu corpo dormente não correspondia…
Mas o que se passava?
Parecia uma criança com birra, teimosa e empertigada, e sem reflexos simplesmente ficou parada!
Naquela sala, soube mais tarde, olhando atentamente o grupo, estava num canto o jovem director da escola, e deve ter sido esse seu olhar atento, que num segundo apenas, foi mais forte que a sua vontade e nesse mesmo segundo a fez responder ao puxão do seu par. E sem pensar ela mexeu as pernas, e girou, não como uma borboleta , não com a ligeireza que gostaria, mas de forma que nem ela própria soube como, mas girou, talvez mais como um catavento...
A sensação que é que não tinha dançado nada, que fizera tudo errado. Sabia fazer muito melhor, nem sequer se lembrava onde tinha pisado, que passos tinha dado. Tinha investido tanto nesse seu primeiro trabalho, e dera tudo errado! Ainda estava anestesiada! E nenhum deles vira nada !
Em nenhum canto da sala nenhum deles !
E quem disse que os improváveis acontecem?
Não ali, nem para ela, que isso era bom demais para ser verdade! E ela, que já tem idade para viver com os pés bem assentes na terra, devia deixr de sonhar!!!!
Não conseguiu evitar, que as lágrimas rolassem em abundância pelo seu rosto, sem alarido, mas rapidamente teve que as engolir, porque tinha outra actuação para fazer e tinha que aproveitar o efeito da anestesia, vestir-se sem espelho e juntar-se ao grupo….
Parece que não correu mal, é o que dizem, mas por dentro ficou-lhe o gosto amargo do que teve que engolir…
Afinal aquilo não era nada importante, apenas uma festinha de final de ano, de dança, imaginem....de dança, quem é que ia dar importância a uma festinha dessas... se em iguais circunstâncias ela teria feito o mesmo...
E ainda dizem que os improváveis acontecem...
Levou o dia numa azáfama, para trás e para diante, para resolver coisas relativamente importantes, que cada coisa tem um determinado valor, conforme o ponto de vista, e naquele dia tudo era relactivamente importante para ela…
No final do dia estava cansada…
Arranjou-se o melhor que pode para a ocasião!
Afinal não ia acontecer nada de muito relevante, mas alguma coisa especial ia acontecer…
Naquela noite era a festa de final de ano da sua escola de Salsa, e ela ia participar em duas coreografias, preparadas arduamente, nas aulas de dança que frequentara durante o ano.
Para além dos momentos de convívio, em muitas delas tinha vivido momentos de desânimo, de incapacidade, de desilusão, mas aos poucos com alguma insistência, lá foi indo, e era chegado o momento porque todos, e também ela, esperavam com nervosismo.
Era chegada a noite da festa final da escola e pôr á prova todos os conhecimentos adquiridos, de se testar a si própria, de comprovar que era capaz. Como gostava de ser uma criança e ter alguém muito querido, lá ao fundo a ver tudo. Era pedir, sonhar o improvável!
Queria conseguir, tinha que conseguir, era muito importante conseguir…..
O salão encheu-se de gente, alunos da escola mas de locais diversos, de outras escolas, e outras pessoas e familiares! Ninguém lhe interessava especialmente, mas punham-na nervosa!
Chegada a hora de se vestir, mudou de roupa, e sem espelho para se olhar, nem sabia se estava bem ou mal. Imaginou a sua figura, pela amostra das colegas e nem se lembra de ver o conjunto, de olhar e ver os homens e mulheres juntos, o seu grupo, mas não, nem o marido olhou! …
Naquela altura estava inquieta e mais que isso, estava triste, e só, muito só…, no meio de tanta gente…!
Bem lá no fundo do seu coração, ainda que sabendo impossível, como uma criança na sua primeira audição escolar, o seu sonho era que o improvável acontessesse, e estivesse alguém muito querido a vê-la!
Uma pessoa só, uma só pessoa ali estivesse para a olhar, para apreciar o seu trabalho, e quem sabe depois a dizer-lhe baixinho, estiveste bem, estiveste mal, podias melhorar, não gostei de te ver, estavas ridicula…, deves continuar…!
Quando entrou no salão assim vestida, sentiu-se menos bem, diferente, deixou de ver gente, de ouvir som, as pernas ficaram hirtas!
O seu corpo parece que gelou.
Mil vezes tinha dançado aquilo e pela ultima vez tudo se esfumara, não valia a pena!
Ela sabia dançar aquilo muito bem, então para quê fazê-lo novamente !
Não valia a pena! E já alinhada para dançar, o seu corpo dormente não correspondia…
Mas o que se passava?
Parecia uma criança com birra, teimosa e empertigada, e sem reflexos simplesmente ficou parada!
Naquela sala, soube mais tarde, olhando atentamente o grupo, estava num canto o jovem director da escola, e deve ter sido esse seu olhar atento, que num segundo apenas, foi mais forte que a sua vontade e nesse mesmo segundo a fez responder ao puxão do seu par. E sem pensar ela mexeu as pernas, e girou, não como uma borboleta , não com a ligeireza que gostaria, mas de forma que nem ela própria soube como, mas girou, talvez mais como um catavento...
A sensação que é que não tinha dançado nada, que fizera tudo errado. Sabia fazer muito melhor, nem sequer se lembrava onde tinha pisado, que passos tinha dado. Tinha investido tanto nesse seu primeiro trabalho, e dera tudo errado! Ainda estava anestesiada! E nenhum deles vira nada !
Em nenhum canto da sala nenhum deles !
E quem disse que os improváveis acontecem?
Não ali, nem para ela, que isso era bom demais para ser verdade! E ela, que já tem idade para viver com os pés bem assentes na terra, devia deixr de sonhar!!!!
Não conseguiu evitar, que as lágrimas rolassem em abundância pelo seu rosto, sem alarido, mas rapidamente teve que as engolir, porque tinha outra actuação para fazer e tinha que aproveitar o efeito da anestesia, vestir-se sem espelho e juntar-se ao grupo….
Parece que não correu mal, é o que dizem, mas por dentro ficou-lhe o gosto amargo do que teve que engolir…
Afinal aquilo não era nada importante, apenas uma festinha de final de ano, de dança, imaginem....de dança, quem é que ia dar importância a uma festinha dessas... se em iguais circunstâncias ela teria feito o mesmo...
E ainda dizem que os improváveis acontecem...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
A viagem de Maria 3
No dia seguinte Maria confirmou que era tudo verdade, junto á carta do pai tinha dinheiro para comprar o necessário para a viagem, um bilhete de avião com reserva marcada, e indicações para se encontrar com o pai em Paris. A partir daí faria a viagem acompanhada pelo pai e não tinha que ter mais preocupações.
Já tinha idade suficiente para viajar sozinha e seria uma experiência diferente e única chegar a Paris. Uma emoção como nunca vivera outra!
Tinha que apanhar um autocarro até á cidade mais próxima, depois ia de comboio até Lisboa, de táxi até ao aeroporto, e depois era meter-se no avião e descer em Paris . Decerto que seria capaz de fazer essa viagem. Tinha só o nono ano de escolaridade, mas fora sempre bastante desenrascada no armazém resolvendo muitos problemas, e também iria conseguir chegar junto do pai.
Sem telemóvel, nem telefone resolveu não responder por carta, chegaria junto do pai, primeiro que qualquer resposta!
Quando chegou ao armazém bem cedo, comunicou ao patrão que aquele seria o ultimo dia do seu trabalho ali.
Ia embora para Paris!
Claro que não a levaram a sério, pensaram que estava a brincar! Coitada, de tanta solidão estava a ficar tolinha!
E a noticia propagou-se pela aldeia, e pelas aldeias vizinhas e a pessoas já diziam coisas estranhíssimas, e ela simplesmente se tinha limitado a dizer que ia para Paris!
Surgiram muitas hipóteses:
- saiu-lhe o totoloto e não contou a ninguém, e vai para a Europa,
-Vai casar com algum velho rico,
-Vai servir alguma velha chata e resmungona,
-está doida e vai-se perder pelo mundo como o pai…
E muitas outras coisas foram ditas, mas ela guardou a carta, mais o dinheiro, mais o bilhete de avião, confiou no que o pai lhe dizia na carta, comprou o que precisava para a viagem, arrumou muito bem os pertences que queria levar consigo, fechou a casa depois de bem arrumada, e no dia aprazado pôs-se a caminho no autocarro a caminho de Lisboa, e deixou o povo a falar á vontade, cada um o que lhe apetecia!
