Enrolo-me em mim e em mim me fecho
como se fosse uma bola pequena,
um casulo,um caixa escura,
a minha morada oculta
a minha morada oculta
procurando fazer uma concha
sossego e refugiu-me nela
e aí permaneço tempo eterno
Não sei se sei o que tenho,
mas inunda-me o desconforto da solidão
invade-me um vazio profundo
que me envolve e facilmente me
domina.
Fecho-me em mim mais ainda,
enrolo-me o mais que posso.
quero esconder-me do mundo, esquecer os meus pensamentos
olvidar tudo e todos e ficar assim
fechada para o mundo.
Sem ouvir nem ver, ser saber de nada, surda e mouca, fico
Escusada e esquecida de tudo e todos
e se dormisse seria um
sonho.
Lá fora corre o tempo que de mim nada sabe nem se importa
e eu
deixo
Enrolo-me toda, encolho-me,
estreito-me o mais que posso.
Dentro de mim chove e neva.
Lá fora não sei que se passa, nem me importa.
No meu coração neva, e a cada passo que penso que dou no pensamento
cai dentro de mim mais neve, o frio gela-me e chove como
nunca vi
Chove tristeza e desgraça.
Sinto os pingos que me pesam como
toneladas
Cai chuva em mim, no meu eu inteiro
e no meu coração aflito neva e chora a comoção, o embaraço e a solidão.
Só sei que tenho frio, e não quero nada
Porque queria tanto do tudo e não posso
Enrolo-me numa bola como se fosse uma concha e assim fico
Até mais logo, só um pouco.
Não posso parar de viver que ainda é cedo,
mas lamentar a dor, eu
posso
Enquanto tiver palavras, papel, dedos e mente
eu direi ao mundo,
gritarei ao vento os meus ais profundos os meu lamentos
Sem comentários:
Enviar um comentário