domingo, 29 de julho de 2012

Estou à tua espera...

Podes vir quando quiseres que estou à tua espera,
mas quando chegares não batas à porta,
entra devagar e não me assustes.
Entra no meu espaço de mansinho
para que eu, que vivo assustada, nem te pressinta.
Ao contrário do Sol que abre os olhos de madrugada lentamente
e à noite os fecha sempre devagarinho,
usa na tua visita essa mesma singeleza,
mas fá-lo num segundo apenas.

Acomoda-te no meu colo,
no meu corpo, na minha mente,
entra em mim toda e sem eu me aperceber
domina-me completamente.
Mas não te esqueças, fá-lo de forma suave,
tão suave e ténue que eu não o pressinta,
tenho medo de querer fugir-te por algum instante,
e zangada por me visitares te vás embora de repente
deixando-me perturbada e combalida para sempre.

Sei que decerto ainda é cedo para chegares,
e porque és para todos quase sempre
visita inesperada e mal aceite
também te temo, porque também sou gente.
Mas se quiseres, podes vir como fazes muitas vezes em segredo.
Sem me assustares, toma-me do meu sono quedo e mudo
e com o teu braço forte e firme,
leva-me a voar contigo para longe
que eu prometo que te sigo e não tenho medo.

Podes vir quando quiseres que estou à tua espera
e se prometeres que me levas como se fosse um sonho
e nunca mais me voltas a colocar neste meu mundo,
podes levar-me agora que estou pronta
que de penas e de mágoas já me bastam as que tenho agora.

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