Não confiava em ninguém. Naquela terra só a tinham visto para trabalhar e dizer mal do pai, os rapazes e homens quiseram brincar com ela sem a levar a sério, se agora ela contasse que o pai estava a trabalhar numa quinta e a chamava para ir ter com ele, não faltaria gente a querer ajudar , mas só por interesse.
Maria, pela vida que levava tinha-se transformado numa pessoa desconfiada e demasiado cautelosa, mas tinha que ser assim. Ela era muito bonita para viver sozinha e ainda bem que lhe aparecia o pai nesta altura, porque muito mais tempo só, e um dia algum mafarrico iria conseguir seduzi-la.
Durante a viagem a alegria de Maria só ela é que sentia!
A mãe morrera-lhe muito cedo, já mal se lembrava dela, da avó tinha uma imagem terna e meiga, mas também já se fora. As amigas da escola, estavam a trabalhar na cidade, namoravam, pouco ou nada conversavam com ela, talvez por despeito da sua beleza, não lhe ligavam importância, nunca chegaram a ser amigas.
Ao olhar para trás, á medida que via a aldeia ficar mais distante e esfumar-se no, ia esquecendo o passado e crescia nela uma vontade enorme de voltar a ver aquele homem de quem guardava o calor do colo e o até logo risonho. Como tinha saudades do pai!
O seu coração enchia-se de alegria quando pensava que não estava mais só e que nunca tinha perdido o pai. Ela e o pai iam viver juntos o resto das suas vidas e isso era maravilhoso. E foi com estes pensamentos que adormeceu e que rapidamente, depois das respectivas mudanças, chegou á estação de Santa Apolónia em Lisboa!
Só faltava ir para o aeroporto que estava ali a dois passos!
E assim fez, de táxi depressa lá chegou, e que mundo aquele !
Não tinha nada a ver com nada do que já vira até então, mas aquilo era a vida que começava para ela !
Já tinha idade suficiente para viajar sozinha e seria uma experiência diferente e única chegar a Paris. Uma emoção como nunca vivera outra!
Tinha que apanhar um autocarro até á cidade mais próxima, depois ia de comboio até Lisboa, de táxi até ao aeroporto, e depois era meter-se no avião e descer em Paris . Decerto que seria capaz de fazer essa viagem. Tinha só o nono ano de escolaridade, mas fora sempre bastante desenrascada no armazém resolvendo muitos problemas, e também iria conseguir chegar junto do pai.
Sem telemóvel, nem telefone resolveu não responder por carta, chegaria junto do pai, primeiro que qualquer resposta!
Quando chegou ao armazém bem cedo, comunicou ao patrão que aquele seria o ultimo dia do seu trabalho ali.
Ia embora para Paris!
Claro que não a levaram a sério, pensaram que estava a brincar! Coitada, de tanta solidão estava a ficar tolinha!
E a noticia propagou-se pela aldeia, e pelas aldeias vizinhas e a pessoas já diziam coisas estranhíssimas, e ela simplesmente se tinha limitado a dizer que ia para Paris!
Surgiram muitas hipóteses:
- saiu-lhe o totoloto e não contou a ninguém, e vai para a Europa,
-Vai casar com algum velho rico,
-Vai servir alguma velha chata e resmungona,
-está doida e vai-se perder pelo mundo como o pai…
E muitas outras coisas foram ditas, mas ela guardou a carta, mais o dinheiro, mais o bilhete de avião, confiou no que o pai lhe dizia na carta, comprou o que precisava para a viagem, arrumou muito bem os pertences que queria levar consigo, fechou a casa depois de bem arrumada, e no dia aprazado pôs-se a caminho no autocarro a caminho de Lisboa, e deixou o povo a falar á vontade, cada um o que lhe apetecia!
Não confiava em ninguém. Naquela terra só a tinham visto para trabalhar e dizer mal do pai, os rapazes e homens quiseram brincar com ela sem a levar a sério, se agora ela contasse que o pai estava a trabalhar numa quinta e a chamava para ir ter com ele, não faltaria gente a querer ajudar , mas só por interesse.
Maria, pela vida que levava tinha-se transformado numa pessoa desconfiada e demasiado cautelosa, mas tinha que ser assim. Ela era muito bonita para viver sozinha e ainda bem que lhe aparecia o pai nesta altura, porque muito mais tempo só, e um dia algum mafarrico iria conseguir seduzi-la.
Durante a viagem a alegria de Maria só ela é que sentia!
A mãe morrera-lhe muito cedo, já mal se lembrava dela, da avó tinha uma imagem terna e meiga, mas também já se fora. As amigas da escola, estavam a trabalhar na cidade, namoravam, pouco ou nada conversavam com ela, talvez por despeito da sua beleza, não lhe ligavam importância, nunca chegaram a ser amigas.
Ao olhar para trás, á medida que via a aldeia ficar mais distante e esfumar-se no, ia esquecendo o passado e crescia nela uma vontade enorme de voltar a ver aquele homem de quem guardava o calor do colo e o até logo risonho. Como tinha saudades do pai!
O seu coração enchia-se de alegria quando pensava que não estava mais só e que nunca tinha perdido o pai. Ela e o pai iam viver juntos o resto das suas vidas e isso era maravilhoso. E foi com estes pensamentos que adormeceu e que rapidamente, depois das respectivas mudanças, chegou á estação de Santa Apolónia em Lisboa!
Só faltava ir para o aeroporto que estava ali a dois passos!
E assim fez, de táxi depressa lá chegou, e que mundo aquele !
Não tinha nada a ver com nada do que já vira até então, mas aquilo era a vida que começava para ela !
A carta de Maria 2
Maria lera a carta que recebera tantas vezes, que sabia de cor e salteado dada palavra cada frase, e o que todas juntas queriam dizer !
O pai, o seu pai estava vivo e não a esquecera!
Primeiro tivera dificuldade em arranjar emprego. Ficara inicialmente por Espanha onde andara só algum tempo, porque não se entendia com aquela gente, que dizia ele, o trataram como pedinte, pior que escravo!
Fora depois até França, onde percorreu o país até que, a força humana lhe permitiu. Fez de tudo um pouco, mas em lugar nenhum se fixara e as cartas que enviava á filha e á avó, iam narrando mais o que lhe ia na sua imaginação, do que o era a realidade da sua vida dura.
Numa quinta a sul de França, onde mostrou ser bom trabalhador e aplicado, tratava do gado com todo o zelo, das culturas, das vinhas, trabalhando de sol a sol, as pessoas já o estimavam, mas a certa altura caiu doente. Uma febre estranha, na altura pouco conhecida, deixou-o muito mal e abalado durante longo tempo! Esteve muito mal, ninguém pensava que sobreviria . Nessa altura deixou de escrever, perdeu o norte ás coisas! Esteve hospitalizado e depois de restabelecido já tinham passados alguns anos! Na altura em que estava para começar a enviar algo lá para a terra, fica doente e tudo se vai....
Ninguém sabia quem era aquele homem, e na sua memória quando saiu do hospital só tinha a imagem da quinta, e foi para lá que se dirigiu!
Todos o receberam de braços abertos e a patroa uma senhora já de idade, e então viúva, lembrando-se do bom trabalho que tinha feito na sua quinta, mandou que ficasse sim, que muito trabalho haveria para lhe dar, assim ele o pudesse realizar.
Fernando dedicou-se de tal forma ao trabalho, que não via mais nada, os animais procriavam mais, e nunca adoeciam, que ele zelava por eles com todo o cuidado e dedicação. A quinta e as plantações encantavam quem as via, floresciam e estavam prontas para as colheitas no tempo próprio, sempre com grandes proveitos.
A nível de trabalho, com muito sacrifício, Fernando tinha-se fixado e progredido, vinha-lhe ultimamente de vez em quando á memória, o rosto meigo de menina, a sua menina, que deixara na aldeia de onde partira, e o seu coração triste, ficava ainda mais triste, e chorava de dor. Q ue seria feito dela, da sua menina ?Esse problema não sabia como, mas tinha que o resolver!
Um dia a patroa mandou chamá-lo, queria falar com ele, estava doente e cansada e andava preocupada com o futuro da quinta!
-“Vejo-te a trabalhar como nunca vi ninguém, não tens horários para nada, és lutador persistente, mas a continuares assim qualquer dia fico sem gerente!
-“Vejo-te sempre triste e só, nunca me falaste da tua família, estiveste doente tanto tempo e ninguém veio ter contigo, nunca te vi com uma mulher , não tens família, não deixaste ninguém na tua terra?
