quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cheiro a pasteis de nata

Hoje, como ontem, como em muitos outros dias, a alegria não me visitou, nem sequer passou á minha porta!

Assim o meu vocabulário fica mais pobre , o meu sentir o meu querer ainda mais, assim como hei-de eu entender porque tenho de sorrir, ou fazer outras coisas mais ou menos complexas para ser feliz…

O seu vestido preto fosco, tinha circunferências brancas, e ela com o cabelo arranjado , ao contrário do meu, chorava de tristeza a sua viuvez, mas dizia que não, que “ele” queria que ela não chorasse…!

Estava triste, eu sei que ela estava triste, mas cheirava a pasteis de nata, e secou as lágrimas e fez o que “ele” lhe disse…, parou de chorar, e cheia de coragem pôs-se a caminho da dificil tarde que a esperava( a missa de homenagem feita na capela do hospital)!

Eu nunca seria capaz de cheirar a pasteis de nata, muito menos naquelas circunstâncias…!

Ia sair para a missa de aniversário do falecido, havia mais ou menos um mês! Como eu gostava de ser forte como ela, mas como se até o bater do meu coração me assusta?

Eu nunca pararia de chorar, mesmo que “ele” mo pedisse em sonhos, a não ser que ELE, o meu DEUS, me secasse as lágrimas dos olhos e eu chorasse em silêncio para dentro, só com dor, como hoje por vezes faço ….

Porque eu sou fraca, porque não presto, porque sou uma inútil …porque a alegria nunca passa á minha porta, e eu nunca como pasteis de nata…!

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