terça-feira, 28 de junho de 2011

A vida dá voltas..

Era a primeira vez que Maria Luísa chegava a casa e não comentava com a mãe alguma coisa sobre o que lhe tinha acontecido em casa do amigo. Não era fácil, nem possível para ela, dizer a Helena, que a mãe do amigo os tinha encontrado fechados numa sala, em pleno beijo amoroso.


Ela não era infiel ao Pedro, nunca fora, nem pretendia ser. Não sabia muito bem como se deixara envolver daquela forma com o Mané, mas ele era tão possuidor e nunca desistia do que queria, tal como ela, e naquele momento deve ter desejado tanto aquele beijo e com tanta intensidade que a levou com ele a esquecerem-se que ambos eram comprometidos.

Gostava dele como amigo, sentia-se bem e muito confortável junto dele, em todas as conversas e convívios que partilhavam. Apreciava a forma como ele falava, concordava com as suas ideias, a sua forma de encarar a vida, mas daí a envolver-se amorosamente com ele, ia uma grande distância. O que acontecera entre ambos fora um simples gesto impensado, com certeza descomedido, exagerado, mas sem consequências e que não voltaria a ocorrer, pois essa não era a sua firme vontade. Além disso, não queria que Pedro sonhasse sequer, com o que tinha acontecido entre ela e o amigo, porque o amava e era com ele que era queria estar numa relação de amor, portanto quanto menos falasse daquilo melhor.

Mas Helena, que conhecia muito bem a filha que tinha notou-a naquele fim de dia um pouco estranha, e como não conseguiu saber nada que ela lhe contasse de extraordinário, confiou que o que se passava era algo relacionada com as aulas e a adaptação ao novo tipo de exames e avaliações na universidade.

Em casa, Helena estava feliz no seu casamento com o José Carlos. Amavam-se, compreendiam-se e tinham uma vida que não sendo absolutamente de luxo nem riqueza, era o suficiente e essencial para se sentirem realizados e felizes, pois nada lhes faltava. Há muito que Helena estava convencida e tinha convencido a família, que a sua vinda para Lisboa na juventude, fora uma grande opção que tomara na vida.

O pior tinha passado e estava esquecido, e com os dois filhos que tivera do seu casamento, completara a sua união perfeita com o Zé e consolidara fortemente o seu amor e o seu casamento. Era uma mulher feliz, também porque no trabalho era estimada e tinha ascendido na carreira profissional. Ali, nada se fazia sem passar por ela, pois ela sabia sempre onde estava tudo e como resolver tudo de que era responsável.

Helena era uma mulher feliz, completa, forte e resoluta e vencera todas as dificuldades que a vida lhe colocara pela frente.

     
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