-“É que gosto tanto de ti aqui, e como já estou velhota, doente e sem forças, se tivesses alguém lá na terra que quisesses mandar vir para junto de ti, fazia contigo um grande negócio, oferecia-te o pedaço da quinta que eu sei que gostas mais, que é a que tem os animais(a estrebaria) e o quintal de cultivo que tem a casa junto ao lago, e deixava a vinha e a casa da quinta, para os meus sobrinhos, que só cá vêm para levar algum e dar trabalho. Acho que mereces o que te estou a oferecer e em troca continuas a gerir a quinta, que sem a tua ajuda, em breve, mal feche os olhos, põem tudo em pantanas. Tens sido o meu braço direito e se não fosses tu, agora não tinham nada , a não ser terra seca e pouco mais…”
Ao ouvir tudo isto, Fernando estava estupefacto mas reconhecido, não tendo como rejeitar, gostava do trabalho que fazia, queria continuar ali e o que mais queria, era ter a sua filha junto dele, coisa que nunca fora capaz de sugerir com medo de não ser entendido, e que de outra forma nunca seria possível.
Tudo isto vinha escrito na carta, e tal como o pai, também Maria ficou surpresa mas feliz . Não sabia se havia de rir ou se chorar, sabia sim que a sua vida ia mudar, e com certeza para melhor. Só a ideia de voltar a ver o pai, fez nascer nos olhos dela, um brilho diferente que a fez ainda mais bonita.
Na carta o pai enviava-lhe dinheiro para ela comprar tudo o que era necessário incluindo o bilhete para viajar até junto dele. Um bilhete de avião, outro de comboio de comboio, tudo com dias e horas marcados!
Tudo aquilo era demais para ser verdade. Tinha que ir dormir e acordar para saber que não estava a sonhar!
Maria vivia um sonho, fechou-o a sete chaves numa caixinha no seu coração!
O pai, o seu pai estava vivo e não a esquecera!
Primeiro tivera dificuldade em arranjar emprego. Ficara inicialmente por Espanha onde andara só algum tempo, porque não se entendia com aquela gente, que dizia ele, o trataram como pedinte, pior que escravo!
Fora depois até França, onde percorreu o país até que, a força humana lhe permitiu. Fez de tudo um pouco, mas em lugar nenhum se fixara e as cartas que enviava á filha e á avó, iam narrando mais o que lhe ia na sua imaginação, do que o era a realidade da sua vida dura.
Numa quinta a sul de França, onde mostrou ser bom trabalhador e aplicado, tratava do gado com todo o zelo, das culturas, das vinhas, trabalhando de sol a sol, as pessoas já o estimavam, mas a certa altura caiu doente. Uma febre estranha, na altura pouco conhecida, deixou-o muito mal e abalado durante longo tempo! Esteve muito mal, ninguém pensava que sobreviria . Nessa altura deixou de escrever, perdeu o norte ás coisas! Esteve hospitalizado e depois de restabelecido já tinham passados alguns anos! Na altura em que estava para começar a enviar algo lá para a terra, fica doente e tudo se vai....
Ninguém sabia quem era aquele homem, e na sua memória quando saiu do hospital só tinha a imagem da quinta, e foi para lá que se dirigiu!
Todos o receberam de braços abertos e a patroa uma senhora já de idade, e então viúva, lembrando-se do bom trabalho que tinha feito na sua quinta, mandou que ficasse sim, que muito trabalho haveria para lhe dar, assim ele o pudesse realizar.
Fernando dedicou-se de tal forma ao trabalho, que não via mais nada, os animais procriavam mais, e nunca adoeciam, que ele zelava por eles com todo o cuidado e dedicação. A quinta e as plantações encantavam quem as via, floresciam e estavam prontas para as colheitas no tempo próprio, sempre com grandes proveitos.
A nível de trabalho, com muito sacrifício, Fernando tinha-se fixado e progredido, vinha-lhe ultimamente de vez em quando á memória, o rosto meigo de menina, a sua menina, que deixara na aldeia de onde partira, e o seu coração triste, ficava ainda mais triste, e chorava de dor. Q ue seria feito dela, da sua menina ?Esse problema não sabia como, mas tinha que o resolver!
Um dia a patroa mandou chamá-lo, queria falar com ele, estava doente e cansada e andava preocupada com o futuro da quinta!
-“Vejo-te a trabalhar como nunca vi ninguém, não tens horários para nada, és lutador persistente, mas a continuares assim qualquer dia fico sem gerente!
-“Vejo-te sempre triste e só, nunca me falaste da tua família, estiveste doente tanto tempo e ninguém veio ter contigo, nunca te vi com uma mulher , não tens família, não deixaste ninguém na tua terra?
-“É que gosto tanto de ti aqui, e como já estou velhota, doente e sem forças, se tivesses alguém lá na terra que quisesses mandar vir para junto de ti, fazia contigo um grande negócio, oferecia-te o pedaço da quinta que eu sei que gostas mais, que é a que tem os animais(a estrebaria) e o quintal de cultivo que tem a casa junto ao lago, e deixava a vinha e a casa da quinta, para os meus sobrinhos, que só cá vêm para levar algum e dar trabalho. Acho que mereces o que te estou a oferecer e em troca continuas a gerir a quinta, que sem a tua ajuda, em breve, mal feche os olhos, põem tudo em pantanas. Tens sido o meu braço direito e se não fosses tu, agora não tinham nada , a não ser terra seca e pouco mais…”
Ao ouvir tudo isto, Fernando estava estupefacto mas reconhecido, não tendo como rejeitar, gostava do trabalho que fazia, queria continuar ali e o que mais queria, era ter a sua filha junto dele, coisa que nunca fora capaz de sugerir com medo de não ser entendido, e que de outra forma nunca seria possível.
Tudo isto vinha escrito na carta, e tal como o pai, também Maria ficou surpresa mas feliz . Não sabia se havia de rir ou se chorar, sabia sim que a sua vida ia mudar, e com certeza para melhor. Só a ideia de voltar a ver o pai, fez nascer nos olhos dela, um brilho diferente que a fez ainda mais bonita.
Na carta o pai enviava-lhe dinheiro para ela comprar tudo o que era necessário incluindo o bilhete para viajar até junto dele. Um bilhete de avião, outro de comboio de comboio, tudo com dias e horas marcados!
Tudo aquilo era demais para ser verdade. Tinha que ir dormir e acordar para saber que não estava a sonhar!
Maria vivia um sonho, fechou-o a sete chaves numa caixinha no seu coração!
terça-feira, 6 de julho de 2010
Maria 1
Não se chamava Carochinha, nem Gata Borralheira, mas tinha uma historia muito parecida com as delas.
Muito cedo sem saber porquê, viu-se sozinha a cuidar de si própria, trabalhando num pequeno armazém da aldeia onde se vendia de tudo o que se pode imaginar, ganhando assim o seu magro ordenado.
A mãe falecera era ainda muito pequena e o pai emigrara procurando melhor sorte, que ali onde viviam o que ganhava não dava para garantir o futura da filha. Sonhava para ela algo mais do que tivera, e assim um dia pôs-se a caminho e passados meia dúzia de anos, mais meia dúzia de cartas que lha tinha escrito, nunca mais deu sinais de vida.
Deixara a Maria com a avó, já velha e doente, e que um dia gravemente e uma grave pneumonia fizera partir subitamente, deixando a miúda entregue a si própria e ás cartas do pai, a que Maria se agarrava quando em dias de maior desespero precisava da algum consolo.
Maria nunca perdeu a esperança de um dia o pai voltar, de ele lhe voltar a escrever algo, quem sabe até a aparecer e vir buscá-la.
No seu coração restava a esperança, que algo muito importante ainda lhe havia de acontecer. Aquele homem que ela, muito longinquamente mas com ternura recordava, não podia tê-la abandonado.
Na aldeia ninguém acreditava nela, nesses seus sonhos idiotas, mas ela confortava-se com eles, e a ela pouco lhe interessava a opinião dos outros nesse aspecto.
Fartava-se de trabalhar mas não tinha nada, tudo era pouco para as despesas que tinha com a comida e com a casa.
Era uma casa humilde a sua, que lhe ficara da avó, mas sempre muito limpa e arrumada, que tudo que a avó lhe ensinara ela aprendera e colocava em prática.
Cozinhava, costurava, arrumava e trabalhava no armazém da aldeia, onde tudo se vendia, e onde entravam por dia muitos clientes.
Conhecia tanta gente e sendo tão bonita e tão prendada, nunca tinha tido um namorado, ninguém queria saber dela, talvez por ser pobre, porque beleza ela tinha em abundância. Era realmente muito bonita, mas igualmente pobre. Era simples e modesta não se podia dar a grandes luxos nem vaidades.
Namoro, coisa séria mesmo, nunca teve, para se divertirem talvez apareciam lá a rondar no armazém, mas ela que também não era parva, tinha sempre algo em si que lhe dizia que aquele ali o que queria era tudo, menos o que a ela lhe interessava.
Muito cautelosa, já era conhecida por querer algum especial, pobre e mal agradecida, era o que o povo dizia dela, não viam as pessoas que se ela fosse na léria dos homens que se metiam assim no seu caminho, mal conseguissem o que queriam, se punham logo a andar.
Nunca nenhum lhe tinha pedido para namorar, ou sequer lhe tinha dito que gostava dela, só queriam ir lá a casa encontrar-se com ela, ou em qualquer lado a combinar, e ela esquivava-se sempre a isso. Depois, de raiva eles vingavam-se e contavam a sua versão. Todos a maldiziam e chamavam de má pessoa!
A beleza e o amor dela não chegaram para nenhum deles, e ela foi ficando sozinha na esperança de um dia algo mudar…
-“Não quer ninguém”, diziam as pessoas,” se ela não tem onde cair morta”, que quer ela, algum doutor?
E o povo não entendia que o que ela queria, era simplesmeente um homem que a amasse, que quizesse ser seu companheiro e amigo, e quem sabe um dia, viesse a ser pai dos seus filhos, não um companheiro fortuito, de uma noite, de um momento apenas!
E assim Maria vivia sozinha, do trabalho para casa, de casa para o trabalho.
Mas um dia aconteceu! Uma carta veio mudar o rumo da historia da sua vida!
Aquele nome ela sabia, era do seu pai, Fernando Vicente Simões, como ela, Maria Vicente Simões. Então abriu a carta e de um fôlego só, leu e pôs-se ao corrente de tudo, mas como tudo era muito para perceber bem á primeira, leu tantas vezes quantas as necessárias, para entender muito bem tudo o que estava escrito na carta.
E eram muitas as novidades podem crer! (cont.)
Muito cedo sem saber porquê, viu-se sozinha a cuidar de si própria, trabalhando num pequeno armazém da aldeia onde se vendia de tudo o que se pode imaginar, ganhando assim o seu magro ordenado.
A mãe falecera era ainda muito pequena e o pai emigrara procurando melhor sorte, que ali onde viviam o que ganhava não dava para garantir o futura da filha. Sonhava para ela algo mais do que tivera, e assim um dia pôs-se a caminho e passados meia dúzia de anos, mais meia dúzia de cartas que lha tinha escrito, nunca mais deu sinais de vida.
Deixara a Maria com a avó, já velha e doente, e que um dia gravemente e uma grave pneumonia fizera partir subitamente, deixando a miúda entregue a si própria e ás cartas do pai, a que Maria se agarrava quando em dias de maior desespero precisava da algum consolo.
Maria nunca perdeu a esperança de um dia o pai voltar, de ele lhe voltar a escrever algo, quem sabe até a aparecer e vir buscá-la.
No seu coração restava a esperança, que algo muito importante ainda lhe havia de acontecer. Aquele homem que ela, muito longinquamente mas com ternura recordava, não podia tê-la abandonado.
Na aldeia ninguém acreditava nela, nesses seus sonhos idiotas, mas ela confortava-se com eles, e a ela pouco lhe interessava a opinião dos outros nesse aspecto.
Fartava-se de trabalhar mas não tinha nada, tudo era pouco para as despesas que tinha com a comida e com a casa.
Era uma casa humilde a sua, que lhe ficara da avó, mas sempre muito limpa e arrumada, que tudo que a avó lhe ensinara ela aprendera e colocava em prática.
Cozinhava, costurava, arrumava e trabalhava no armazém da aldeia, onde tudo se vendia, e onde entravam por dia muitos clientes.
Conhecia tanta gente e sendo tão bonita e tão prendada, nunca tinha tido um namorado, ninguém queria saber dela, talvez por ser pobre, porque beleza ela tinha em abundância. Era realmente muito bonita, mas igualmente pobre. Era simples e modesta não se podia dar a grandes luxos nem vaidades.
Namoro, coisa séria mesmo, nunca teve, para se divertirem talvez apareciam lá a rondar no armazém, mas ela que também não era parva, tinha sempre algo em si que lhe dizia que aquele ali o que queria era tudo, menos o que a ela lhe interessava.
Muito cautelosa, já era conhecida por querer algum especial, pobre e mal agradecida, era o que o povo dizia dela, não viam as pessoas que se ela fosse na léria dos homens que se metiam assim no seu caminho, mal conseguissem o que queriam, se punham logo a andar.
Nunca nenhum lhe tinha pedido para namorar, ou sequer lhe tinha dito que gostava dela, só queriam ir lá a casa encontrar-se com ela, ou em qualquer lado a combinar, e ela esquivava-se sempre a isso. Depois, de raiva eles vingavam-se e contavam a sua versão. Todos a maldiziam e chamavam de má pessoa!
A beleza e o amor dela não chegaram para nenhum deles, e ela foi ficando sozinha na esperança de um dia algo mudar…
-“Não quer ninguém”, diziam as pessoas,” se ela não tem onde cair morta”, que quer ela, algum doutor?
E o povo não entendia que o que ela queria, era simplesmeente um homem que a amasse, que quizesse ser seu companheiro e amigo, e quem sabe um dia, viesse a ser pai dos seus filhos, não um companheiro fortuito, de uma noite, de um momento apenas!
E assim Maria vivia sozinha, do trabalho para casa, de casa para o trabalho.
Mas um dia aconteceu! Uma carta veio mudar o rumo da historia da sua vida!
Aquele nome ela sabia, era do seu pai, Fernando Vicente Simões, como ela, Maria Vicente Simões. Então abriu a carta e de um fôlego só, leu e pôs-se ao corrente de tudo, mas como tudo era muito para perceber bem á primeira, leu tantas vezes quantas as necessárias, para entender muito bem tudo o que estava escrito na carta.
E eram muitas as novidades podem crer! (cont.)
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Jogar á carica
Jogar á carica, ou atirar o pião!
Jogar á casinha com os botões velhos,
Jogar á cabra cega, ás escondidas, ou á apanhada, que dava no mesmo.
Jogar á macaca, ou a saltar á corda, melhor pois então!
Brincar aos cowboys, aos índios do faroeste,
aos policias e ladrões, o preferido do meu irmão.
Jogar com a bola, andar de bicicleta sem sair da rua...
Aos reis e rainhas, aqui vai o lenço aqui fica o lenço,
brincar ás bonecas, brincar ás casinhas, ás cozinheiras,
a fazer compras, a ser costureira,
a fazer de médico, ou aos professores,
e a brincar de roda...
…. mas brincar na rua, nas sombras das casas, nos solares das portas,
na sombra das árvores..., a correr, a saltar, a inventar histórias, a ouvi-las contar...
Brincar na rua, fosse ao que fosse, era sempre bom, era algo mágico que ajudava a crescer!
Todos os jogos eram meus eleitos…!
Onde é que se que vêm crianças entretidas na rua a brincar?
Onde estão as crianças de hoje a brincar….?
Em lado nenhum, hoje as crianças não brincam na rua , por questões diversas...
Hoje as crianças brincam em salas fechadas, em recreios fechados e sempre vigiadas, é absolutamente necessário que sejam vigiadas!
As ruas não são as mesmas e as crianças também não…!
Por medo, por falta de tempo, porque não é próprio,
porque brincar na rua suja, é feio e perigoso, porque a rua tem meninos maus, ladrões e outras pessoas perigosas, porque não há jardins, porque os pais discutem e os irmãos choram, por tudo e por nada, tudo são razões...., e perdeu-se o fascinio, o encanto, a magia, de brincar na rua...
Hoje as crianças não brincam na rua!
As crianças que ontem brincavam na rua, riam, cresciam felizes, também eram inteligentes, não eram obesas, nem tristes, nem deprimidas, nem passavam as tardes a chorar atrás dos pais, aos domingos no shopping para voltarem para casa….,na sua maioria eram crianças felizes… Enganam-se os que pensam que nas cidades as crianças não brincavam na rua, e que isso acontecia só nas aldeias, brincavam sim e em segurança, e fazia-lhes muito bem, mas os tempos mudaram...
A rua era segura, e era LÁ, que continuavam a crescer, a amadurecer, umas com as outras, a vivenciar situações diferentes, a continuar a aprender a ser gente, a viver.
Por mais que digam, brincar na RUA era bom, saudável, uma outra escola de vida, um complemento.
De lá, saíram doutores, poetas, boémios, homens comuns, mas todos com histórias mais ou menos interessantes e honestas para contar…
Hoje brinca-se na solidão!
Com um aparelho, ou dois, á frente dos olhos, as crianças crescem!
Sentados numa cadeira, em silêncio, as palavras escritas nos monitores dizem-lhes tudo, e as palavras escritas que trocam com o outro lado, podem conduzi-los muitas vezes á destruição!
Além disso, estão dia após dia num espaço fechado, o seu quarto, sem Sol directo, sem vento no rosto …Eles têm tempo de crescer...
Todas as aldeias, vilas e cidades (freguesias), terras deste país, deviam ter um espaço, onde as crianças em liberdade brincassem, sem bibes, sem amarras, protegidas de longe já se vê (que o tempo é outro), onde se sentissem tão livres na rua, como as de outrora, que depois de fazerem os deveres da escola bem feitinhos perguntavam á mãe:
-“mãe, agora posso ir brincar com os meus amigos, para a rua?”
-“podes sim filho, mas olha o jantar, tens que vir tomar banho antes do pai chegar…”!
Brincar na rua com os amigos, a recompensa por um dia de aulas bem sucedido, e o cimentar de conhecimentos adquiridos…
Realmente outro tempo, pois onde está agora a mãe ? ( mas podiam perguntar á avó, á ama, á....)
POIS... NÃO DÁ....
Jogar á casinha com os botões velhos,
Jogar á cabra cega, ás escondidas, ou á apanhada, que dava no mesmo.
Jogar á macaca, ou a saltar á corda, melhor pois então!
Brincar aos cowboys, aos índios do faroeste,
aos policias e ladrões, o preferido do meu irmão.
Jogar com a bola, andar de bicicleta sem sair da rua...
Aos reis e rainhas, aqui vai o lenço aqui fica o lenço,
brincar ás bonecas, brincar ás casinhas, ás cozinheiras,
a fazer compras, a ser costureira,
a fazer de médico, ou aos professores,
e a brincar de roda...
…. mas brincar na rua, nas sombras das casas, nos solares das portas,
na sombra das árvores..., a correr, a saltar, a inventar histórias, a ouvi-las contar...
Brincar na rua, fosse ao que fosse, era sempre bom, era algo mágico que ajudava a crescer!
Todos os jogos eram meus eleitos…!
Onde é que se que vêm crianças entretidas na rua a brincar?
Onde estão as crianças de hoje a brincar….?
Em lado nenhum, hoje as crianças não brincam na rua , por questões diversas...
Hoje as crianças brincam em salas fechadas, em recreios fechados e sempre vigiadas, é absolutamente necessário que sejam vigiadas!
As ruas não são as mesmas e as crianças também não…!
Por medo, por falta de tempo, porque não é próprio,
porque brincar na rua suja, é feio e perigoso, porque a rua tem meninos maus, ladrões e outras pessoas perigosas, porque não há jardins, porque os pais discutem e os irmãos choram, por tudo e por nada, tudo são razões...., e perdeu-se o fascinio, o encanto, a magia, de brincar na rua...
Hoje as crianças não brincam na rua!
As crianças que ontem brincavam na rua, riam, cresciam felizes, também eram inteligentes, não eram obesas, nem tristes, nem deprimidas, nem passavam as tardes a chorar atrás dos pais, aos domingos no shopping para voltarem para casa….,na sua maioria eram crianças felizes… Enganam-se os que pensam que nas cidades as crianças não brincavam na rua, e que isso acontecia só nas aldeias, brincavam sim e em segurança, e fazia-lhes muito bem, mas os tempos mudaram...
A rua era segura, e era LÁ, que continuavam a crescer, a amadurecer, umas com as outras, a vivenciar situações diferentes, a continuar a aprender a ser gente, a viver.
Por mais que digam, brincar na RUA era bom, saudável, uma outra escola de vida, um complemento.
De lá, saíram doutores, poetas, boémios, homens comuns, mas todos com histórias mais ou menos interessantes e honestas para contar…
Hoje brinca-se na solidão!
Com um aparelho, ou dois, á frente dos olhos, as crianças crescem!
Sentados numa cadeira, em silêncio, as palavras escritas nos monitores dizem-lhes tudo, e as palavras escritas que trocam com o outro lado, podem conduzi-los muitas vezes á destruição!
Além disso, estão dia após dia num espaço fechado, o seu quarto, sem Sol directo, sem vento no rosto …Eles têm tempo de crescer...
Todas as aldeias, vilas e cidades (freguesias), terras deste país, deviam ter um espaço, onde as crianças em liberdade brincassem, sem bibes, sem amarras, protegidas de longe já se vê (que o tempo é outro), onde se sentissem tão livres na rua, como as de outrora, que depois de fazerem os deveres da escola bem feitinhos perguntavam á mãe:
-“mãe, agora posso ir brincar com os meus amigos, para a rua?”
-“podes sim filho, mas olha o jantar, tens que vir tomar banho antes do pai chegar…”!
Brincar na rua com os amigos, a recompensa por um dia de aulas bem sucedido, e o cimentar de conhecimentos adquiridos…
Realmente outro tempo, pois onde está agora a mãe ? ( mas podiam perguntar á avó, á ama, á....)
POIS... NÃO DÁ....
domingo, 4 de julho de 2010
A bola de cristal 2
E a bola de cristal saltou no chão e então quebrou,
em mais de mil pedaços se desfez,
e a mãe agitada, porque a peça era única e cara ( coisa rara),
ralhou com o menino e ele chorou.
Chamou-lhe menino feio, que bem ouvi, e na sua mãozinha pequena
deu uma palmada,
e logo ali chorou com ele, não pelo raio da bola que se desfez,
mas pela cena que fizera, sem solução, que tudo aquilo não valia nada!
Ele só queria a bola, brincar com ela….
Fora incentivado por uns meninos, mais velhos do que ele,
que da varanda,lhe diziam constantemente,
“atira a bola, vá atira ,atira, e ele atirou…”
E brincar com a “bola” foi o que ele fez, só isso apenas!
A mãe nervosa e agitada com os miúdos, ralhara mais por eles, que pela bola de cristal ali desfeita,
que a bola de cristal sendo redonda, atirada ao chão, nem saltou, nem rolou, caiu ao chão e mal o tocou ficou desfeita...
A mãe limpou os restos do cristal, que rica prenda, que um dia compraria uma outra igual, ou talvez não, isso que importa.
Pegou no menino deu-lhe mil beijos, mas aquela palmadita e aquela frase, martelaram na sua cabeça eternamente…
Das mil lágrimas choradas pelo menino, ficou-lhe nítido o desenho do rosto do menino, das lágrimas que chorou, do seu olhar, do soluçar, do acalmar, do retornar á paz e de vez em quando de um desassossego, até que finalmente tudo passou e no colo da sua mãe adormeceu ….
Estávamos no Inverno, era sábado e a mãe arrumava a casa como era hábito.
Deitou o menino na sua camita, e enquanto o menino dormia, chorou de tristeza e dor…,até que ela própria adormeceu!
O seu menino, só queria brincar com os meninos da varanda, (mas ela não tinha outro cristal, e na altura nem pensou que ali começava o mundo, e que não precisava de cristais para nada…).
e sentado onde a mãe o colocara, ele fez o que eles lhe mandaram,
aquilo era uma bola, mas de vidro e quebrou-se….
ele era pequenino, não sabia e a mãe uma tola inconsciente!
Ser de vidro ou de cristal, dá no mesmo, pouco importa,
atirada ao chão, a bola nem rolou ….,porcaria de cinzeiro!
Ficou-lhe na memória aquele choro, aqueles olhos do menino, aquele soluçar…
Ainda hoje, ela vê o menino, e precisava de ir lá atrás, voltar a pegar-lhe ao colo, limpar da mão aquela palmadita, e dizer-lhe vivamente :
-“não ligues meu amor, a mãe não sabe, é jovem, e tu és lindo, muito lindo, o mais lindo de todos os bebés, ela ama-te muito, e vai amar-te eternamente, e tu até seres homem vais ter milhares de bolas e muitas outras coisas para brincar”
Acontece que volta e meia, vive com esta sombra….
e aqueles pequenos pedaços de cristal tiram-lhe o sono!
Quem dera que naquela altura ninguém fumasse lá em casa….!
em mais de mil pedaços se desfez,
e a mãe agitada, porque a peça era única e cara ( coisa rara),
ralhou com o menino e ele chorou.
Chamou-lhe menino feio, que bem ouvi, e na sua mãozinha pequena
deu uma palmada,
e logo ali chorou com ele, não pelo raio da bola que se desfez,
Ele só queria a bola, brincar com ela….
Fora incentivado por uns meninos, mais velhos do que ele,
que da varanda,lhe diziam constantemente,
“atira a bola, vá atira ,atira, e ele atirou…”
E brincar com a “bola” foi o que ele fez, só isso apenas!
A mãe nervosa e agitada com os miúdos, ralhara mais por eles, que pela bola de cristal ali desfeita,
que a bola de cristal sendo redonda, atirada ao chão, nem saltou, nem rolou, caiu ao chão e mal o tocou ficou desfeita...
A mãe limpou os restos do cristal, que rica prenda, que um dia compraria uma outra igual, ou talvez não, isso que importa.
Pegou no menino deu-lhe mil beijos, mas aquela palmadita e aquela frase, martelaram na sua cabeça eternamente…
Das mil lágrimas choradas pelo menino, ficou-lhe nítido o desenho do rosto do menino, das lágrimas que chorou, do seu olhar, do soluçar, do acalmar, do retornar á paz e de vez em quando de um desassossego, até que finalmente tudo passou e no colo da sua mãe adormeceu ….
Estávamos no Inverno, era sábado e a mãe arrumava a casa como era hábito.
Deitou o menino na sua camita, e enquanto o menino dormia, chorou de tristeza e dor…,até que ela própria adormeceu!
O seu menino, só queria brincar com os meninos da varanda, (mas ela não tinha outro cristal, e na altura nem pensou que ali começava o mundo, e que não precisava de cristais para nada…).
e sentado onde a mãe o colocara, ele fez o que eles lhe mandaram,
aquilo era uma bola, mas de vidro e quebrou-se….
ele era pequenino, não sabia e a mãe uma tola inconsciente!
Ser de vidro ou de cristal, dá no mesmo, pouco importa,
atirada ao chão, a bola nem rolou ….,porcaria de cinzeiro!
Ficou-lhe na memória aquele choro, aqueles olhos do menino, aquele soluçar…
Ainda hoje, ela vê o menino, e precisava de ir lá atrás, voltar a pegar-lhe ao colo, limpar da mão aquela palmadita, e dizer-lhe vivamente :
-“não ligues meu amor, a mãe não sabe, é jovem, e tu és lindo, muito lindo, o mais lindo de todos os bebés, ela ama-te muito, e vai amar-te eternamente, e tu até seres homem vais ter milhares de bolas e muitas outras coisas para brincar”
Acontece que volta e meia, vive com esta sombra….
e aqueles pequenos pedaços de cristal tiram-lhe o sono!
Quem dera que naquela altura ninguém fumasse lá em casa….!
Eu na ILHA
Cheguei á Madeira no dia 29 ao fim do dia .
Tudo começou mal, porque Portugal perdeu com Espanha.
Depois a minha vida complicou-se um pouco com alguns telefonemas, algumas noites sem dormir, mais alguns telefonemas, dias e dias metidas neste quarto, sem saber ao certo hora, dia da semana ou hora para comer ou levantar, sempre a ler, a escrever, ou pesquisar …
Agora ,hoje, penso que é domingo e hora de almoço, mas não tenho fome.
Lá fora sinto barulho na cozinha, mas prefiro deixar tudo como está. Ontem foi-me dito que hoje não havia tempo para nada, e eu, que para além de tudo, estou doente com uma valente gripe, deixei-me estar sossegada, pois não quero incomodar…
Fiquei constipada não sei como, não sei se por chorar uma noite inteira, e depois outra e outra, ou por ter feito um único passeio até ao Lido, e ter transpirado, mas fiquei doente, com tosse, dores no corpo, com direito a tudo isso, e a estar nesta ilha linda e estar fechada num domingo, neste quarto á uma e meia da tarde com a luz ligada…
Que mal fiz eu para merecer este castigo…, decerto vim perder de vez o medo de andar de avião, porque nunca me senti como desta vez, entreguei-me a Deus e pensei que tudo iria dar certo, e deu…
Mas também aqui nunca me senti tão a mais…,
deve ser porque também desta vez eu estou diferente…
Fotos do Google
Tudo começou mal, porque Portugal perdeu com Espanha.
Depois a minha vida complicou-se um pouco com alguns telefonemas, algumas noites sem dormir, mais alguns telefonemas, dias e dias metidas neste quarto, sem saber ao certo hora, dia da semana ou hora para comer ou levantar, sempre a ler, a escrever, ou pesquisar …
Agora ,hoje, penso que é domingo e hora de almoço, mas não tenho fome.
Lá fora sinto barulho na cozinha, mas prefiro deixar tudo como está. Ontem foi-me dito que hoje não havia tempo para nada, e eu, que para além de tudo, estou doente com uma valente gripe, deixei-me estar sossegada, pois não quero incomodar…
Fiquei constipada não sei como, não sei se por chorar uma noite inteira, e depois outra e outra, ou por ter feito um único passeio até ao Lido, e ter transpirado, mas fiquei doente, com tosse, dores no corpo, com direito a tudo isso, e a estar nesta ilha linda e estar fechada num domingo, neste quarto á uma e meia da tarde com a luz ligada…
Que mal fiz eu para merecer este castigo…, decerto vim perder de vez o medo de andar de avião, porque nunca me senti como desta vez, entreguei-me a Deus e pensei que tudo iria dar certo, e deu…
Mas também aqui nunca me senti tão a mais…,
deve ser porque também desta vez eu estou diferente…
Fotos do Google
A bola de cristal
E a bola de cristal saltou no chão e então quebrou,
em mais de mil pedaços se desfez,
e a mãe agitada, porque a peça era única e cara ( coisa rara),
ralhou com o menino e ele chorou.
Chamou-lhe menino feio, que bem ouvi, e na sua mãozinha pequena
deu uma palmada,
e logo ali chorou com ele, não pelo raio da bola que quebrara,
mas porque viu que tudo aquilo não valia a pena!
Ele só queria a bola, brincar com ela….
Fora incentivado por uns meninos, que da varanda,
lhe diziam constantemente, “atira a bola, vá atira ,atira,…”
E brincar com a “bola” foi o que ele fez, só isso apenas, e atirou...!
E a mãe nervosa e agitada com os miúdos, ralhara mais por eles, que pela bola ali danificada,
que a bola de cristal sendo redonda, atirada ao chão, nem saltou, nem rolou, caiu e mal tocou o chão ficou inerte e desfeita!
A mãe limpou os restos do cristal, (que rica prenda), que um dia compraria uma outra igual, ou talvez não, isso que importa.
Pegou no menino deu-lhe mil beijos, mas aquela palmada e também aquela frase,
martelavam na sua cabeça mais que tudo…
Das mil lágrimas choradas pelo menino, ficou-lhe nítido o desenho do seu rosto, das lágrimas, do seu olhar, do soluçar, do acalmar, do retornar á paz e de vez em quando de um desassossego, até que finalmente tudo passou e no seu colo com ternura adormeceu ….
Estávamos no Inverno, era sábado e a mãe arrumava a casa como era seu costume.
Deitou o menino na sua cama e enquanto o menino dormia, chorou confundida, não tinha como voltar atrás como queria…,até que de tanto pensar adormeceu, mas não esqueceu, isso nunca!
O seu menino só queria brincar, ( ela não tinha outro cristal,mas na altura nem pensou que ali começava o mundo, e que não precisava de cristais para nada…).
e sentado onde a mãe o colocara, ele fez o que era natural,
atirou a bola, que era de vidro e quebrou….!
De vidro ou de cristal, dá no mesmo, pouco importa,
atirada ao chão a bola nem rolou …., porcaria de cinzeiro!
Ficou-lhe na memória aquele choro, aqueles olhos do menino, o beiçinho triste, o lacrimejar, aquele soluçar…
-“não ligues meu amor, a mãe adora-te, tu não és feio, ela é jovem e não pensou no que disse, e tu és lindo, muito lindo, o mais lindo de todos os bebés, ela ama-te muito, e vai amar-te eternamente, e tu até seres homem vais ter milhares de bolas e muitas outras coisas para brincar”
Acontece que volta e meia, vive com esta sombra….
e aqueles pequenos pedaços de cristal tiram-lhe o sono!
Quem dera que naquela altura ninguém fumasse lá em casa….!
em mais de mil pedaços se desfez,
e a mãe agitada, porque a peça era única e cara ( coisa rara),
ralhou com o menino e ele chorou.
Chamou-lhe menino feio, que bem ouvi, e na sua mãozinha pequena
deu uma palmada,
e logo ali chorou com ele, não pelo raio da bola que quebrara,
mas porque viu que tudo aquilo não valia a pena!
Ele só queria a bola, brincar com ela….
Fora incentivado por uns meninos, que da varanda,
lhe diziam constantemente, “atira a bola, vá atira ,atira,…”
E brincar com a “bola” foi o que ele fez, só isso apenas, e atirou...!
E a mãe nervosa e agitada com os miúdos, ralhara mais por eles, que pela bola ali danificada,
que a bola de cristal sendo redonda, atirada ao chão, nem saltou, nem rolou, caiu e mal tocou o chão ficou inerte e desfeita!
A mãe limpou os restos do cristal, (que rica prenda), que um dia compraria uma outra igual, ou talvez não, isso que importa.
Pegou no menino deu-lhe mil beijos, mas aquela palmada e também aquela frase,
martelavam na sua cabeça mais que tudo…
Das mil lágrimas choradas pelo menino, ficou-lhe nítido o desenho do seu rosto, das lágrimas, do seu olhar, do soluçar, do acalmar, do retornar á paz e de vez em quando de um desassossego, até que finalmente tudo passou e no seu colo com ternura adormeceu ….
Estávamos no Inverno, era sábado e a mãe arrumava a casa como era seu costume.
Deitou o menino na sua cama e enquanto o menino dormia, chorou confundida, não tinha como voltar atrás como queria…,até que de tanto pensar adormeceu, mas não esqueceu, isso nunca!
O seu menino só queria brincar, ( ela não tinha outro cristal,mas na altura nem pensou que ali começava o mundo, e que não precisava de cristais para nada…).
e sentado onde a mãe o colocara, ele fez o que era natural,
atirou a bola, que era de vidro e quebrou….!
De vidro ou de cristal, dá no mesmo, pouco importa,
atirada ao chão a bola nem rolou …., porcaria de cinzeiro!
Ficou-lhe na memória aquele choro, aqueles olhos do menino, o beiçinho triste, o lacrimejar, aquele soluçar…
Ainda hoje, ela vê o menino, o mesmo soluçar,... precisava ir lá atrás no tempo, voltar a pegar-lhe ao colo com carinho, limpar da sua mão aquela palmadita, e dizer-lhe vivamente :
-“não ligues meu amor, a mãe adora-te, tu não és feio, ela é jovem e não pensou no que disse, e tu és lindo, muito lindo, o mais lindo de todos os bebés, ela ama-te muito, e vai amar-te eternamente, e tu até seres homem vais ter milhares de bolas e muitas outras coisas para brincar”
Acontece que volta e meia, vive com esta sombra….
e aqueles pequenos pedaços de cristal tiram-lhe o sono!
Quem dera que naquela altura ninguém fumasse lá em casa….!
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Um doce abraço!
Gostava de te abraçar como se fosse mar!
Quando mergulhas e o mar te envolve completamente, e o teu corpo, todo ele fica envolvido por moléculas de água, também eu gostava de te envolver do mesmo jeito, mas em segurança, que ao contrário de mim, o mar é traiçoeiro, matreiro e falso.Envolve as pessoas, acaricia-lhes o corpo e muitas vezes fica com elas, engole-as, talvez porque se apaixona e não as queira perder, e ao contrário dele, eu quero-te ver livre e feliz, solto como vento!
Queria abraçar-te, precisava fazê-lo de quando em vez, em silêncio, de mansinho, sem alaridos, mas como se fosse sempre a primeira vez, podia ser de fugida, que quando mergulhas também não falas, nem pensas, atiras-te ás ondas e pronto, mas voltas sempre a fazê-lo outra vez…
…. envolver-te forte num abraço firme e seguro, como os mergulhos certeiros com que furas as ondas de lés a lés, sentir o teu coração bater junto ao meu, as tuas células vibrar, sentir que estás feliz, e tranquilo e depois largar-te e ver-te partir audaz e contente …
Que prazer nostálgico e denso, sentir a lembrança do calor e do cheiro do teu corpinho de menino….!
Como me orgulho hoje do homem completo, em que te transformaste...!
Fotos do Google
quinta-feira, 1 de julho de 2010
As coisas de que gosto
As coisas que mais gosto são tantas e tão diversas que até lhes perdi a conta, por serem grandes ou pequenas, bonitas ou feias que importa , diferentes no tamanho e na cor, no sentir no olhar, de uma diversidade que abrange tanta coisa ao meu redor, que se tornam dificil de descrever, mas algumas são fundamentais ...
Gosto...,
De olhar o mar, molhar os pés e ficar a contemplar!
De campos verdes, muito verdes e frescos!
De pisar a relva fresca, molhada e caminhar nela.
De jardins floridos, com pequenas sombras de palmeiras!
De botões de rosa repletos de gotas de orvalho matinais!
De redes a baloiçar e eu nelas deitada a dormitar!
Do vento a dar-me no rosto e a levar-me o cabelo solto pelo ar!
Gosto de conversar com quem gosto, com gente honesta e franca,
Dizer disparates, coisas ridiculas, e rir-me com eles sem preconceitos!
Gosto de crianças felizes, a brincar!
De idosos tranquilos!
Gosto de ver montras contigo, de passear contigo, de estar contigo!
Gosto de ti e de te amar…, mesmo que seja em silêncio!
Gosto de ver televisão enquanto tu dormes..., não de cabeça a abanar!
Gosto quando me levas a almoçar, a sair a passear com tudo combinado!
Gosto de sudoku e passar tardes na cama a relaxar!
Gosto de saber dançar, de nadar, ter amigos jovens, e velhos, e com eles poder sair e conviver, fazer patuscadas, conversar, mas só quando me apetece, só para relaxar, que há pessoas que me cansam, e com estas não gosto de estar…
Gosto de passear na areia plana e dura pela fresca, e dar mergulhos no mar calmo, gosto de fazer isto contigo que só assim lhe encontro graça…
Gosto de fazer passeios de barco e atirar-me ao mar tranquilo e calmo e espreitar cheia de medo, os peixes a nadar!
Gosto do cheiro do Brasil distante, daquela gente mais simples, do calor húmido, do cheiro da terra, do candomblé e do forro, do coco e do mar quente, de fazer compras na areia, da comida mineira e do pôr do sol ás cinco da tarde, e de me arranjar todos os dias para sairmos á noite...
Gosto de estar contigo no Sauipe...., e todos os lados em que estamos juntos!
Gosto de batatas fritas e ovo a cavalo no bife (que não como porque engorda), gosto de sopa e de ananás comido a meias contigo…
Gosto de chocolate preto e de sumo de laranja e de vinho do Porto com doce…
Gosto de castanha assada e de jeropiga…
Lembras-te do pão- de-ló da tua mãe? Gostava muito dele, ficou-me na lembrança!
Mas o que mais gosto é deles, dos nossos filhos e de ti, amores diferentes mas que preenchem a minha vida…
Eles são a razão da minha vida …, é por eles que eu vivo, que luto e tenho que resistir a tudo...
De ti continuarei sempre a gostar...,de estar contigo!
Gosto de ser tua companheira amante e confidente!
GOSTO que sejas o PAI dos meus, nossos filhos!
Tu és o meu amigo, o meu homem, meu companheiro, a minha força, o meu pilar, o meu tudo!
Gosto de te dizer:
OBRIGADA MEU AMOR….!
Para ti hoje que não me ocorre mais nada, esta rosa cheia de gotas de orvalho colhida no meu jardim...!
AMO-TE!
Gosto...,
De olhar o mar, molhar os pés e ficar a contemplar!
De campos verdes, muito verdes e frescos!
De pisar a relva fresca, molhada e caminhar nela.
De jardins floridos, com pequenas sombras de palmeiras!
De botões de rosa repletos de gotas de orvalho matinais!
De redes a baloiçar e eu nelas deitada a dormitar!
Do vento a dar-me no rosto e a levar-me o cabelo solto pelo ar!
Gosto de conversar com quem gosto, com gente honesta e franca,
Dizer disparates, coisas ridiculas, e rir-me com eles sem preconceitos!
Gosto de crianças felizes, a brincar!
De idosos tranquilos!
Gosto de ver montras contigo, de passear contigo, de estar contigo!
Gosto de ti e de te amar…, mesmo que seja em silêncio!
Gosto de ver televisão enquanto tu dormes..., não de cabeça a abanar!
Gosto quando me levas a almoçar, a sair a passear com tudo combinado!
Gosto de sudoku e passar tardes na cama a relaxar!
Gosto de saber dançar, de nadar, ter amigos jovens, e velhos, e com eles poder sair e conviver, fazer patuscadas, conversar, mas só quando me apetece, só para relaxar, que há pessoas que me cansam, e com estas não gosto de estar…
Gosto de passear na areia plana e dura pela fresca, e dar mergulhos no mar calmo, gosto de fazer isto contigo que só assim lhe encontro graça…
Gosto de fazer passeios de barco e atirar-me ao mar tranquilo e calmo e espreitar cheia de medo, os peixes a nadar!
Gosto do cheiro do Brasil distante, daquela gente mais simples, do calor húmido, do cheiro da terra, do candomblé e do forro, do coco e do mar quente, de fazer compras na areia, da comida mineira e do pôr do sol ás cinco da tarde, e de me arranjar todos os dias para sairmos á noite...
Gosto de estar contigo no Sauipe...., e todos os lados em que estamos juntos!
Gosto de batatas fritas e ovo a cavalo no bife (que não como porque engorda), gosto de sopa e de ananás comido a meias contigo…
Gosto de chocolate preto e de sumo de laranja e de vinho do Porto com doce…
Gosto de castanha assada e de jeropiga…
Lembras-te do pão- de-ló da tua mãe? Gostava muito dele, ficou-me na lembrança!
Mas o que mais gosto é deles, dos nossos filhos e de ti, amores diferentes mas que preenchem a minha vida…
Eles são a razão da minha vida …, é por eles que eu vivo, que luto e tenho que resistir a tudo...
De ti continuarei sempre a gostar...,de estar contigo!
Gosto de ser tua companheira amante e confidente!
GOSTO que sejas o PAI dos meus, nossos filhos!
Tu és o meu amigo, o meu homem, meu companheiro, a minha força, o meu pilar, o meu tudo!
Gosto de te dizer:
OBRIGADA MEU AMOR….!
Para ti hoje que não me ocorre mais nada, esta rosa cheia de gotas de orvalho colhida no meu jardim...!
AMO-TE!
Olhos verdes
Gostava de estar com ela, passear com ela, aprender com ela , fazer tudo com ela, porque com ela sentia-me segura e tranquila e muito mais que isso, sentia-me feliz.
Os seus olhos verdes, eram o mar onde eu me perdia e afundava calmamente e com ela aprendia a sentir cada coisa de forma diferente. Como ela vivia cada instante com mais esperança e um sorriso alegre.
Com ela todos os dias havia luar ….
Lembro-me dos cheiros dela, da sua singeleza pura e natural, do toque, do menear do corpo, do falar com as mãos, as unhas sempre curtas e muito arranjadas, o cabelo cacheado apanhado ou não, que de qualquer forma lhe ficava bem, os sapatos rasos ou então bem altos, que a formosura morava nela de uma ou de outra forma.
Nela tudo lhe assentava como a uma boneca, e a meus olhos parecia uma princesa. Que saudades tenho das suas risadas estridentes, dos sorrisos alegres que me inundavam a alma e a nossa casa. Ouço o seu eco dentro de mim, e queria tê-la aqui bem perto e dizer-lhe que lhe quero bem, que preciso dela, que me faz falta, que me completa, que faz parte da minha vida, dos meus dias, da minha pele, do meu sentir, que a estimo hoje, como ontem, como sempre, porque a acho extraordinária e que queria muito ser forte como ela, e se isto não é amor então o que é ?
Será que estou a ficar louca e que tudo o que toco me foge das mãos, e se vira contra mim?
Porém se tivesse sido como ela, hoje não seria o trapo humano que sou hoje….!
Era minha ! Já era minha, estava-me no sangue, não sei explicar porquê, mas algo forte me unia a ela, e hoje ao pensar que está longe, que não me quer mais, que me repele, me rejeita, que está ofendida com razão ou sem ela, que me importa isso agora, dói -me, fere-me, faz-me chorar e sentir que perdi um bem precioso, uma muito grande amiga e uma filha….!
Não consigo esquecer os seus olhos verdes, o seu sorriso, as nossas conversas e seja o que for que nos fez afastar, a verdade fica aqui e é esta que importa, mesmo que eu fuja, desapareça, nunca mais surja na sua vida, esta verdade quero que prevaleça sobre tudo, e todos, porque sem essa menina a minha vida nunca mais será a mesma, ou alguém poderá imaginar a vida sem mar, sem sol, sem sorrisos, sem luar…. , pois ela dava-me tudo isso…., e tudo isso é demais para se perder de uma vez só, e para sempre…!
Obrigado Stil por também esperares...!
Palavras de amor
““Preciso de ti para ter paz!
De te sentir bem, de te saber tranquila e calma!
Preciso que sorrias para estar bem!
Que sorrias e rias e dances, que te divirtas e passeies e saias pelo mundo, a passear…
Se sentir que estás bem, eu fico bem, muito melhor com a vida...
Porque mesmo á distância estás comigo a cada instante, e o teu sossego é o meu descanso…
Posso não te ver mas que importa isso, se o que me tranquiliza é o teu sorriso, o teu bem estar, e tudo isso eu sinto, só de te ler ou de te escutar…
Quero que saibas que nunca me irás perder””
E muito mais que estas palavras de amor e carinho ela ouviu e guardou com ternura no seu coração , muitas outras palavras ditas com igual ternura força e emoção e muito amor.
Todas elas ficarão para sempre gravadas no seu espírito, no intimo da sua alma, de forma que nem o tempo, nem o espaço infinito as há-de consumir. Serão eternas!
As palavras são mais valiosas que todos os bens do mundo, dizem coisas que podem alterar num segundo o sentido da vida, aquelas deram-lhe tanta força que ao ouvi-las e ao recordá-las depois a cada instante , ela sentirá sempre, que toda a sua vida valeu a pena só para chegar até aquele instante e viver aquele momento.
Escutar de longe , aquelas palavras ditas com o coração, com amor, palavras que nunca imaginara ser possível alguém vir a dizer-lhe, palavras que ela nem sabia se merecia ouvir.
Palavras que mesmo depois de todas ditas e ouvidas, lhe pareciam um sonho ou um pesadelo doce , por serem demasiado fortes e verdadeiras e muitas, tinha bem a certeza, pois era tanta informação que não conseguia saber o que pensar primeiro.
Uma coisa ela tinha a certeza, havia alguém que a amava muito, e que precisava dela, muito mais do que ela alguma vez imaginara mesmo então que já estava velha, e isso dava-lhe força para continuar…mesmo que a luta não fosse fácil de travar…
De te sentir bem, de te saber tranquila e calma!
Preciso que sorrias para estar bem!
Que sorrias e rias e dances, que te divirtas e passeies e saias pelo mundo, a passear…
Se sentir que estás bem, eu fico bem, muito melhor com a vida...
Porque mesmo á distância estás comigo a cada instante, e o teu sossego é o meu descanso…
Posso não te ver mas que importa isso, se o que me tranquiliza é o teu sorriso, o teu bem estar, e tudo isso eu sinto, só de te ler ou de te escutar…
Quero que saibas que nunca me irás perder””
E muito mais que estas palavras de amor e carinho ela ouviu e guardou com ternura no seu coração , muitas outras palavras ditas com igual ternura força e emoção e muito amor.
Todas elas ficarão para sempre gravadas no seu espírito, no intimo da sua alma, de forma que nem o tempo, nem o espaço infinito as há-de consumir. Serão eternas!
As palavras são mais valiosas que todos os bens do mundo, dizem coisas que podem alterar num segundo o sentido da vida, aquelas deram-lhe tanta força que ao ouvi-las e ao recordá-las depois a cada instante , ela sentirá sempre, que toda a sua vida valeu a pena só para chegar até aquele instante e viver aquele momento.
Escutar de longe , aquelas palavras ditas com o coração, com amor, palavras que nunca imaginara ser possível alguém vir a dizer-lhe, palavras que ela nem sabia se merecia ouvir.
Palavras que mesmo depois de todas ditas e ouvidas, lhe pareciam um sonho ou um pesadelo doce , por serem demasiado fortes e verdadeiras e muitas, tinha bem a certeza, pois era tanta informação que não conseguia saber o que pensar primeiro.
Uma coisa ela tinha a certeza, havia alguém que a amava muito, e que precisava dela, muito mais do que ela alguma vez imaginara mesmo então que já estava velha, e isso dava-lhe força para continuar…mesmo que a luta não fosse fácil de travar…
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